CENTRO DE AUXÍLIOS À NAVEGAÇÃO ALMIRANTE MORAES REGO (CAMR)
O Centro de Auxílios à Navegação Almirante Moraes Rego (CAMR) foi criado pelo Decreto nº 56.565, de 9 de julho de 1965. Sucessor da antiga “Repartição de Faróis”, fundada em 26 de janeiro de 1876, o CAMR presta, em sua denominação, uma justa homenagem a memória de um ilustre marinheiro que dedicou, com empenho e sacrifício, muitos anos de sua vida à Marinha: o Vice-Almirante Tácito Reis de Moraes Rego.
O CAMR é o núcleo atual de uma atividade iniciada no Brasil há quase três séculos com o acendimento do farol de Santo Antônio, na Bahia, em 1698, primeiro que se tem notícia no Continente Americano, e possui a missão de, “Planejar, executar e controlar as atividades relacionadas aos auxílios à navegação na área marítima de interesse do Brasil e nas vias navegáveis interiores, a fim de contribuir para a segurança da navegação”.
Com uma participação cada vez mais ativa no âmbito da Associação Internacional de Autoridades em Auxílios à Navegação Marítima e Faróis (IALA), o CAMR vem acompanhando o desenvolvimento das novas tecnologias em termos de auxílios à navegação, visando manter-se na vanguarda no que diz respeito a essa importante vertente da segurança da navegação.
A Marinha do Brasil, através de suas 26 Organizações Militares responsáveis por atividades de Sinalização Náutica (OMSN), das quais o CAMR é uma delas, mantém cerca de 1.200 auxílios à navegação. Assim, nas diferentes regiões do País, exceto no litoral do estado do Rio de Janeiro (RJ), cabe aos Serviços de Sinalização Náutica (SSN) e aos Centros de Hidrografia e Navegação (CHN), diretamente subordinados aos Distritos Navais com jurisdição sobre essas áreas, e atuando sob a supervisão técnica do CAMR, estabelecer, manter e operar os sistemas de auxílios à navegação de responsabilidade da Marinha. Fora da sede do CAMR, no Rio de Janeiro, e das sedes dos SSN e dos CHN, localizadas em Rio Grande (RS), Salvador (BA), Natal (RN), Ladário (MS), Paranaguá (PR), Manaus (AM) e Belém (PA), a manutenção e a fiscalização dos serviços relacionados aos auxílios à navegação ficam a cargo das Capitanias dos Portos e de suas Delegacias e Agências.
Além da manutenção e controle, a Marinha também tem como uma de suas atribuições, fiscalizar a operação dos auxílios à navegação que estão sob a responsabilidade de outras entidades, totalizando cerca de 4.500 sinais náuticos no País, sendo, em sua maioria, faroletes, balizas e boias que compõem os canais de acesso a portos e terminais privados. Todo esse complexo sistema de auxílios à navegação é distribuído ao longo de 6.485 km de litoral, onde se encontra, em média, um farol para cada 48 km de litoral; e, ainda, ao longo da vasta rede navegável do potencial hidroviário brasileiro, de cerca de 50.000 km, equivalente a quase 7 vezes a extensão do litoral do País. Para acompanhar o aumento da tonelagem transportada pelas hidrovias, os auxílios à navegação existentes encontram-se em desenvolvimento acelerado.
Nesse contexto, cabe ressaltar que, o CAMR possui como atribuições, controlar e manter 300 auxílios à navegação ao longo do litoral do Rio de Janeiro, manter operacional a rede de correção DGPS brasileira, prestar assessoria à DHN no que diz respeito aos assuntos afetos ao Serviço de Tráfego de Embarcações (VTS) e realizar análise de projetos de balizamento elaborados pelas Autoridades Portuárias e Terminais de Uso Privado. Todo esse esforço visa contribuir para o incremento da segurança da navegação e para o desenvolvimento nacional, através das atividades relacionadas aos auxílios à navegação.
O planejamento que orienta as ações do CAMR, delineado para horizontes de curto, médio e longo prazos, busca atender às perspectivas que se afiguram para a Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) no campo dos auxílios à navegação. Esse planejamento obedece, em essência, a três fases: atendimento das necessidades imediatas dos auxílios à navegação; sua expansão e seu aperfeiçoamento; e sua atualização técnica, com emprego de equipamentos de alto nível.
Outro aspecto de suma importância, relacionado aos auxílios à navegação, diz respeito a seus recursos humanos. O pessoal militar dedicado às lides dos auxílios à navegação deve possuir vocação específica, integral dedicação ao serviço e elevado grau de desprendimento. Guarnecer um farol isolado em ilhas inóspitas, afastado de centros urbanos, distante de comunidades sociais, ou dar cumprimento a arriscadas tarefas em manutenção de boias, muitas vezes em condições de mar extremamente desfavoráveis, requer indivíduos de características muito especiais.
Historicamente, o elemento fundamental de nossa atividade continua sendo o tradicional faroleiro que, sozinho ou com sua família, vem atuando através dos séculos como guardião, ao longo de nosso extenso litoral, da luz que guia os navegantes.
Para executar as tarefas relacionadas aos auxílios à navegação ao longo de nosso litoral e rios, construção e manutenção de faróis e radiofaróis, implantação e manutenção de boias e fiscalização de balizamentos mantidos por terceiros, nosso serviço conta com Navios, Avisos e Lanchas Balizadoras, sediados nos portos mais importantes do País.
“Se marcares, ao largo, o lampejo de um farol a mostrar o caminho,
Saberás ser o nosso desejo, que jamais tu navegues sozinho”
(Trecho da Canção do Hidrógrafo)