Atualizado em: 15/08/2022
Ao final de agosto de 2019, relatos de ocorrências de manchas oleosas em algumas praias do nordeste do Brasil começaram a surgir. Tais relatos foram inicialmente restritos aos estados da Paraíba (PB), Pernambuco (PE) e Rio Grande do Norte (RN) (IBAMA, 2019). No entanto, ao final da emergência ambiental representada pelo incidente, todos os estados do nordeste e os estados de Espírito Santo (ES) e norte do Rio de Janeiro tiveram ocorrência de resíduos oleosos de mesma origem, qual seja o óleo do nordeste. Ao todo foram recolhidos mais de 5.000 toneladas de resíduos e o incidente atingiu uma extensão da linha da costa superior à 3.000 (km).
Embora este não tenha sido o primeiro derramamento de óleo em águas brasileiras, o incidente é considerado um dos mais sérios (senão o mais sério) episódio de poluição por óleo que já ocorreu no Brasil em vista da grande extensão da costa afetada.
A origem do derramamento não foi identificada prontamente e não houve relatos de incidentes com navios ou plataformas de petróleo que poderiam estar causando os derramamentos. Então, uma investigação foi conduzida para encontrar sua origem e explicar por que essas manchas de óleo continuaram a atingir o litoral nordestino a uma distância cada vez maior dos locais onde ocorreram as primeiras ocorrências.
Também foi observada a ocorrência de descargas oleosas não relacionadas, tanto na região afetada quanto em áreas não afetadas pelo incidente principal, como em Ilha Bela (SP) e Fernando de Noronha. Tais ocorrências inesperadas, que sugerem eventos crônicos, foram detectadas devido às enormes repercussões decorrentes do derramamento quando as equipes de resposta realizaram busca ativa em todas as regiões do litoral onde naquele momento foram registrados resíduos oleosos. A partir desses resíduos, encontrados mesmo em regiões distantes da costa, como o arquipélago de Fernando de Noronha, é possível inferir que descargas oleosas irregulares e recorrentes estão sendo realizadas por navios em mar aberto. Eventualmente, tais descargas podem atingir a costa, causando danos ao meio ambiente.
O LGAF atuou ativamente nas ações de resposta e investigação da origem desse incidente. O laboratório atuou tanto na caracterização de sua abrangência quanto na investigação das fontes consideradas suspeitas.
Militares da Marinha do Brasil coletando amostras de óleo nas praias do nordeste.