NApOc “Ary Rongel” navegou ao sul do Círculo Polar Antártico - Cooperação Internacional

PROANTAR

No dia 1º de março, durante a 41ª Operação Antártica (OPERANTAR), o Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) “Ary Rongel” navegou ao sul do Círculo Polar Antártico, após atravessar o Estreito de Gerlache, localizado a noroeste da Península Antártica, quando demandou a Estação “Palmer”, integrante do Programa Antártico dos Estados Unidos da América (EUA). Durante o período em que o Navio esteve nas proximidades da Estação norte americana, houve saudações protocolares. Essas interações entre representantes dos Estados que atuam ao sul do paralelo 60º estão inseridas no contexto da “Diplomacia Antártica”, que reforça os laços para apoio mútuo e cooperação, previstos no Tratado da Antártica, ao qual o Brasil aderiu em 1975.

Embarcação da Estação Palmer a contrabordo do NApOc “Ary Rongel”, com a Estação norte-americana ao fundo

Ilhas e Montes Antárticos receberam nomes históricos brasileiros

Após as saudações em Palmer, o NApOc “Ary Rongel” demandou o rumo sul, com vistas a registrar presença em marcos toponímicos antárticos, os quais reverenciam personalidades do Brasil que contribuíram para o desenvolvimento da navegação e da ciência na Antártica. Na oportunidade, o “Gigante Vermelho” aproximou-se das Ilhas Cruls, do Monte Rio Branco e do Pico Almirante Alexandrino de Alencar.

As Ilhas Cruls foram batizadas com esse nome em homenagem ao astrônomo belga, naturalizado brasileiro, Luiz Cruls, que foi diretor do Observatório Nacional em 1881. Em 1882, participou da comissão enviada por D. Pedro II à cidade de Punta Arenas para observar a passagem de Vênus pelo disco solar. Em 1898, como diretor do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Cruls apoiou a expedição do belga Adrien de Gerlache, quando em escala no Rio de Janeiro, com destino à Antártica. Durante essa expedição, a bandeira brasileira foi hasteada pela primeira vez no continente Antártico por Gerlache, em homenagem aos brasileiros que o apoiaram no Rio de Janeiro.

Já o Barão de Rio Branco foi homenageado pelo explorador francês Jean-Baptiste Charcot com o batismo de um monte de 975 metros de altura, tendo em vista que, quando Ministro das Relações Exteriores, apoiou a expedição francesa de 1908, que também fez escala na cidade do Rio de Janeiro com destino à Antártica.

Assim como o Barão de Rio Branco, o Almirante Alexandrino de Alencar também foi homenageado pela expedição francesa de Charcot, com seu nome atribuído a um pico situado a 1.555 metros de altitude. O Almirante Alexandrino era o Ministro da Marinha e também prestou relevante apoio à expedição francesa por ocasião de sua passagem pelo Rio de Janeiro.

Depois de prestar homenagem aos brasileiros que tiveram seus nomes reverenciados na Antártica, o “Gigante Vermelho” prosseguiu no rumo sul e, na manhã do dia 2 de março, ultrapassou o Círculo Polar Antártico, nas proximidades do Estreito de Matha, ao norte da Ilha Adelaide.

Trajetória percorrida pelo NApOc “Ary Rongel”, passando pela Estação Palmer, pelos marcos toponímicos antárticos e ultrapassando o Círculo Polar Antártico

NApOc “Ary Rongel” navegando ao sul do Círculo Polar Antártico, nas proximidades da Ilha Adelaide

Essas atividades desenvolvidas no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) remontam os desafios e êxitos alcançados por brasileiros na busca do avanço da ciência nacional, e contribuem para o reconhecimento do Brasil como Estado atuante nas questões do continente Antártico. Além disso, demonstram os esforços da Marinha do Brasil para o avanço da cooperação internacional e do desenvolvimento científico.