📅 Publicado em 27 de fevereiro de 2023

No mundo, 1 em cada 100 recém-nascidos é portador de cardiopatia congênita, nome dado a qualquer alteração na estrutura ou função do coração que surge nas primeiras oito semanas de gestação, ou seja, no momento da formação do coração do bebê.
3 de março é o Dia Mundial dos Defeitos do Nascimento, e, por isso, vamos conversar sobre o Teste da Oximetria de Pulso, o Teste do Coraçãozinho, com a CF (Md) Valéria, cardiologista pediátrica, que serve no Hospital Naval Marcílio Dias.
Esse exame, que é capaz de diagnosticar várias cardiopatias congênitas, começou a fazer parte da triagem neonatal do Sistema Único de Saúde (SUS) pela portaria n° 20, de 10 de junho de 2014.
É um exame realizado em todo recém-nascido com idade gestacional maior que 35 semanas, bem clinicamente, entre 24 e 48 horas de vida.
O teste é utilizado no diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas críticas do recém-nascido, como a Transposição dos Grandes Vasos da Base, mesmo em uma fase em que não é possível suspeitar da condição apenas com exame físico.
É feito com um aparelho chamado oxímetro de pulso. Por meio dele, a medida da saturação de oxigênio é realizada na mão direita do bebê e em um dos membros inferiores. É um exame indolor, rápido e de fácil realização.
Sim. O exame é considerado normal quando a medida da saturação de oxigênio for maior ou igual a 95% e a diferença da saturação de oxigênio entre o membro superior direito e o membro inferior for menor ou igual a 3%.
É considerado positivo quando a saturação de oxigênio for igual ou menor que 89% no membro superior direito ou no membro inferior e duvidoso quando a saturação de oxigênio for entre 90% e 94% ou uma diferença entre as medidas do membro superior direito e membro inferior for maior ou igual a 4 %.
No caso de o teste ser duvidoso, deverá ser repetido após 1 hora, até duas vezes. Caso os resultados sejam os mesmos, o teste é considerado positivo.
O bebê é encaminhado para avaliação do Cardiologista Pediátrico antes da alta hospitalar. Ele realizará exame clínico e um exame de imagem chamado ecocardiograma. Deste modo, será possível realizar o diagnóstico e traçar a conduta adequada.
Não. O Teste do Coraçãozinho é importante para a triagem de cardiopatias congênitas críticas, possibilitando um diagnóstico precoce e dar início ao tratamento adequado mais rapidamente.
Alguns bebês apresentam Teste do Coraçãozinho normal, porém com outros sinais ou sintomas que podem sugerir cardiopatia congênita. Por isso, é muito importante o exame clínico diário realizado pelo Pediatra durante a permanência do recém-nascido no alojamento conjunto e o acompanhamento regular com Pediatra nas consultas de Puericultura após a alta hospitalar.
Sim. É realizado em todos os bebês nascidos nesse hospital. Em caso positivo, os bebês são avaliados, antes da alta hospitalar, pela Cardiologia Pediátrica e encaminhados para tratamento ainda durante a internação. Caso o teste seja negativo, os responsáveis são orientados para acompanhamento do bebê nas consultas de rotina com o pediatra.
Na caderneta de vacinação que é entregue à família no momento da alta hospitalar.
Tem alguma dúvida sobre o teste do coraçãozinho?
Mande para nós pelo e-mail saudenaval@marinha.mil.br.