Dentre os temas inerentes às pessoas com deficiências, a inclusão é um dos principais a ser considerado. É fundamental refletir, entretanto, que a inclusão começa desde o primeiro momento de qualquer sopro de vida humana, quando a família recebe uma criança em casa e quando tem acesso às condições adequadas de pré-natal.
A inclusão deve continuar logo após o nascimento, com o acesso aos serviços de saúde, que possibilitam diagnóstico e atenção precoce às famílias, incluindo o atendimento multiprofissional e medicamentos de acordo com o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Este documento tem o objetivo de implementar novas iniciativas e intensificar ações já existentes, como fortalecer a participação da pessoa com deficiência na sociedade, eliminando barreiras e permitindo o acesso aos bens e serviços disponíveis. No Sistema de Saúde da Marinha contamos com a atuação do Grupo de Avaliação e Acompanhamento de Pacientes Especiais (GAAPE), que funciona na Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória (PNNSG) e oferece o atendimento preconizado pela legislação vigente aos usuários especiais.
Após a confirmação de qualquer diagnóstico (ou até antes disso), começa a saga familiar de matricular o filho numa escola. Até então, o relacionamento provavelmente restrito aos familiares dá segurança e proteção, mas chega o primeiro momento oficial em que a criança será desafiada aos relacionamentos recíprocos com outros de sua idade, posicionando-a socialmente através da exigência de habilidades sociais. Tal desafio se faz constante durante toda a sua vida, nos vários contextos em que possa estar inserido.
É muito importante que as famílias sejam amparadas e que todos conheçam as possibilidades de apoio disponíveis em cada cidade, onde existem serviços públicos atrelados às universidades, redes governamentais e ONGs, bem como serviços particulares especializados.
Profissionais da saúde e educação e instituições devem convergir seus esforços, buscando formação e entendimento ético para intervir na vida da pessoa com deficiência, com todos os componentes de suas habilidades e dificuldades, sendo necessário o reconhecimento do indivíduo numa dimensão maior do que seu déficit. É fundamental que a pessoa com deficiência seja reconhecida como alguém que tem desejos e anseios e que pode amar a vida.
Seguem dicas práticas de atitudes que podem auxiliar a inclusão:
Pessoas com deficiência/Famílias | Pessoas sem deficiência |
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Eduque seu filho buscando ensinar-lhe virtudes de boa convivência e fortaleza. |
Procure não julgar ou olhar assustado quando presenciar birras de crianças em lugares públicos. |
Seja paciente, firme e carinhoso(a) quando for ensinar-lhe questões de conduta. |
Procure não demonstrar pena ao ver as dificuldades de uma pessoa. Acredite, ela tem também habilidades e capacidade de superação. |
Ofereça oportunidades de comunicação adequadas a ele(a). Ele(a) tem o direito de ser compreendido(a) (um profissional pode ajudar). |
Demonstre paciência e interesse nas tentativas de comunicação adequadas direcionadas a você. |
Demonstre confiança na capacidade de seu familiar com deficiência, educando com ações positivas. |
Eduque seus filhos para serem bons amigos e sensíveis à vida dos que os cercam. |
Procure tratamento adequado e peça orientações para promover a autonomia e independência em casa e na rua. |
Não obstrua passagens públicas de acesso e não utilize assentos, estacionamentos, filas etc. de uso exclusivo de pessoas com deficiência. |
A inclusão é, antes de tudo, um dever e uma ação de todos para um mundo baseado na normatização do respeito mútuo e empatia.
1ª Tenente (RM2-S)
Terapeuta Ocupacional do GAAPE
Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória