O Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA) é bem antigo. Sua história ultrapassa a casa dos cem anos. Remonta ao Curso de Maquinista e ao Curso de Náutica, que foram criados em 1892, pelo Presidente da República, Marechal Floriano Peixoto, por meio dos Decretos 101 e 102 de outubro daquele ano, sendo o Ministro da Marinha á época, o Almirante Custódio de Mello.
Sua primeira sede instalou-se em uma sala do prédio da antiga Inspetoria do Arsenal de Marinha, onde fora antes o Convento de São Boaventura dos Religiosos da Conceição do Beira de Minhos, onde hoje se situa o Comando do 4º Distrito Naval.
Em 1907, além dos cursos ja ministrados, foram implantados novos cursos tais quais os Cursos de Comissários e de Radiotelegrafistas, o que ocasionou nova transformação. Surgiu, então, a Escola de Marinha Mercante do Pará (EMMPA), que deixou a pequena sala do Arsenal de Marinha para ocupar o seu novo prédio de dois andares, chantado, também, em terreno do Comando do 4º Distrito Naval .
A EMMPA continuou formando e adaptando fluviários, pilotos, maquinistas, radiotelegrafistas e comissários até que, por força do progresso tecnológico, foi novamente transformada pelo Decreto nº 71.718 de 16 de janeiro de 1973 em Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar, por sugestão do historiador paraense Augusto Meira Filho. O recém-criado Centro teve como seu primeiro comandante o Capitão-de-Fragata LOURIVAL ANCHIETA (13 de janeiro de 1973 a 21 de janeiro de 1976).
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O nome do Centro é uma homenagem ao "Almirante Braz Dias de Aguiar" (1881-1947), que p articipou de atividades hidrográficas no Rio Amazonas e ao longo do litoral brasileiro, instalou e determinou as coordenadas geográficas de estações termo-pluviométricas em Manaus, Boa Vista, S.Gabriel da Cachoeira, Benjamin Constant, Tabatinga, Fonte Boa, Coari, Manicoré e Parintins; e pela sua atuação destacada nas atividades hidrográficas foi posto, em 1910, à disposição do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de ajudante da Comissão Brasileira de Limites com a Bolívia, vindo a exercer, posteriormente, o cargo de Chefe da Comissão Brasileira Demarcadora de Limites, Setor Norte.
As diversas transformações pelas quais passou a antiga Escola de Marinha Mercante do Pará foi uma conseqüência e imposição da mesma evolução e modernização da Marinha Mercante brasileira, do crescimento da indústria de construção naval, da expansão do comércio exterior e da preparação e treinamento de mão-de-obra especializada para operação dos navios. Seu atual regulamento não limita mais a área de atuação profissional, bem como suas instalações provêm todo o apoio para que alunos de outros estados possam, em regime de internato, usufruir, também dessa opção de carreira.
Hoje o CIABA está localizado à Rodovia Arthur Bernardes, n° 245, Bairro do Pratinha, Belém, PA, numa área construída de 146.869 metros quadrados e é considerado com destaque como sendo um dos melhores estabelecimentos congêneres do mercado no mundo.
Desde os primórdios até os dias atuais, a finalidade do processo histórico EMMPA/CIABA tem sido formar pessoal para a Marinha Mercante nas especialidades de Náutica e Máquinas, além de vários cursos de formação de pessoal subalterno (fluviários e portuários). Assim, após a conclusão do curso, que tem a duração de 4 anos em nível superior, são declarados Bacharéis em Ciências Náuticas e ainda recebem a Carta-Patente de Segundo-Tenente da Reserva Não Remunerada (RNR) da Marinha do Brasil.
A Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM) é o alicerce do Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA). E para falarmos da EFOMM se faz necessário aludir a toda a história deste empreendimento que possibilitou consolidar a tradição, quase secular, da formação de homens forjados para as lides do mar e do rio.
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