Finalidade

O projeto e construção do submarino com propulsão nuclear brasileiro SN-BR visa atender às diretrizes estabelecidas na Estratégia Nacional de Defesa, acrescentando uma nova dimensão ao Poder Naval de nosso País. A posse deste meio naval contribuirá significativamente para assegurar a soberania nas águas jurisdicionais brasileiras, garantindo ao Brasil inegáveis capacidades de dissuasão e negação do uso do mar.

Nos submarinos com propulsão nuclear, a fonte de energia é um reator nuclear, cujo calor gerado vaporiza água, possibilitando o emprego desse vapor em turbinas que podem acionar geradores elétricos ou o próprio eixo propulsor. Diferentemente dos submarinos convencionais, os nucleares dispõem de elevada mobilidade e, assim, são fundamentais para a defesa distante em águas oceânicas (águas profundas).  Com isso, a autonomia (tempo fora da base) dos submarinos com propulsão nuclear é limitada apenas pela resistência física e psicológica das tripulações e estoque de mantimentos.

Mas a maior vantagem da propulsão nuclear frente à convencional é mesmo a discrição que confere às embarcações. Isso porque ele pode ficar imerso por meses a fio, enquanto o submarino convencional precisa se aproximar da superfície para recarregar as baterias.

A superioridade dos submarinos com propulsão nuclear também é comprovada pelas distâncias e velocidades que alcançam. Enquanto os submarinos convencionais se deslocam a uma velocidade média de 6 nós (aproximadamente 11km/hora), os com propulsão nuclear chegam a 35 nós — quase 65 km/hora. O emprego estratégico dos submarinos diesel-elétricos fica limitado, enquanto o do submarino com propulsão nuclear é vasto, por possuírem fonte virtualmente inesgotável de energia e poderem desenvolver altas velocidades, podem se deslocar para qualquer lugar em curto espaço de tempo.

Pela sua grande mobilidade e autonomia quase inesgotável, o submarino com propulsão nuclear desafia os mais modernos sistemas de detecção da atualidade e é, por isso, considerado um dos meios navais mais eficientes na dissuasão. Também é o meio capacitado a monitorar áreas marítimas distantes, condição adequada aos interesses brasileiros de proteger sua enorme plataforma continental.