Existem diversos tipos de câncer que podem aparecer na boca, sendo que o mais comum no Brasil é o carcinoma de células escamosas (CEE), correspondendo a aproximadamente 95% das lesões malignas nesta região.
É o sétimo tipo de câncer mais frequente em homens e o nono em mulheres. A língua é o local mais comum (44%) e seu desenvolvimento está associado ao tabagismo, ao alcoolismo e à radiação solar. O efeito simultâneo do álcool e do tabaco pode aumentar em até 100 vezes o risco de se desenvolver a doença.
Os principais sinais que devem ser observados são:
- Lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias;
- Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, palato (céu da boca), mucosa jugal (bochecha);
- Nódulos (caroços) no pescoço; e
- Rouquidão persistente.
Nos casos mais avançados, pode-se apresentar dificuldades de mastigar, de engolir e durante a fala, além da sensação de que há algo preso na garganta.
Segundo dados da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC), o Brasil é o segundo país com maior taxa de incidência de câncer bucal do mundo, perdendo a liderança apenas para a Índia.
O desconhecimento e a falta de recursos dos profissionais de saúde (aliados ao medo e ao preconceito dos pacientes) atrasa o diagnóstico, o tratamento e piora o prognóstico do carcinoma de células escamosas.
Se diagnosticado no início e tratado de maneira adequada, a maioria (80%) dos casos desse tipo de câncer tem cura. Geralmente, o tratamento emprega cirurgia e radioterapia de forma isolada ou associada.
Diante de alguma lesão que não cicatrize, em um prazo máximo de 15 dias, procure sempre uma avaliação com um médico ou dentista. A visita periódica ao profissional de saúde ajuda no diagnóstico precoce do câncer de boca, porque torna possível a identificação de lesões suspeitas. Cuide da sua saúde, cuide de você!
Capitão-Tenente(CD)
Ajudante da Clínica de Periodontia
Odontoclínica Central da Marinha