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A Doença de Parkinson

  • Publicado em 03/04/2017 - 20:28
  • Atualizado em 14/06/2017 - 11:38
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Durante o mês de abril, em homenagem ao nascimento do médico James Parkinson, a comunidade médica e a população se voltam para a doença, que foi descrita por ele em 1817, e que permanece como um desafio à ciência até os dias atuais.

Doença neurológica conhecida popularmente como Mal de Parkinson, a Doença de Parkinson é crônica e progressiva e afeta a chamada substância negra, região do cérebro responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor, ou seja, uma substância química cerebral, que participa, além de outras funções, do controle dos movimentos automáticos.

A perda de neurônios daquela região leva à falta de dopamina e à perda do controle motor, ocasionando sinais e sintomas que caracterizam a doença, como o tremor, a rigidez, a lentidão de movimentos, o desequilíbrio postural. Podem também estar presentes a falta de expressão facial, alteração do ritmo intestinal e do sono.

O fator mais importante relacionado à Doença de Parkinson é o envelhecimento. Em alguns indivíduos, o envelhecimento provoca uma perda mais acentuada dos neurônios da substância negra, o que leva ao início dos sinais e sintomas geralmente entre os 50 e 60 anos de idade. Conforme a idade avança, aumentam as chances de desenvolver a enfermidade.

Também existem causas chamadas secundárias para o desenvolvimento dos sintomas e sinais da doença, como o uso de determinados medicamentos e drogas ilícitas, podendo ocorrer em pessoas mais jovens, antes dos 50 anos de idade. No entanto, na maioria dos casos, em torno de 70%, trata-se da própria Doença de Parkinson, primária.

O diagnóstico é feito pelo especialista e em muitos casos não é tarefa fácil, por ser um diagnóstico clínico e o paciente encontrar-se numa fase inicial da doença, por exemplo.

Atualmente, existe tratamento para o controle da doença, mas ainda não há cura. O tratamento é feito com medicamentos e, em alguns casos selecionados com muito critério pelo neurologista, pode ser feito procedimento cirúrgico para o controle dos sintomas, quando os medicamentos disponíveis tiverem falhado, apesar da adesão do paciente.

Uma abordagem multidisciplinar é muito útil no controle do quadro clínico, como fisioterapia, fonoaudiologia, suporte nutricional e psicológico, além da realização de atividade física regular.

O mais importante é ter em mente que nem todo tremor, nem todo desequilíbrio postural e nem toda alteração do ritmo do sono estão relacionados à Doença de Parkinson, porém não significa que esses sinais devem ser ignorados por familiares e pacientes.

A melhor estratégia é conversar com o médico, profissional que terá condições de avaliar se é o caso de uma consulta com o neurologista.

Duzentos anos após o primeiro relato da Doença de Parkinson, muitos avanços já foram feitos, tanto no entendimento de seus sintomas e sinais, suas causas, a área cerebral afetada quanto nos medicamentos e as terapias coadjuvantes utilizados para seu controle e que auxiliam a frear sua progressão.

Pacientes, familiares e amigos esperam, e a comunidade científica, médicos e terapeutas se empenham para que se descubra mais sobre a Doença de Parkinson, para que o controle dos sintomas se torne mais prolongado e duradouro, e haja melhora a cada dia na qualidade de vida do paciente parkinsoniano.

Greice Cardoso de Carvalho Silva
Capitão de Fragata
Neurologista
Membro da Junta Regular de Saúde
Centro de Perícias Médicas da Marinha


 


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