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Investimento estratégico na “economia azul” impulsionará pesquisas na costa brasileira, o fortalecimento da indústria naval e o incentivo à descarbonização da frota marítima
24/01/2024 - Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Vanessa Mendonça - Rio de Janeiro, RJ
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou hoje (24), a bordo do Navio de Pesquisa Hidroceanográfico “Vital de Oliveira”, da Marinha do Brasil (MB), um novo pacote de investimentos intitulado BNDES AZUL. A iniciativa é destinada ao desenvolvimento da economia azul, também conhecida como economia do mar.
Durante o evento, o Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, assinou o contrato do Planejamento Espacial Marinho (PEM) para a região Sul, que se destina à elaboração de estudo técnico, integrante do processo de implantação do projeto-piloto de planejamento espacial marinho na região Sul do Brasil. Além disso, houve o lançamento do edital do PEM para a região Sudeste e o anúncio de ações referentes à infraestrutura e indústria naval.
‘‘Nós já tivemos uma indústria pujante de construção naval nos anos 70. Como é que um país que é um dos três países do mundo que constrói e certifica avião, não vai fazer navios? Nós precisamos fazer navios. A Marinha do Brasil é vanguarda nesse processo, usando toda a inteligência demonstrada desde o Almirante Álvaro Alberto. Toda a pesquisa nuclear no Brasil foi feita a partir da Marinha. Nós temos que avançar e espero que hoje seja mais uma contribuição para a gente juntar o BNDES Azul com o BNDES Verde, os oceanos com a sustentabilidade ambiental e climática”, reforçou.
A iniciativa é resultado de um protocolo de intenções assinado pelo Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, em outubro do ano passado. De acordo com o Comandante de Operações Navais e Diretor-Geral de Navegação, Almirante de Esquadra Wladmilson Borges de Aguiar, que esteve presente no evento, o BNDES Azul fomenta o uso sustentável do ambiente marinho, de forma a não apenas propiciar o crescimento econômico e gerar empregos e divisas, mas também afiançar necessária segurança jurídica para os investidores e para o Estado brasileiro.
‘‘Nesse setor tão diversificado e interconectado como o marítimo, onde atividades como navegação, pesca, exploração de recursos e energias renováveis ocorrem simultaneamente, um arcabouço legal sólido é essencial para garantir a ordem e a proteção dos serviços. Nesse rumo, certamente, o Planejamento Espacial Marinho (PEM) abordará todas essas questões, a fim de conciliar os interesses dos diversos atores envolvidos’‘, ressaltou.
Saiba mais sobre a Economia Azul
O Brasil possui, sob sua jurisdição, uma área oceânica com cerca de 5,7 milhões de km², que é fundamental para a economia do País. Chamada de Amazônia Azul, essa região compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, solo e subsolo marinhos contidos na extensão atlântica que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira. Esse extenso espaço marítimo dispõe de grande diversidade de recursos naturais, a exemplo de pescados, bem como riquezas minerais e energéticas, incluindo fosfato, hidratos de gás e petróleo.
Geralmente, as pessoas associam o mar a lazer e férias, – de fato, o mar proporciona infintos atrativos turísticos – mas nem todos se dão conta da importância econômica de todas as atividades ligadas ao mar, que envolvem, ainda, transporte marítimo, pesca e aquicultura, e a indústria naval. Mais de 95% do comércio exterior brasileiro se dá por via marítima; e, da Amazônia Azul, são extraídos cerca de 95% do petróleo, 80% do gás natural e 45% do pescado produzidos no país. A contribuição do oceano para a economia do Brasil corresponde a cerca de 19% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, sendo 2,6% oriundos de atividades diretamente relacionadas ao mar e 16,4% das atividades indiretamente relacionadas.
A importância econômica do espaço marítimo é uma realidade mundial. Estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que, até 2030, é previsto um crescimento anual de 3,5% para as indústrias globais baseadas nos oceanos, com perspectiva de geração de milhões de empregos. Também segundo projeções da OCDE, a demanda pelo comércio marítimo triplicará entre 2015 e 2050, respondendo os navios por mais de 75% do transporte global de carga.
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Fonte: Agência Marinha de Notícias