Os recentes casos de febre amarela estão alarmando a população brasileira, que muitas vezes busca a imunização como única maneira de combater o problema sem levar em conta a importância da prevenção. O Saúde Naval vai esclarecer as principais dúvidas para que você entenda o que é a doença e saiba como evitá-la.
A febre amarela
É uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Quem contrai o vírus pode ou não apresentar sintomas. As primeiras manifestações são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunidade permanente. Já a forma mais grave da doença pode causar grande debilidade física, insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. Se não for instituído o tratamento adequado, pode levar à morte.
Transmissão
De acordo com Ministério da Saúde, a febre amarela ocorre nas Américas do Sul e Central e em alguns países da África, sendo transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Nas áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue, zika e chikungunya).
Como acontece a infecção?
Quando alguém que nunca contraiu o vírus ou tomou a vacina contra ele circula em áreas florestais e é picado por um mosquito infectado, poderá se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também acomete macacos, que desenvolvem a doença sem apresentar sintomas, mas têm a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.
Prevenção
A transmissão no meio urbano só é possível através da picada do mosquito Aedes aegypti. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados onde as larvas do mosquito possam se proliferar. Para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se fazer a aplicação de inseticida com fumacê. Outras medidas preventivas são o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.
Vacinação
A vacinação contra a febre amarela é indicada para aqueles que moram ou vão viajar para áreas com indícios da doença. A recomendação é se imunizar com, pelo menos, dez dias de antecedência.
Quais são as áreas afetadas?
De acordo com o Ministério da Saúde, toda a Região Norte e Centro-Oeste, parte do Nordeste (Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste e extremo sul da Bahia), do Sudeste (Minas Gerais, oeste de São Paulo e norte do Espírito Santo) e do Sul (oeste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), além dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Rio de Janeiro, estão fora da área de recomendação para a vacina.
Qualquer pessoa pode se vacinar?
A população que não vive na área de recomendação ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa buscar a vacinação neste momento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacinação para pessoas com doenças que baixam a imunidade (como lúpus, câncer e HIV), com mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo. Além disso, a vacina pode apresentar alguns efeitos adversos: dor no local de aplicação, manifestações sistêmicas como febre, dor de cabeça e muscular. Apesar de muito raros, podem acontecer eventos graves: reações alérgicas, doença neurológica (encefalite, meningite, doenças autoimunes) e doença visceral (infecção pelo vírus vacinal causando danos semelhantes aos da doença).
Apenas uma dose da vacina é suficiente?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. O Brasil adotou essa recomendação através da Nota Informativa Nº94 da Coordenação Geral do Programa de Imunização do Ministério da Saúde. Desta maneira, fica preconizado a DOSE ÚNICA da vacina da Febre Amarela para todo o país.
Fontes:
Centro Médico Assistencial da Marinha (CMAM)
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/febre-amarela-sintomas-transmissao…
http://www.brasil.gov.br/saude/2017/01/vacinas-reforcam-protecao-contra…