
A vacina BCG, feita com o bacilo de Calmette-Guérin, que é uma forma enfraquecida da bactéria que causa a tuberculose, é cientificamente comprovada como segura e eficaz.
Embora não impeça uma pessoa de contrair tuberculose ao longo da vida, a vacinação precoce é essencial para proteger as crianças contra as formas graves da doença (a forma disseminada e a meningite) desde os primeiros dias de vida. Bebês e crianças, com o sistema imunológico ainda em desenvolvimento, são mais vulneráveis aos efeitos da doença. Além disso, a vacina oferece uma proteção parcial contra outras doenças, como a hanseníase.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, nos países onde a tuberculose é frequente e a vacina integra o programa de vacinação infantil, previnem-se mais de 40 mil casos anuais de meningite tuberculosa. Impacto como este depende de alta cobertura vacinal, razão pela qual é tão importante que toda criança receba a vacina BCG.
Porém, fatores como a desinformação têm feito com que famílias e responsáveis decidam não vacinar as crianças. O estado do Espírito Santo, por exemplo, registrou 60% de cobertura da vacina BCG em 2023, a menor taxa do país no ano. De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, nos seis primeiros meses de 2024, a cobertura vacinal desse imunizante atingiu 86% em todo o país. O número já se aproxima do índice preliminar de todo o ano de 2023, quando 82% das crianças menores de um ano foram vacinadas.
Disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as crianças devem tomar a dose única ao nascer, preferencialmente. Na rotina dos serviços, a vacina está disponível para crianças menores de 5 anos de idade. E não é necessário nenhum cuidado prévio para a vacinação.
A vacina BCG geralmente deixa uma cicatriz de até 1 cm de diâmetro no braço direito. A reação inclui uma mancha vermelha que evolui para uma pequena ferida e depois cicatriza, não requerendo produtos, medicamentos ou curativos. A revacinação de crianças sem cicatriz não é mais recomendada pelo Ministério da Saúde desde 2019.
CT (Md) Renata Vieira
Infectologista
Hospital Naval Marcílio Dias