PROANTAR
Primeiro navio polar construído no Brasil já gerou 600 empregos diretos e 6 mil indiretos
A Marinha do Brasil (MB) deu um importante passo na construção do Navio Polar (NPo) “Almirante Saldanha” ao realizar, no dia 17 de setembro, a Cerimônia de Batimento de Quilha da embarcação, no Estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo. Na tradição naval, este evento é caracterizado pelo posicionamento de um dos blocos principais, que faz parte da “espinha dorsal” do navio, e pela colocação da moeda na estrutura que corresponde à quilha da embarcação. Simbolicamente, é uma forma de trazer sorte.
O evento contou com a presença do Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro; do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen; do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire; e do Diretor-Presidente da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), Vice-Almirante (IM) Edesio Teixeira Lima Júnior. Também estiveram presentes o Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, o Chefe de Missão e Encarregado de Negócios da Embaixada da República de Singapura, Desmond NG; o Vice-Presidente Executivo da Seatrium para as Américas, Marlin Khiew; o CEO da Sociedade de Propósito Específico Polar 1, Thangavelu Guhan; o Vice-Governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço; e o Prefeito de Aracruz, Luiz Carlos Coutinho.
O Ministro da Defesa externou a satisfação de acompanhar esta importante etapa de mais um projeto da Marinha do Brasil, com elevada capacidade gerencial e espírito empreendedor. “Hoje tenho o privilégio de comparecer a essa tradicional cerimônia de batimento de quilha do Navio Polar ‘Almirante Saldanha’, cuja construção é realizada com muito orgulho em solo brasileiro e também representa investimentos em nosso país. Este é o exemplo do Brasil que eu acredito e que dá certo”.
O Almirante Jaques, disse que o NPo “Almirante Saldanha” irá substituir o Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” nas Operações Antárticas (OPERANTAR), inclusive, neste momento, está se iniciando a OPERANTAR XLII. O novo navio terá capacidades aperfeiçoadas, possibilitando: a redução do tempo necessário para o reabastecimento da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), com a inclusão de guindastes modernos e de maior capacidade de carga e manobra; maior segurança na aproximação do navio com a praia, para desembarque de material e de pessoal, em função dos sofisticados sistemas de navegação e de controles; e a ampliação da área passível de ser visitada pelos pesquisadores, incluindo as regiões oceânicas e terrestres.
O Almirante lembrou que o Brasil já realiza pesquisas em áreas polares desde a década de 1980. "O estudo das mudanças climáticas é feito nas altas latitudes e nós trazemos uma interação com o que acontece no nosso país".
NAVIO POLAR
Conduzido pela MB desde 2019, executado pela Polar 1 e gerenciado pela EMGEPRON, o projeto culminará com a construção, pela primeira vez no Brasil, de um navio com capacidade de operar nas águas geladas da região Antártica. A entrega do NPo “Almirante Saldanha” está prevista para 2025.
O navio terá cerca de 103 metros de comprimento, hangar para 2 aeronaves de porte médio, autonomia de 70 dias e tripulação de 95 pessoas, incluindo 26 pesquisadores. Na fase de construção, já foram gerados 600 empregos diretos e 6 mil indiretos, além do fomento à indústria naval brasileira e à base tecnológica nacional.
A construção do Navio Polar faz parte do Programa de Obtenção de Meios Hidroceanográficos e de Apoio Antártico (PROHIDRO), que prevê a obtenção de navios hidroceanográficos a serem empregados na Amazônia Azul e em águas polares para que a MB possa cumprir as suas atribuições referentes às atividades hidrográficas, oceanográficas, meteorológicas, cartográficas e de sinalização náutica, garantindo o suporte à aplicação do Poder Naval, além da prestação de apoio de transporte e logística da EACF. Entre os ganhos esperados com a iniciativa estão o aprimoramento na coleta de dados geoespaciais marinhos nas águas jurisdicionais brasileiras e nas águas internacionais de interesse do País, a melhoria na eficácia dos auxílios à navegação e o apoio à pesquisa nacional no ambiente marinho.