PROANTAR
Foram desenvolvidos pela Subcomissão para o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), com o apoio técnico de especialistas, procedimentos e recomendações para prevenir a disseminação da gripe aviária altamente patogênica (HPAI) em aves e mamíferos antárticos. O protocolo inclui seis fases diferentes, e tem como objetivo principal evitar a introdução e a disseminação da influenza aviária na região austral em função das atividades humanas ali desenvolvidas, além do monitoramento e comunicação de casos suspeitos aos demais operadores antárticos.
Também conhecida como influenza aviária ou H5N1, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta diversas espécies de aves, tanto domésticas quanto selvagens. A infecção se manifesta de formas que variam de assintomática ou leve a mais grave, com sintomas que incluem falta de energia ou apetite, diminuição da produção de ovos, problemas respiratórios e, em casos graves, morte. De acordo com pesquisadores, o impacto negativo da gripe aviária nas populações de aves e mamíferos antárticos poderá ser imenso, devido tanto à sua provável susceptibilidade à mortalidade por este vírus quanto ao seu agrupamento em grandes colonias de até milhares de pinípedes e centenas de milhares de aves, o que ocasiona uma transmissão rápida e eficiente do vírus.
Em outubro, quando a maioria dos países intensifica suas atividades no Continente Branco, os primeiros casos da influenza aviária foram confirmados em populações de skuas na ilha Bird, na Geórgia do Sul. Embora a migração natural das espécies aos locais de reprodução faça com que a presença do vírus na Antártica seja esperada, medidas de prevenção - adotadas na Estação Antártica Comandante Ferraz, no Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel e no Navio Polar Almirante Maximiano - podem minimizar sua dispersão, tais como treinamentos de biossegurança e divulgação de informações sobre a H5N1; desinfecção de vestimentas e botas; acesso às concentrações de fauna restrito aos pesquisadores diretamente envolvidos nas pesquisas; uso de equipamento de proteção individual para manuseio de amostras animais; e limitação de coletas próximo a colônias de aves e mamíferos, dentre outras.
As ações de prevenção e monitoramento implementadas estão de acordo com as recomendações do Comitê Científico sobre Pesquisa Antártica e o Conselho de Gerentes de Programas Antárticos Nacionais. O Plano de Prevenção à Influenza Aviária, a ser seguido durante a 42ª Operação Antártica, pode ser consultado em: https://www.marinha.mil.br/secirm/proantar/operantarXLII
Segundo especialistas, os pinguins e as focas, que nunca foram expostos ao vírus, não teriam imunidade prévia, o que os tornariam potencialmente mais vulneráveis.