24/08 – Dia da Infância 🤸

📅 Publicado em 18 de agosto de 2023

Conversamos com a equipe de profissionais do GAAPE, da Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória, para saber o que esperar da infância, um período de experiências e aprendizado em que o afeto tem um papel importante. Confira!

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Qual é a faixa etária considerada como infância e qual é a relevância dessa fase no desenvolvimento humano?

De acordo com a UNICEF, a infância compreende os primeiros 12 anos de vida. Nesse período crucial de desenvolvimento, ocorre a maturação cerebral, progresso cognitivo, emocional e social, moldando o curso da vida futura do indivíduo. Destaca-se nessa fase a formação da personalidade, uma vez que a infância desempenha um papel fundamental na assimilação de hábitos e aprendizados que moldarão personalidades bem adaptadas e saudáveis, ou mais frágeis, imaturas e centradas em suas próprias necessidades, com menor tolerância à frustração. A infância é um período de experiências e aprendizado, no qual o afeto desempenha um papel essencial.

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Como os pais podem contribuir para um desenvolvimento saudável, prevenindo o amadurecimento precoce e a chamada "adultização"?

O desenvolvimento humano é um processo contínuo ao longo da vida, e é vital reconhecer e respeitar as diversas etapas desse processo. Atualmente, observamos uma ênfase na inteligência em detrimento do desenvolvimento emocional. É frequente ver crianças e adolescentes sobrecarregados com uma agenda repleta de obrigações, focando intensamente no desenvolvimento intelectual e sendo pressionados por altas performances. No entanto, muitas vezes, o tempo para brincadeiras, diversão e momentos felizes em família é negligenciado. Esses momentos são essenciais para um desenvolvimento humano saudável e completo. Assim, é crucial encontrar um equilíbrio entre desenvolvimento socioemocional e cognitivo, permitindo que a criança assuma responsabilidades adequadas à sua idade.

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Quais são os indícios que podem apontar para problemas de saúde mental na infância?

Os comportamentos desempenham um papel crucial como indicadores. É recomendado estar atento ao desenvolvimento esperado para a faixa etária da criança, observando se há atrasos ou precocidades em relação a outras crianças. Além disso, mudanças comportamentais devem ser observadas, como variações de humor, aumento do isolamento social, irritabilidade, distúrbios do sono, queda no desempenho escolar, ansiedade, medos excessivos, choro frequente, alterações nos padrões alimentares, entre outros. Quando esses sinais surgirem, é fundamental procurar ajuda de profissionais de saúde mental, como psicólogos, psiquiatras e pediatras, para oferecer suporte tanto à criança quanto à sua família.

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Ouvimos frequentemente a expressão: "As crianças de hoje não são como as de antigamente." O que mudou?

Essa mudança de perfil é influenciada por diversos fatores. A cultura contemporânea passou por transformações significativas, afetando nossas emoções e comportamentos. Vivemos em uma era de excesso de informação, aumento da competição, estímulos incessantes, sensação de urgência e busca por recompensas imediatas. Esses aspectos não deixam de impactar as crianças. Os pais estão mais ocupados do que nunca, enquanto as crianças estão cada vez mais envolvidas com a tecnologia. Esse excesso de estímulos, o uso frequente de dispositivos eletrônicos e a diminuição da qualidade das interações sociais podem aumentar a vulnerabilidade emocional. Além disso, nota-se uma crise na autoridade, com menos reconhecimento e respeito pelas figuras de autoridade como pais, professores e policiais. Esse enfraquecimento do reconhecimento da autoridade parental pode dificultar o estabelecimento de limites, um aspecto essencial para o desenvolvimento da resiliência emocional e estabilidade.

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Qual é a relevância do ato de brincar no desenvolvimento infantil?

A brincadeira é o meio pelo qual a criança explora o mundo, adquire conhecimentos e constrói um repertório vital para a sua vida. Por meio da brincadeira, a criança desenvolve habilidades motoras, aprimora os sentidos, formula hipóteses, lida com desafios, enfrenta frustrações, desenvolve criatividade, aperfeiçoa percepções, identifica interesses pessoais e lida com emoções. Tudo isso ocorre enquanto a criança interage consigo mesma e com os outros, promovendo habilidades emocionais, cognitivas e sociais. É fundamental que esse processo leve em consideração as inclinações e interesses individuais da criança e seja supervisionado pelos cuidadores. Brincadeiras que favorecem a socialização e a aquisição de habilidades interpessoais são preferíveis a atividades solitárias e excessivas com dispositivos eletrônicos.

CC (S) Lídio Clemente da Silva
1T (Md) Marcelo Rodrigues Coppo
GM (RM2-T) Alaine Rodrigues Botelho

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