A diferença entre os riscos genéticos e comportamentais no desenvolvimento do câncer de mama
Os riscos genéticos e comportamentais desempenham papéis distintos, mas complementares, no desenvolvimento do câncer de mama.
Os riscos genéticos são herdados e imutáveis, enquanto os comportamentais são influenciados por fatores ambientais e escolhas de estilo de vida, podendo ser modificados.
O histórico familiar, ao contrário do que muitos acreditam, representa apenas 10% dos casos de câncer de mama. Isso significa que a preocupação com os fatores comportamentais são prioridade para a prevenção da doença.
Não se pode controlar ou mudar os riscos genéticos, mas é possível adotar medidas preventivas baseadas no comportamento e estilo de vida para reduzir os riscos.
É importante ressaltar que manter hábitos saudáveis, além de ter atenção ao próprio corpo, não dispensa os exames de rotina.
⚖️ Fisiológicos e Genéticos
Maior tempo de exposição aos hormônios femininos.
Os hormônios femininos, estrogênio e progesterona, são considerados um fator de risco para o câncer de mama. Por exemplo: mulheres que tiveram a primeira menstruação antes dos 12 anos ou uma menopausa tardia até cerca de 55 anos.
Fator Genético.
Casos de câncer de mama na família (de primeiro grau) também são considerados fatores de risco, mas não são o principal fator. Já foi confirmado que apenas 10% dos casos da doença estão associados ao câncer de mama.
⚖️ Comportamentais
Fatores Ambientais
O principal fator ambiental conhecido é a exposição à radiação ionizante.
Sedentarismo
Ausência de atividade física. O recomendado é a prática de atividade física pelo menos três vezes por semana, por cerca de 40 minutos.
Alimentos ultraprocessados
O consumo excessivo de alimentos industrializados também é considerado um fator de risco porque geralmente são alimentos com pouco teor de fibras.
Obesidade
A obesidade e o acúmulo de gordura na região abdominal aumentam o risco de câncer de mama, por isso é fundamental um adequado controle do peso.
O tabagismo e a ingestão de bebida alcoólica
O consumo regular de álcool está relacionado a um aumento no risco de câncer de mama. O risco aumenta com a quantidade de álcool consumida.
Exames periódicos
Os exames periódicos desempenham um papel crucial na prevenção e detecção precoce do câncer de mama. A detecção precoce é um dos fatores mais importantes para aumentar as chances de cura do câncer de mama.
Histórico reprodutivo e amamentação
Durante a gestação, a progesterona fica mais elevada do que o estrogênio e isso é considerado um fator de proteção. Durante o período de aleitamento, as taxas de determinados hormônios que favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer caem na mulher. Além disto, alguns processos que ocorrem na amamentação promovem a eliminação e a renovação de células que poderiam ter lesões no material genético, diminuindo assim as chances de câncer de mama na mulher.
CF (Md) Raquel Ramos do Amaral
Ginecologista do HNBra