O acordo de transferência de tecnologia assinado entre o Brasil e a França é bem mais amplo, prevendo a prestação de Assistência Técnica e a capacitação brasileira para concepção, projeto, fabricação, operação e manutenção de estruturas e dos próprios submarinos, com ênfase no SN-BR que é o objeto precípuo do PROSUB.
Parte dos treinamentos foi feita, inicialmente, em Cherbourg, onde os engenheiros e técnicos brasileiros acompanharam a construção das seções dianteiras do primeiro submarino do PROSUB, o S-BR1.
O grupo reunia mais de duzentos profissionais da Marinha do Brasil, e das empresas Itaguaí Construções Navais (ICN) e NUCLEP. Nesse local, os brasileiros puderam qualificar-se em diversos tipos de procedimentos, tais como: soldagem, conformação de peças, fabricação de estruturas, dentre outros processos aplicados à construção naval.
No desenvolvimento do Programa, como parte do acordo de transferência de tecnologia, o NAVAL GROUP construiu uma escola dedicada ao projeto de submarinos em, Lorient, na França. Nessa escola, 31 engenheiros militares e servidores civis da MB receberam conhecimentos técnicos voltados para projetar submarinos. Entre os exercícios de aplicação tecnológica realizados naquela época, a equipe de engenheiros da MB fez o projeto reduzido de um submarino convencional, um projeto de submarino com propulsão nuclear e produziu estudos iniciais sobre interfaces de um submarino nuclear. Ao longo de mais de dois anos, os engenheiros da MB receberam treinamento teórico e prático da Empresa NAVAL GROUP.
Os integrantes da MB também estão presentes nas instalações do NAVAL GROUP, na França, em Toulon, onde absorvem conhecimentos sobre os sistemas de combate de submarinos, no parque tecnológico de Sophia-Antipolis, onde são fabricados sonares; em Ruelle, onde se encontra a fábrica de equipamentos estratégicos; e em Saint-Tropez, onde se concentra a produção de novo tipo de torpedo a ser empregado pelos submarinos franceses e pelos futuros submarinos brasileiros.
De volta ao Brasil, depois da realização da fase de capacitação na França, os engenheiros da MB têm a tarefa de repassar os conhecimentos adquiridos. Os engenheiros qualificados passaram a realizar o Projeto do SN-BR, contando para tanto com a Assistência Técnica da Empresa NAVAL GROUP, por força dos contratos em vigor. Esta equipe técnica conta, atualmente, com cerca de 200 engenheiros e projetistas e tem um crescimento programado, para fazer frente à demanda de trabalho atinente ao Projeto do SN-BR, de chegar a 600 profissionais, no ápice do Processo de Projeto do SN-BR, a ser atingido nos próximos anos.
A transferência de tecnologia propicia também a presença de vários engenheiros e técnicos franceses no dia a dia do PROSUB, no Brasil. Eles vêm acompanhando a fabricação dos cascos resistentes na NUCLEP, a construção e as atividades da UFEM, assim como as obras da Base Naval e dos Estaleiros. No projeto do SN-BR, os engenheiros franceses prestam assistência técnica e know how à equipe de projetistas da MB, em proveito do Projeto do SN-BR. Os engenheiros franceses não participam do desenvolvimento da planta nuclear do SN-BR, que é de responsabilidade exclusiva da MB e não é objeto de Transferência de Tecnologia.
A obtenção do SN-BR, em futuro próximo, representará para o Brasil, um extraordinário salto na sua capacidade tecnológica e propiciará à MB um novo patamar estratégico, para o cumprimento da sua missão constitucional, em proveito da Soberania do nosso País.