Mariana, uma adolescente de 16 anos, sempre foi muito conectada >>

Quando você se desliga, sua mente se acalma. Dê esse presente a si
mesmo.
O mundo atual requer uma constante adaptação do homem ao uso das tecnologias
digitais que se fazem, hoje, imprescindíveis ao trabalho, aos estudos e às
comunicações interpessoais, trazendo ferramentas, entretenimento e conhecimento.
No entanto, o uso excessivo de telas pode impactar negativamente a saúde mental se
não for regulado e equilibrado dentro da rotina. No Brasil, para os adolescentes, seu
uso é amplamente difundido, ganhando múltiplas funções cotidianas, que vão desde a
comunicação interpessoal, pesquisa, jogos e entretenimento em redes sociais.
Pesquisas apontam o aumento do uso de telas por adolescentes durante e após a
pandemia de COVID-19, chegando à prevalência de até 93% de uso no ano de 2021.
Todas as possibilidades de uso da internet citadas, pela amplitude que abrangem,
requerem um correspondente esforço de acompanhamento, mediação e diálogo dos
pais com seus filhos adolescentes, da mesma forma como os pais supervisionam o
ambiente social de seus filhos. É importante distinguir o uso saudável das telas do uso
patológico, quando assume características de dependência, na qual o jovem modifica
hábitos de alimentação, sono, estudo e interações sociais para manter-se logado,
podendo trazer-lhe prejuízos funcionais e sofrimento clinicamente significativo, como
no caso fictício da Mariana.
ORIENTAÇÕES AOS PAIS
- Promova um ambiente familiar com mais atividades coletivas e sem telas com os
adolescentes, como atividades ao ar livre em contato com a natureza, atividades
esportivas, culturais e lúdicas. Lembre-se que exemplos são mais potentes do que
conselhos: adultos com menos telas, adolescentes com menos telas;
- Crie um ambiente de diálogo e respeito, ofertando apoio e escuta ao adolescente
diante de suas dificuldades e angústias. Isso poderá fortalecer sua autoestima;
- Converse com o adolescente sobre os riscos reais das redes (bullying, cyberbullying,
jogos de “desafios perigosos”, dentre outros) e sobre formas de proteção da
privacidade e uso consciente da imagem;
- Estabeleça acordos claros com os adolescentes de modo a não exceder três horas de
uso de telas por dia, no intuito de manter uma rotina mais saudável, dinâmica e menos
sedentária;
- Estimule a identificação de novos hobbies e interesses pelos adolescentes, como
leitura, escrita, música, habilidades artísticas, esportivas, gastronomia, dentre outros;
- Incentive relacionamentos interpessoais fora das telas, mediante supervisão; e
- Ao observar dificuldades emocionais associadas ao uso excessivo de telas, tais como:
sintomas de ansiedade e depressão, alterações do sono, de alimentação, queda no
desempenho escolar e isolamento social, procure a ajuda de um profissional psicólogo.
Referências:
Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). TIC Kids Online Brasil, 2021: Pesquisa
sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil. São Paulo: CGI.br, 2021. Disponível em: https://www.cetic.br. Acesso
em 14jan2025.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar- PeNSE 2019. Rio de Janeiro: IBGE,
2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br. Acesso em 14jan2025.
Sociedade Brasileira de Pediatria [Internet], Rio de Janeiro: SBP, 2019. Menos telas, mais saúde: manual de Orientação, 2019.
Disponível em: https://www.sbp.com.br. Acesso em 13jan2025.
SOFIA HELENA AMARANTE DA SILVA RAMOS
Capitão de Fragata (S)
Encarregada do Serviço de Psicologia da PNNSG