Rio de Janeiro, 11 de abril de 2019.
O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), por ser complexo e inovador e ter a transferência de tecnologia como seu principal pilar, é um grande desafio tecnológico, industrial e logístico, que requer capacitação de recursos humanos, infraestrutura específica e orçamento compatível. Tal desafio tem sido vencido com determinação, comprometimento, criatividade e ousadia de todos os envolvidos. Há dez anos, o local onde está situada a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) era um imenso descampado e parte significativa da área correspondente aos Estaleiros de Construção e Manutenção e à Base Naval era mar. Hoje, temos em Itaguaí uma versátil infraestrutura dedicada à construção, manutenção e apoio de submarinos. O Submarino Riachuelo, o primeiro da classe, fará a sua primeira imersão estática em agosto deste ano e, ainda neste mês de abril, a primeira seção do Submarino Humaitá será transferida para o Estaleiro de Construção, em cumprimento à programação de seu lançamento em setembro do próximo ano. Com a conclusão do projeto básico do Submarino com Propulsão Nuclear (SN-BR), foi dada a partida à fase inicial do projeto detalhado em fevereiro deste ano. Esses resultados revelam o valoroso trabalho de todos os envolvidos no PROSUB, integrantes da COGESN, das Diretorias Especializadas de todos os Órgãos de Direção Setorial da Marinha, das empresas parceiras (Naval Group, Odebrecht, Itaguaí Construções Navais e Consórcio Baía de Sepetiba), da NUCLEP, da EMGEPRON, da AMAZUL e das empresas que compõem o enorme esforço de nacionalização de equipamentos e sistemas; bem como das diversas instituições do Estado Brasileiro, como os Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores e a Advocacia-Geral da União, e do Estado Francês, como Direção Geral do Armamento (DGA) e Marinha Nacional Francesa, que compõem a parceria estratégica entre o Brasil e a França.
No entanto, os resultados mencionados são passos necessários para alcançar o objeto precípuo do PROSUB: o submarino com propulsão nuclear, um desafio que vem sendo enfrentado e que continua a requerer recursos humanos altamente qualificados, infraestrutura específica e orçamento adequado. Nesse contexto, os próximos passos a ser vencidos são: o projeto e a construção do Complexo de Manutenção Especializada, que garantirá a infraestrutura necessária ao apoio do SN-BR; a conclusão do Laboratório de Geração de Energia Núcleo-Elétrica (LABGENE), de responsabilidade do Programa Nuclear da Marinha (PNM), que validará a propulsão nuclear a ser embarcada; e o avanço no projeto detalhado do SN-BR; bem como, posteriormente, a conclusão das negociações contratuais para a construção do submarino nuclear. Essas etapas nos levam a concluir que ainda existe um razoável caminho a ser trilhado. É dentro desta perspectiva que conclamo a todos os envolvidos, especialmente os integrantes da COGESN, militares e civis, que continuem a envidar os seus melhores esforços para alcançarmos o êxito completo do PROSUB.
SYDNEY DOS SANTOS NEVES |
Vice-Almirante (RM1-EN) |
Coordenador-Geral |