COMPÓSITOS SUSTENTÁVEIS E MADEIRA PLÁSTICA

     O assunto madeira plástica tem uma grande repercussão, principalmente entre designers (desenhistas industriais) e arquitetos. Esses profissionais estão desejando utilizar esse tipo de madeira para permitir o fornecimento de artefatos ambientalmente corretos para a sociedade. Segundo a definição dada pela American Society for testingand Materials (ASTM D 6662), a expressão madeira plástica aplica-se a produtos manufaturados com conteúdo de plástico superior a 50% em massa, que possuem genericamente seção transversal retangular, apresentam dimensões típicas dos produtos de madeira industrializada

     A madeira plástica pode ser trabalhada com as ferramentas convencionais de carpintaria, podendo ser aplainada, serrada, aparafusada e pregada como a madeira natural. Além disso, apresenta vantagens sobre a maneira natural como grande impermeabilidade, elevada resistência à deterioração, ao mofo e a cupins e não requer pintura ou manutenção regulares, permitindo sua utilização em ambientes nos quais a madeira natural não resiste por longos períodos de tempo, como locais úmidos ou submersos em água, tais como na estrutura de diques em águas costeiras.

     Durante a década de noventa, surgiram algumas tecnologias visando à utilização de plásticos reciclados em produtos projetados para substituir a madeira em deques e cercas por produtos de madeira plástica reciclada. Ainda no início da década de noventa, a pesquisa e a reciclagem de plásticos foram iniciadas no Instituto de Macromoléculas (IMA), sob a orientação da professora Eloísa Biasotto Mano, apresentando um caráter pioneiro no Brasil.

      O início dessa pesquisa gerou duas dissertações de Mestrado no assunto, defendidas em 1993. A madeira plástica tem sido empregada na substituição da madeira natural tratada como arseniato de cobre cromatado (CCA) em aplicações em ambientes marinhos. A madeira plástica é preferida à madeira tratada com CCA, pois além de suas propriedades como resistência ao apodrecimento e elevada durabilidade, é também mais favorável do ponto de vista da preservação ambiental pelo fato de não ser usado produto químico perigoso na sua produção.

      As fibras naturais podem ser modificadas por métodos físicos e químicos. Os tratamentos físicos modificam as propriedades estruturais e superficiais da fibra e, desse modo, influenciam na interação com os outros, materiais. Dentre os métodos físicos mais conhecidos, podemos citar: alongamento, calandragem, tratamentos térmicos entre outros.             Assim, métodos químicos podem ser utilizados para modificar a estrutura e a superfície da fibra visando melhorar a aderência ou a interação desta com outro material, resultando em melhor desempenho das propriedades mecânicas destes materiais  (FRANCO, 2010).

(NASCIMENTO, Maria; DIAS, Ayres; DOMINGOS, Jorge. Pag Mar. ano 6, n. 6, p. 74, 2018

_  Adaptado)