Construa hoje as lembranças do futuro. Viva momentos felizes com os idosos. 👴🏽🧓
Este assunto já foi abordado inclusive em filmes e séries de TV. Mas você sabia que, apesar de não ter cura, a doença de Alzheimer tem tratamento e pode ser adiada?
Que tal tirar dúvidas com uma geriatra? A Capitão de Corveta (Md) Talita, Assistente do Núcleo de Atendimento ao Idoso na Marinha (NAIM) da PNNSG, explica abaixo diversos detalhes sobre a doença.
O que é a doença de Alzheimer?
A Doença de Alzheimer é a principal causa de demência que afeta a população idosa no mundo. Trata-se de uma doença neurodegenerativa e progressiva que afeta a memória e a capacidade funcional do portador, tornando-o dependente de terceiros.
Quais são os sintomas do Alzheimer?
O primeiro e mais marcante sintoma é o esquecimento para fatos recentes. Outros sintomas são: alteração de linguagem, dificuldade em realizar tarefas que antes fazia bem (perda funcional), alterações de comportamento e do sono, entre outros.
Há tratamento?
Sim. Os tratamentos disponíveis não são capazes de curar a doença, mas têm o objetivo de retardar sua progressão e controlar as alterações de comportamento.
É possível prevenir o Alzheimer?
Não é possível prevenir totalmente, mas é possível adiar o surgimento de sintomas adotando um estilo de vida saudável e estimulando o cérebro com leituras e aprendizagem.
Como saber se uma pessoa está com Alzheimer?
O diagnóstico de Doença de Alzheimer é clínico e baseado em critérios diagnósticos bem estabelecidos, que incluem alteração de memória somado a outras disfunções cognitivas.
Se houver desconfiança de que o esquecimento apresentado por um idoso não é um esquecimento normal, daqueles que qualquer pessoa pode apresentar, o ideal é que se procure o Serviço de Medicina Integral (SMI) para relatar os sintomas e, se o médico julgar necessário, o idoso será encaminhado ao Núcleo de Atendimento ao Idoso na Marinha (NAIM).
O geriatra fará uma avaliação ampla, solicitará alguns exames a fim de descartar outras causas de esquecimento e, junto com uma equipe de profissionais, aplicará testes de avaliação cognitiva.
Além disso, é importante um exame de sangue para afastar outras causas de esquecimento, como disfunção da tireoide e deficiência de vitaminas, por exemplo, e ainda, um exame de imagem cerebral como a Ressonância Magnética, que irá excluir outras causas de Demência, como AVC ou tumores intracranianos.
A avaliação final destes exames e testes permite firmar o diagnóstico de Doença de Alzheimer.
Há fatores de risco envolvidos?
Sim. Os principais fatores de risco são idade avançada, história familiar, isolamento social, depressão, baixa escolaridade e doenças cardiovasculares.
Os idosos têm mais chances de manifestar a doença?
Sim. A Doença de Alzheimer até pode se manifestar antes dos 60 anos, mas não é comum. A grande maioria dos portadores são idosos.
Qual a diferença entre demência e Alzheimer?
A demência é a síndrome, ou seja, o conjunto de sintomas. A Doença de Alzheimer é a causa. Melhor explicando, na doença de Alzheimer são acumuladas substâncias que causam dano ao cérebro. Esses danos levam à demência, que se traduz em esquecimentos, dificuldade em resolver problemas do cotidiano, alterações de linguagem e comportamento.
O que a Marinha tem a oferecer aos idosos, em termos de tratamento de saúde e qualidade de vida?
Os idosos têm a sua disposição o SMI, que é um serviço em que podem receber avaliação médica sem agendamento prévio, nas policlínicas. Nesse serviço, o idoso robusto (aquele que consegue ser independente) é encaminhado ao Programa de Saúde do Idoso, que sugere atividades como o Projeto Envelhecer (na Casa do Marinheiro) ou o Projeto Maturidade Saudável (no SASM). Caso o idoso seja considerado frágil, ou em risco de fragilização, é encaminhado ao NAIM.
O que é e como funciona o NAIM?
O Núcleo de Atendimento ao Idoso na Marinha (NAIM) é um serviço multidisciplinar que conta com profissionais especializados no atendimento ao idoso frágil, com o objetivo de gerenciar sua saúde, de modo a manter controladas as doenças crônicas, prevenir agravos à saúde e promover qualidade de vida.
Esse serviço existe nas Policlínicas de Niterói e Nossa Senhora da Glória, no Ambulatório Naval da Penha e nos Hospitais Navais de Brasília, de Belém, de Natal e de Recife.
Como a pandemia da COVID-19 influenciou na qualidade de vida dos idosos? Há sugestões de atividades a serem retomadas para manter a vida social?
A pandemia de COVID-19 causou danos para a saúde dos idosos de uma forma geral. Muitos ficaram viúvos, a grande maioria experimentou um isolamento social prolongado e isso causou problemas como ansiedade, depressão, sedentarismo e insônia.
É muito importante que as atividades sociais sejam retomadas de forma responsável, mantendo as orientações de higiene, como uso de máscara em locais fechados e mantendo as mãos limpas, além, é claro, de manter em dia o calendário vacinal.
A expectativa de vida tem aumentado. Quais as dicas para um envelhecimento ativo e saudável?
É importante se manter atento ao mundo a nossa volta. Procurar aprender algo que ainda não sabe e se manter atualizado, praticar exercícios físicos e manter alimentação saudável e vínculos sociais ativos.