O Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) tem origem no Projeto Cabo Frio, idealizado pelo Almirante Paulo de Castro Moreira da Silva, então Diretor do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM), cuja vida foi dedicada profundamente ao estudo do oceano que hoje o abriga pela eternidade. Em 1956, o então Capitão-de-Corveta Paulo Moreira montou um projeto de reconhecimento das condições de fertilização das águas ao largo da costa do Brasil que identificou, entre três áreas, a região fronteira ao Cabo Frio, influenciada pela Ressurgência, como interessante para o desenvolvimento de um empreendimento com o propósito, entre outros, de produzir proteínas a partir da riqueza natural dessas águas.
O Projeto Cabo Frio, iniciado em 1971 e instalado efetivamente em Arraial do Cabo em 1974, tinha, no entanto, três propósitos maiores: ser auto-suficiente financeiramente pela produção de gelo para a indústria de pesca; desenvolver a fertilização das enseadas fronteiriças a Arraial do Cabo, para a produção de peixes, mariscos e camarões; e ser uma universidade do mar, onde estudantes das diferentes profissões adquiririam conhecimentos oceanográficos necessários a elas, visando à materialização da audaciosa idéia do Almirante Paulo Moreira, de conscientizar a juventude sobre a importância do oceano para a vida e para o futuro.
Em 26 de abril de 1984, foi criado o Instituto Nacional de Estudos do Mar (INEM) que, aproveitando os trabalhos realizados, os pesquisadores e as instalações do Projeto, destinava-se a assegurar e racionalizar os estudos necessários ao conhecimento e à utilização do oceano e das águas interiores nacionais. Em março de 1985, em homenagem ao seu idealizador, o Instituto recebeu sua denominação atual, estando hoje diretamente subordinado ao Centro Tecnológico da Marinha no Rio de Janeiro (CTMRJ).
Atribuições
Compete ao IEAPM:
- planejar e executar as atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico nas áreas de Oceanografia, Meteorologia, Hidrografia, Geologia e Geofísica Marinhas, Instrumentação Oceanográfica, Acústica Submarina e de Engenharia Costeira e Oceânica;
- promover, estimular, participar e apoiar a realização de pesquisas de interesse da Marinha do Brasil, no âmbito de universidades, instituições e entidades governamentais e privadas, relacionadas às atividades de sua área de atuação;
- manter intercâmbio técnico com as demais Forças Singulares e com universidades, instituições e entidades governamentais e privadas no Brasil e no exterior, acompanhando a evolução científica e tecnológica; e
- preservar, manter atualizada e ampliar a capacitação necessária para a execução de suas tarefas. Neste contexto, contribuindo para a garantia da nossa soberania no mar e em proveito do nosso poder naval e do desenvolvimento nacional, o IEAPM desenvolve hoje diversas atividades, muitas de interesse dual, em parceria com organizações militares da Marinha do Brasil, órgãos governamentais, empresas públicas e privadas, universidades e institutos de pesquisa.