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Memórias de uma “Aspirantex” “Mesmo antes da viagem, eu
já estava decidido a optar
Comandante em Chefe da Esquadra, Vice-Almirante Claudio Henrique pelo Corpo da Armada, mas
Mello de Almeida, relembra fatos marcantes como Aspirante o empenho de todos a bordo,
Oficiais e Praças, para que o
‘Alagoas’ se saísse bem em
cada atividade, e o carinho
que demonstravam pelo navio,
contribuíram para a convicção
de minha escolha”
Em que ano o Senhor embarcou na “As- “Nosso Barco, Nossa Alma!”, contribuí-
pirantex” para fazer a escolha que defi- ram para a convicção de minha escolha.
niria sua carreira na Marinha?
A minha “Aspirantex” ocorreu no início Com base em sua experiência, que con-
de 1983, ocasião em que minha turma selhos daria ao Aspirante que ainda irá período de afastamento da família. Para
também fez a sua opção de Corpo. Em- embarcar em uma “Aspirantex”? muitos de nós, aquela seria a primeira
barquei no Contratorpedeiro (CT) “Alago- É natural que um Aspirante veja a ocasião em que ficaríamos tanto tem-
as”, junto com pouco mais de uma dezena oportunidade de embarcar em um navio po longe de casa e, vale dizer, em uma
de colegas, ávidos por conhecer como era da Esquadra com grande expectativa. época sem celular e internet. A receita
a vida no mar. A comissão contou com Com a minha turma não foi diferente. An- que usei e que serve para todos é se an-
grande número de navios da Esquadra, in- tes mesmo da comissão, começavam as tecipar aos desafios. Durante o primeiro
cluindo o Navio-Aeródromo Ligeiro “Minas perguntas: Em que navio vou embarcar? ano, era sempre voluntário para qualquer
Gerais”, na época o seu capitânia. Quais serão os portos? Será que vou me oportunidade de embarque. Com isso,
adaptar à vida de bordo? pude chegar à “Aspirantex” já tendo em-
Quais são as principais lembranças Os dois aspectos que, talvez, vís- barcado nos CT “Piauí” e “Espírito Santo”,
dessa época? semos como maiores desafios eram a e tendo visitado, pela primeira vez, os
Uma experiência de que me lembro apreensão sobre a opção de Corpo e o portos de Santos e Salvador.
vividamente foi a participação, quando
da atracação no Porto de Rio Grande,
nas comemorações da transferência da Aspirante Mello (1983)
sede do Comando do 5º Distrito Naval
para aquela cidade. Além de tomar parte
na cerimônia militar, um grupamento de
Aspirantes desfilou diante da população
local, junto com as tripulações dos na-
vios e a Banda Marcial do Corpo de Fu-
zileiros Navais.
Como era a rotina do senhor durante a
viagem? A operação influenciou a sua
escolha de Corpo e Habilitação?
Durante o período no mar, acom-
panhávamos os serviços nas diversas
estações do Navio: passadiço, Centro
de Informações de Combate, praças
de máquinas, além de participar de fai-
nas marinheiras, exercícios de tiro e de
Controle de Avarias. Mesmo antes da
viagem, eu já estava decidido a optar
pelo Corpo da Armada, mas o empenho
de todos a bordo, Oficiais e Praças, para
que o “Alagoas” se saísse bem em cada
atividade, e o carinho que demonstra-
vam pelo navio, expresso no seu lema
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