Navios

NApOc Ary Rongel

 

O Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) “ARY RONGEL” foi incorporado pela Marinha do Brasil em 25 de abril de 1994 para substituir o NApOc Barão de Teffé (H-42), e dar prosseguimento às atividades do Programa Antártico Brasileiro, realizando atividades de apoio logísticos e pesquisas hidroceanográficas. Construído na Noruega, em 1981, o então M/V Polar Queen realizava pesquisas sobre focas nas regiões austrais e serviço de apoio logístico no Mar do Norte e na Antártica.

O “Gigante Vermelho”, como é carinhosamente chamado, realiza apoio logístico à EACF, com o transporte de combustível, gêneros, equipamentos e materiais diversos que vão permitir o funcionamento ininterrupto da Estação e seus sistemas. Serve, ainda, de plataforma para a realização de pesquisas, efetuando lançamentos e recolhimentos de pesquisadores em refúgios e acampamentos isolados na região da Península Antártica.

Para auxiliar no cumprimento da missão, o “Ary Rongel” conta com uma tripulação composta por 94 militares, dentre estes, o Destacamento Aéreo Embarcado (DAE), composto por duas aeronaves UH-13 e um Grupo de Mergulhadores.

 

 

Facilidades para pesquisas

O Navio dispõe de um laboratório para Hidrografia (Laboratório AV), um laboratório para Oceanografia (Laboratório AR) - ambos com interligação de cabos diversos com o Passadiço, e energia estabilizada 220 VAC 60 Hz. Possui, também, um contêiner para apoio a pesquisas. Possui dois guindastes (5t e 2,5t, respectivamente) e guincho oceanográfico com cabo eletromecânico com capacidade de lança uma rossete até 5.000 m de profundidade.

 

Sensores e equipamentos de comunicações

O Navio é dotado de modernos equipamentos de navegação, comunicações e eletrônica, dentre os quais: 4 radares de navegação, 3 ecobatímetros, transceptores em HF, VHF e UHF, telefone INMARSART (voz, fax e dados), telefone IRIDIUM (voz), Sistema de Comunicação Militar por Satélite - Banda “X” (voz, intranet e internet), navegadores satélite D-GPS, receptor fac-símile meteorológico, transceptor AIS, equipamentos de socorro do Sistema Marítimo de Socorro e Salvamento (GMDSS), carta náutica eletrônica (Nazareth e TTI), agulha giroscópica e magnética.

Datas de eventos importantes no histórico do Navio:

24/03/94 - Chegada ao Brasil, vindo da África do Sul, após o término do reabastecimento da Estação Antártica Alemã.

25/04/94 - Incorporação à MB, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, em cerimônia presidida pelo Chefe de Estado-Maior da Armada.

03/11/94 a 04/04/95 - Primeira Comissão em região Antártica sob bandeira brasileira, Operação Antártica XIII.

 

Caracterísiticas principais do Navio:

Deslocamento: 1.786 ton (dwt), 3.628 ton (grt).

Dimensões:    75,20 m de comprimento;

                        13,00 m de boca; e

                        6,20 m de calado.

Propulsão: 2 motores diesel de 6 cilindros Krupp-Mak 6M453Ak gerando 4.500 hp, acoplado a 1 eixo com hélice de quatro pás com passo controlável. Equipado também com 2 bow e 1 stern thrusters.

Facilidade de manobra: possui leme único acionado hidraulicamente. O piloto automático, associado aos thrusters e joystick,  permite ao Navio permanecer num rumo constante ou aproado a uma determinada direção.

Capacidade de combustível: 1.038.000 litros.

Geração de eletricidade: 1 gerador de 1.320 kW, 2 de 200 kW e 1 de 60Kw.

Velocidade máxima: 14.5 nós.

Raio de Ação: 22.872 milhas náuticas a 11 nós e 98 dias de autonomia.

Armamento: nenhum.

Equipamentos: Possui uma porta de carga lateral, no Porão Superior, a bombordo, medindo 3,5 x 3 m; dois guindastes com capacidade para 5 toneladas, um pau de carga com capacidade para 17,5 toneladas, um guincho oceanográfico.

Capacidade de carga: 1.254 m3 em dois porões internos.

Operações aéreas: capacidade de operar com até 2 helicópteros Helibras UH-13 Esquilo.

Código Internacional de Chamada: PWAR

Tripulação: 78 homens, sendo 18 oficiais e 60 praças. Possui acomodações para mais 27 pessoas, dentre pesquisadores, coordenadores da SECIRM, oficiais de intercâmbio de marinhas amigas, órgãos de apoio e mídia.

 

NPo Almirante Maximiano

 

Histórico

O Navio Polar (NPo) Almirante Maximiano foi construído em 1974, no estaleiro Todd (EUA), tendo sido comissionado como navio de apoio “Supply Vessel” às plataformas de petróleo no Mar do Norte. Posteriormente, em 1988, no estaleiro norueguês Aukra, foi convertido em navio pesqueiro. Nesta ocasião, obras de grande vulto foram executadas, a ponto de apenas a quilha ter sido preservada como parte original. Devido a esse fato, segundo a Classificadora Lloyds Register, conforme comunicado dessa Sociedade, datado de maio de 2007, considera-se o ano de 1988, na prática, como o seu novo ano de construção.

Em fevereiro de 2008, o Brasil decidiu pela obtenção de um navio para, juntamente com o NApOc “Ary Rongel”, apoiar as pesquisas brasileiras no continente gelado.

Entre os meses de março e abril daquele ano, iniciou-se o processo de seleção de um navio de pesquisa com capacidade de operar na região e, dentre os navios disponíveis, o então Navio “Ocean Empress”, foi inspecionado e selecionado por uma comissão composta por engenheiros navais e oficiais, com relevante experiência em Operações Antárticas.

 

 

Em 3 de setembro do mesmo ano efetivou-se a aquisição da embarcação e, em seguida, foram realizadas alterações estruturais no estaleiro Bredo, em Bremerhaven, Alemanha, para atender aos requisitos necessários para apoiar o PROANTAR. Entre essas alterações, destacam-se:

- Construção de um convés de voo, apto a operar com aeronaves UH-12/13 (Esquilo) e IH-6B (Bell Jet Ranger), e de um hangar climatizado, com capacidade para acomodar dois helicópteros;

- Instalação de cinco laboratórios, sendo dois laboratórios secos, dois laboratórios molhados e um misto, os quais abrigam os mais modernos equipamentos para o desenvolvimento de projetos científicos no ambiente antártico;

- Ampliação das acomodações de 50 para 119 pessoas, sendo mais de um terço destinado à comunidade científica; e

- Amplo passadiço com sistema de posicionamento dinâmico, sistema de cartas eletrônicas (ECDIS), sistema de aquisição automatizada de dados hidroceanográficos, AIS, e cinco estações de controle dos propulsores do Navio, de onde se pode atuar nos dois eixos com HPC, nos três bow thrusters da proa e no thruster azimutal da popa.

 

Em 3 de fevereiro de 2009, em cerimônia presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), na cidade de Bremerhaven, Alemanha, o Navio Polar “Almirante Maximino” foi incorporado à Marinha do Brasil.

 

Características do Navio

            

O Navio é empregado, prioritariamente, em coleta de dados oceanográficos na região Antártica em apoio aos projetos científicos do PROANTAR, podendo ser utilizado tanto em Águas Jurisdicionais Brasileiras como em outras regiões de interesse, com a finalidade de realizar levantamentos hidroceanográficos para a atualização de cartas e publicações náuticas, sem prejuízo às atividades do PROANTAR, e em apoio logístico à Estação Antártica Comandante Ferraz.

É dotado de diversos equipamentos científicos e de apoio à pesquisa, de modo a dar suporte à comunidade científica por meio dos mais modernos recursos de pesquisa nas áreas de Hidrografia; Oceanografia, Geologia, Biologia e Geofísica. Dentre os quais se destaca:

  • Guincho Oceanográfico tipo Traction Winch, fabricado pela DYNACON, que permite o lançamento de diversos sensores (condutividade, oxigênio, pressão, temperatura e salinidade de coluna d’água) e coleta de amostras de água a até 8.000 metros de profundidade;
  • Guincho Geológico, fabricado pela DYNACON, para coleta de amostras do fundo marinho a até 10.000 metros de profundidade;
  • Ecobatímetro Multifeixe EM 302 e Ecobatímetro Monofeixe EA-600, ambos fabricados pela empresa KONGSBERG, para grandes profundidades, utilizados nos levantamentos de batimetria para atualização de cartas náuticas;
  • Acoustic Dopller Current Profiler (ADCP), com frequência de 75 KHz, fabricado pela TELEDYNE, um perfilador de correntes para obtenção do vetor da corrente em diversas profundidades;
  • Termossalinógrafo, para aquisição de temperatura e salinidade na superfície do oceano;
  • Gravímetro, para medir a intensidade e a direção do campo gravitacional terrestre, em um determinado ponto; e
  • Sub Botton Profiler (SBP-300), que permite a obtenção de dados sobre a disposição estrutural das camadas sedimentares abaixo do fundo do “corpo d’água”.

Os ecobatímetros monofeixe e multifeixe, além do SBP e do ADCP, foram instalados sob a quilha do navio, numa estrutura denominada “gôndola”. A gôndola mede cerca de 9,4 metros de comprimento por 4,0 metros de largura, com espessura de 0,50 metro. Sua forma foi projetada para ser hidrodinâmica, de maneira que o turbilhonamento causado pelo “corte da água” não comprometa o dado coletado.

 

 

Dados principais do Navio:

Comprimento total: 93,4 metros;

Comprimento entre perpendiculares: 83,2 metros;

Boca moldada: 13,4 metros;

Deslocamento carregado: 5.540 toneladas;

Sistema de propulsão: dois motores diesel de 12 cilindros Caterpillar, modelo 3612DI, com 4.260 HP (ou 2942 KW);

Geração de energia: dois geradores de eixo AVK D-8070, com 1.464 KW; um motor Caterpillar 3512 V12, com 1.424 KW; e um diesel-gerador de emergência Cummins NTA855 250 KW.

Velocidade Máxima Mantida: 11,5 nós;

Velocidade Econômica de Cruzeiro: 9 nós;

Tripulação: 54 militares;

Acomodações: 119 pessoas, sendo até 30 pesquisadores;

Sistema de Posicionamento Dinâmico: 3 Bow Thrusters e 1 Azimuthal Thruster.