AF-1B Skyhawk

Por volta de 1997 a Marinha do Brasil (MB) iniciou a busca por uma aeronave embarcada e o Skyhawk seria um modelo que facilmente se adaptaria ao NAeL Minas Gerais. A McDonnell Douglas surgiu então com uma proposta para a venda de um lote de aeronaves A-4 que estavam estocadas no Kuwait. A negociação avançou e já no final de 1997 o acordo estava praticamente acertado. No entanto, faltava resolver uma pendência burocrática, pois a MB não estava autorizada a operar aeronaves de asas fixas desde 1965.  
Em 8 de abril de 1998 o Presidente F. H. Cardoso assinou um decreto que permitiu a Marinha operar suas próprias aeronaves de asas fixas. Esse decreto deu respaldo ao acordo (Purchase Agreement) assinado no dia 30 do mesmo mês para a compra de 23 caças A-4KU por cerca de US$ 70 milhões.
No dia 5 de setembro de 1998 chegava ao porto do Forno (Arraial do Cabo-RJ) o navio mercante Clipper Ipanema trazendo todos os aviões adquiridos do Kuwait. Os aviões seguiram para São Pedro da Aldeia na semana seguinte por via terrestre, transportados em carretas.
Com o propósito de manter e operar as aeronaves, o Marinha criou o 1º Esquadrão  Esquadrão de Interceptação e Ataque (VF-1). Oficialmente o VF-1 foi criado o dia 2 de outubro de 1998, juntamente com as comemorações dos 82 anos de Aviação Naval Brasileira, realizadas na Base Aérea Naval de São Padre da Aldedia-RJ. Durante as comemorações, o A-4 matrícula N-1001 foi apresentado com um padrão de cor composto por um único tom de cinza médio.
O padrão definitivo de pintura baseou-se no esquema de camuflagem adotado pelo USMC com três tons de cinza. As duas primeiras aeronaves  (N-1021 e N-1022) foram pintadas dessa maneira em maio de 1999.
Para inspecionar todas as 23 células adquiridas, foi firmado um contrato de dezoito meses com a empresa norte-americana Kay & Associates Inc. em novembro de 1999. Além das inspeções determinadas pelo fabricante, coube à empresa avaliar todos os motores, acessórios, sobressalentes, equipamentos e materiais de apoio. Outro ponto do contrato previa o treinamento e a capacitação dos técnicos de manutenção do VF-1. No estágio final, os pilotos da Kay & Associates acompanhariam a transição dos pilotos brasileiros para o AF-1 e encerrariam as atividades qualificando-os para operações embarcadas no NAeL Minas Gerais. Pilotado por um contratado da empresa Kay & Associated Inc., o AF-1 matrícula N-1007 decolou pela primeira vez da pista de São Pedro da Aldeia às 14:23 horas no dia 26 de março de 2000 (RFA 19). No mês seguinte, foram oficialmente inauguradas as instalações do VF-1. Dois messe após o primeiro vôo de um AF-1 em sob brasileiro, o Capitão-Tenente Alvarenga realizou o seu vôo solo, tornando-se o primeiro piloto da marinha a voar um AF-1.
Entre 11 e 14 de setembro de 2000, foram realizadas as primeiras operações embarcadas. Estas consistiram basicamente na execução de toques e arremetidas no convôo do NAeL Minas Gerais. Foram empregadas cinco aeronaves (N-1004, N-1006, N-1007, N-1008 e N1012) (Skyhawk.org) que executaram mais de 90 passes nesses dias. A etapa seguinte consistia no tão esperado primeiro pouso, seguido do lançamento através de catapulta.
O dia 13 de janeiro de 2001 tornou-se uma data histórica para a aviação naval de asas fixas. Ao largo do Farol de Cabo Frio, a aeronave AF-1 de matrícula N-1006 realizou o primeiro pouso enganchado a bordo NAeL Minas Gerais. O Skyhawk pilotado pelo oficial da reserva de marinha norte-americana Dan Caning, tocou o convôo as 15:52. Três dias depois, ocorreria o primeiro lançamento de um A-4 a partir da catapulta do Navio Aeródromo.
No mês de maio de 2001, duas aeronaves do esquadrão VF-1 (N-1014 e N-1021) realizaram o primeiro vôo de longa duração. Depois de duas horas de vôo, os Skyhawk pousaram na Base Aérea de Santa Maria (RS). No dia 25, três dias após o pouso, os aviões retornaram para a Base de São Pedro D'Aldeia. O Skyhawk N-1021 ainda seria responsável por outra façanha antes do final do mês maio.
Embora o A-4 não seja uma aeronave supersônica, esse avião é capaz de realizar um mergulho onde a velocidade atingida pode ultrapassar a velocidade do som. Esse tipo de manobra pode ser necessário num combate aéreo. O primeiro vôo supersônico de uma aeronave da marinha, pilotada por um aviador brasileiro, ocorreu no dia 30 de maio de 2001. A aeronave de matrícula N-1021 atingiu a velocidade máxima de Mach 1,02.
Os A-4 da Marinha possuem um sonda no nariz para reabastecimento em vôo e podem ser equipados com kits tipo "Buddy-buddy". No entanto, essa técnica não era dominada pelos aviadores navais. Com o propósito de qualificá-los nesse tipo de operações o VF-1 contou com a colaboração da FAB. Entre os dias 15 e 19 de outubro de 2001, próximo a Arraial do Cabo, o esquadrão realizou o primeiro treinamento com uma aeronave KC-130 do 1º/1º GT e instrutores dos esquadrões 1º GAvCa e do 1º/16º GAv. Foram realizados 154 contatos e todos os pilotos da Aviação Naval foram qualificados.
Dentre as atividades conjuntas FAB-MB destaca-se também o exercício de interceptação aérea realizado em 11 de março de 2003. Nesta data, uma aeronave R-99 do 2º/6º GAV (sediado em Anápolis/GO), operando a partir da Base Aérea Naval São Pedro da Aldeia, realizou um exercício de interceptação com duas aeronaves AF-1 da Marinha.

Modernização

Os caças AF-1 da Marinha modernizados no Brasil são considerados a versão mais avançada do A-4 Skyhawk já desenvolvidas no mundo. O programa de atualização da aeronave inclui a substituição de antigos equipamentos de navegação e comunicação por recursos mais avançados, além da revitalização estrutural para prolongar a utilização dos jatos por aproximadamente mais 10 anos.
Um dos principais recursos de nova geração do AF-1 é o radar israelense EL/M 2032, que possui diferentes modos de operação. O equipamento pode realizar buscas ar-ar, ar-mar, ar-solo e navegação, além de ter a capacidade para rastrear 64 alvos marítimos simultaneamente a uma distância de até 256 km (160 milhas) – no modo ar-ar o alcance do radar é de 128 km.
A lista de novos itens no AF-1 ainda inclui aviônicos mais avançados (do tipo glass cockpit) e sistemas de geração elétrica e de oxigênio atualizados. Com essas modernizações, o caça da Marinha pode utilizar mísseis mais avançados e “bombas inteligentes”.