Como a fonoaudiologia pode ajudar pacientes com Parkinson?

Enviado em: 09/04/2020

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A Doença de Parkinson, descrita pela primeira vez em 1817 por James Parkinson, é uma condição neurológica progressiva que afeta o controle dos movimentos, podendo manifestar-se por sintomas como: tremores, lentidão, rigidez muscular e desequilíbrio. O portador da doença pode, também, apresentar alterações na articulação da fala, na voz, na escrita e dificuldades para engolir.

A doença se deve à degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra. Essas células produzem a dopamina e a falta ou a diminuição dessa substância afeta os movimentos provocando os sintomas acima descritos.

Vimos que, além dos sintomas clássicos, o parkinsoniano também pode apresentar dificuldades relacionadas à produção de fala e à deglutição (ato de engolir). E é exatamente nesses quesitos que o profissional fonoaudiólogo pode ajudar!

Com relação à produção de fala, o que chama mais atenção é a voz “fraca” (baixa intensidade), que ocorre como resultado da rigidez muscular típica da doença. Outras características, também, muito frequentes são: fala imprecisa, monótona, com pouca entonação e pouca velocidade.

Somado a essas manifestações, o paciente também pode apresentar redução da expressão facial, o que acaba dificultando ainda mais a compreensão da mensagem por parte de quem a ouve. A terapia fonoaudiológica pode trazer inúmeros benefícios para esses pacientes, contribuindo para a produção de uma voz “mais forte” e “mais clara”, uma fala mais compreensível e uma expressão facial mais compatível com as emoções que o paciente deseja comunicar.

O surgimento de dificuldades para engolir, também, é muito comum na doença e ocorre devido ao “enfraquecimento” dos músculos da língua, lábios, bochechas, faringe e laringe e em virtude de prejuízos na execução rápida e coordenada dos movimentos envolvidos no ato de engolir. O tratamento fonoaudiológico pode melhorar esses processos por meio da prescrição de exercícios e manobras, além de orientações para mudanças na consistência dos alimentos e na maneira de se alimentar.

Diante da doença instalada, a busca por melhorias na qualidade de vida deve ser constante. Por isso, é fundamental que se tenha atenção aos primeiros sintomas da doença, pois a detecção e o tratamento precoces farão toda a diferença na evolução favorável do quadro.

Esteja atento! Em caso de sintomas, mesmo que suaves, como tremores, lentidão nos movimentos ou rigidez muscular, procure uma avaliação médica especializada. Neste caso, o profissional mais indicado é o médico neurologista.

Feito o diagnóstico da doença, este profissional providenciará os devidos encaminhamentos para os demais tratamentos, inclusive fonoaudiológico, se necessário.


Ana PAULA Almeida do Nascimento
Capitão de Corveta (S)
Assistente do Serviço de Fonoaudiologia
Hospital Naval Marcílio Dias




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