Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul” realiza Comissão Costa Sul (Primavera)
Após finalizar uma missão no Mar Mediterrâneo, o navio fez uma escala no porto de Natal e, posteriormente, atracou no Rio de Janeiro, onde a tripulação
realizou uma série de atividades e celebrou, no dia 15 de agosto, o 75º aniversário da Independência da Índia.
Agência Marinha de Notícias
Primeiro-Tenente (RM2-T) Vanessa Mendonça Silva – enviada especial embarcada no NDM “Bahia”
Cariocas e visitantes da cidade do Rio de Janeiro tiveram a oportunidade de assistir a um desfile inédito na manhã deste sábado. Os navios e aeronaves participantes da Operação Poseidon/2022 (Navio Doca Multipropósito "Bahia", Fragata "Independência", aeronave H-36 "Caracal", da Força Aérea Brasileira, aeronave HM-4 "Jaguar", do Exército Brasileiro, e aeronave UH-15 "Super Cougar", da Marinha do Brasil) se juntaram ao Navio-Aeródromo Multipropósito "Atlântico" e percorreram a orla do Rio de Janeiro, do Pontal ao Leme.
Na operação, foram qualificados oito pilotos (quatro do Exército Brasileiro e quatro da Força Aérea) para pousos e decolagens no NDM "Bahia". Além disso, mais dois pilotos, um do Exército e outro da Força Aérea, foram qualificados para operarem no Navio-Aeródromo Multipropósito "Atlântico", em navegação.
“Para nós, da Força Aérea, é uma qualificação muito especial e específica, porque nós estamos aprendendo com a Marinha o que de mais pontual existe: o pouso e decolagem embarcado”, disse o Primeiro-Tenente Gallardo, piloto da Força Aérea Brasileira.
“Os maiores ganhos que nós temos nesse tipo de operação são adquirir capacidades e técnicas novas, bem como, na parte profissional, conhecer o modo como os militares da Marinha trabalham. Então, poder passar essa semana aqui, adquirindo conhecimento e recebendo instrução com os pilotos da Marinha foi muito importante”, disse o Capitão Renault, piloto do Exército Brasileiro.
“É muito importante essa interação entre os pilotos da Marinha, do Exército e da Força Aérea, sobretudo dentro da aeronave, onde realmente a ação acontece. Fica muito mais fácil resolver problemas em comum e elaborar planos para possíveis desafios, o que contribuirá para que as operações conjuntas possam ser desenvolvidas com o máximo de potencialidade e efetividade para o bem do Brasil”, disse o Capitão de Corveta Pessanha, piloto da Marinha do Brasil.
Foram realizados, ainda, exercícios simulados de transporte de feridos, executados pelos pilotos e aeronaves das três Forças, o que ampliou ainda mais o nível de interoperabilidade, padronizando procedimentos operacionais. Concomitantemente à Operação Poseidon/2022, ocorreu o Adestramento Conjunto Específico de Salto Livre Operacional (SLOp), que no seu encerramento, ocorrido no dia 6 de abril, teve o NDM "Bahia" como base para exercícios de infiltração por helicópteros, por militares de Operações Especiais da Marinha, do Exército e da Força Aérea.
“A Operação Poseidon/2022 foi encerrada com o sucesso esperado, cujos ganhos excedem a qualificação dos pilotos para pousos e decolagens a partir de navios da Marinha do Brasil e o consequente aumento da interoperabilidade. A convivência diária com os militares das três Forças, a bordo do Navio Doca Multipropósito “Bahia”, estreita os laços de camaradagem que nos unem e nos fazem mais fortes. Além disso, permite a realização de operações mais complexas e integradas, em um futuro próximo”, afirmou o Comandante da operação, Contra-Almirante André Luiz de Andrade Felix.
Saiba mais acessando a matéria anterior sobre a operação.
Assista ao vídeo da operação.
Aeronaves da Marinha e da Força Aérea em atuação conjunta
Aeronaves das três Forças no convoo do Navio Doca Multipropósito "Bahia"
Treinamento em São Pedro da Aldeia (RJ) reuniu militares da Marinha, Exército e Força Aérea
Agência Marinha de Notícias
São Pedro da Aldeia, RJ
Guarda-Marinha (RM2-T) Thaís Cerqueira Francisco
As Tropas de Operações Especiais das três Forças Armadas estão reunidas até o dia oito de abril, na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (RJ), para o Adestramento Conjunto Específico de Salto Livre Operacional (SLOp). Promovido pelo Ministério da Defesa e sob a coordenação do Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp), o exercício é caracterizado pela interoperabilidade e atuação conjunta da Marinha, Exército e Força Aérea.
Ao todo, 173 militares participam do treinamento, que tem por finalidade aprimorar o emprego conjunto, aperfeiçoar táticas, padronizar procedimentos, fazer o intercâmbio de novas técnicas e promover a integração entre os operadores das Forças. Durante duas semanas, serão mesclados conteúdo teórico e prático, incluindo saltos noturnos e infiltração por helicóptero a partir do Navio Doca Multipropósito “Bahia”, já como parte da Operação Poseidon 2022.
Outro exercício executado inclui o Salto Livre Operacional à grande altitude, que requer uma preparação especial e depende de diversos fatores, como afirma o Capitão de Corveta André Tominaga Mussatto, do Comando Naval de Operações Especiais. “Por ser realizado a cerca de 32 mil pés (cerca de 9.700 metros) onde o ar é rarefeito, esse tipo de salto requer um nível de treinamento avançado e a utilização de equipamento de oxigênio para respiração. Os militares precisam estar com o teste de câmara hipobárica atualizado – que resumidamente é um equipamento que simula a falta de oxigênio (hipóxia) em grandes altitudes, podendo assim, simular esses efeitos no organismo dos saltadores durante o treinamento em solo”, completa.
Esse tipo de prática também requer grande preparação física dos militares para poderem suportar a quantidade de peso. Durante o exercício eles chegam a carregar em média 35 quilos, com todos os equipamentos necessários para o cumprimento de uma missão, tais como mochila, armamento, capacete, colete balístico, console de navegação, cilindro e máscara de oxigênio, além do paraquedas operacional que pesa em torno de 25 quilos.
Compõem a missão efetivos da Marinha (Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais, Grupamento de Mergulhadores de Combate e 2° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral), do Exército (1° Batalhão de Forças Especiais, Batalhão de Ação de Comandos e Companhia de Precursores Paraquedistas) e da Força Aérea (Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento e 1° Grupo de Transporte de Tropa), além de organizações militares de apoio das três Forças Singulares.
Militares, embarcações e uma aeronave permanecem nas ações em apoio à Defesa Civil
Aeronave SH-16, da Marinha do Brasil, que transportou hoje (4) o Ministro da Infraestrutura
Agência Marinha de Notícias
Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Paraty (RJ)
Militares e embarcações da Delegacia da Capitania dos Portos em Angra dos Reis (DelAReis) e da Agência da Capitania dos Portos em Paraty (AgParaty) estão, desde o dia 31 de março, atuando em apoio às prefeituras locais, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ).
Ainda na noite de quinta-feira (31), militares da AgParaty foram acionados pela Prefeitura da cidade para transportar para locais seguros moradores que ficaram desabrigados. Na madrugada de sábado (2), quando houve uma maior incidência e intensidade de chuvas, foram constatados deslizamentos e alagamentos que afetaram, principalmente, as regiões de Monsuaba, em Angra dos Reis, e de Ponta Negra e Praia do Sono, adjacentes a Paraty.
No mesmo dia, uma embarcação da DelAReis foi deslocada para transportar agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em função dos deslizamentos, os agentes ficaram impossibilitados de se deslocarem por via terrestre de Angra a Mangaratiba.
Neste domingo (3), a DelAReis apoiou logisticamente o CBMERJ, com transporte de pessoal e material para a Praia Vermelha, em Ilha Grande, além de prestar suporte para a desobstrução de vias dentro de Angra dos Reis. Para a realização das ações, a DelAReis conta com aproximadamente 20 militares, uma Lancha de Apoio ao Ensino e Patrulha e duas viaturas.
O Delegado da Capitania dos Portos em Angra dos Reis, Capitão de Corveta Diego Faria Franca, e o Agente da Capitania dos Portos em Paraty, Capitão-Tenente Arnaldo Amirato Dias, explicam no vídeo como está sendo o apoio dado pelas Organizações Militares da Marinha na Região Sul do Estado do Rio de Janeiro.
Em apoio à Prefeitura de Paraty, à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros, duas equipes de Busca e Salvamento da AgParaty foram empregadas em embarcações de grande porte, cedidas por membros da comunidade marítima para translado de pessoal, material e suprimentos, que foram levados à praia de Ponta Negra.
Paralelamente, o Agente da Capitania dos Portos em Paraty, em conjunto com as autoridades locais, compôs o gabinete de crise instaurado pela Prefeitura de Paraty, no qual coordena a navegação das embarcações que prestam apoio, transmitindo informações meteorológicas e sobre as condições de maré, com o intuito de contribuir para a segurança da navegação.
Sobrevoo de reconhecimento
Nesta segunda-feira (4) pela manhã, a aeronave SH-16, da Marinha do Brasil, transportou o Ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio Cunha Filho, até a cidade de Angra dos Reis, para sobrevoo e avaliação da situação das áreas atingidas.
O Ministério da Defesa, por intermédio das Forças Armadas, mobiliza-se nas ações de apoio à Defesa Civil na região de Angra dos Reis. A operação integra esforço do governo federal em resposta às fortes chuvas que atingiram os municípios fluminenses.
Até hoje, a Defesa Civil Nacional contabilizou dez óbitos, em Angra dos Reis, e seis óbitos em Paraty. Ontem (3), foi publicada portaria do Governo Federal reconhecendo a situação de emergência no município.
Militares da Marinha do Brasil participam do exercício
Militares brasileiros participando do exercício coordenado pelo Ministério da Defesa
Agência Marinha de Notícias
Brasília, DF
Capitão-Tenente (T) Thais da Costa Silva
Com o objetivo de manter as Forças Armadas em permanente condição de emprego, com capacidades para garantir o ambiente de paz e segurança internacional, o Brasil sedia parte do maior exercício multifuncional simulado em ambiente de missão de paz e respostas a crises internacionais, o Exercício Viking 2022, coordenado pelo Ministério da Defesa.
A atividade ocorre entre os dias 28 de março e 7 de abril, nas instalações do Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília (DF) e conta com a participação de nove países da Associação Latino-Americana dos Centros de Treinamento de Operações de Paz (ALCOPAZ): Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Guatemala, México, Peru e Uruguai, além de integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), de Gana, França e Suécia. Ao todo, o exercício envolve cerca de 1.750 participantes dos quais 276 atuarão remotamente.
Em sua 9ª edição, o Viking facilitará, ainda, o desenvolvimento e experimentação de futuras capacidades, métodos, conceitos operacionais e melhorias tecnológicas, além de permitir a integração de diversas Forças Militares de diferentes países. Na Operação, a Marinha do Brasil (MB) conta com a presença de 14 militares, sendo 13 no Brasil e um participando da direção do exercício, na Suécia.
O Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Luis Felippe Valentini da Silva, Coordenador da Força Naval no exercício, que já participou de missões de paz como a UNMIL, na Libéria, e a MINUSTAH, no Haiti e dessa vez atua na coordenação do treinamento, destaca a importância do evento, sobretudo para a Marinha: “O caráter multinacional do exercício permite a troca de experiências com militares de diversos países, bem como representantes das diversas agências da ONU. A presença de representantes da Marinha do Brasil neste exercício possibilita a manutenção da expertise da Força nas tarefas de um Estado-Maior em uma missão de paz”.
Na Suécia, o Capitão de Fragata Rodrigo Ribeiro Gonçalves Garcia, que já integrou duas missões de paz no Líbano, participa como representante de um Estado-Maior Conjunto e Combinado formado por oficiais da Índia, Austrália, Bangladesh, Suécia, Alemanha, Suíça e Brasil. Nesta parte do treinamento, estes militares se integram aos participantes no Brasil por meio de videoconferências e orientações enviadas pela Direção do Exercício, onde problemas simulados são repassados para serem solucionados no nível tático.
O Brasil, como signatário da Carta das Nações Unidas, tem contribuído com o esforço internacional para a promoção de paz mundial. A tradição brasileira de mais de 70 anos em missões de paz e os resultados alcançados – mais de 50 operações de paz e missões similares – qualificam o País como um importante ator no contexto dessas operações.
O exercício militar está em sua nona edição
Saiba mais sobre o exercício
Agência Marinha de Notícias
Brasília, DF
Primeiro-Tenente (RM2-T) Luciana Santos de Almeida
Mirando em cultura, história, cidadania, acessibilidade, inclusão e sustentabilidade, o futuro Museu Marítimo do Brasil (MuMa) almeja oferecer ao público um entretenimento de qualidade, integrando a cidade e o mar. A ser construído no Espaço Cultural da Marinha, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), esse novo polo cultural dará maior visibilidade à história marítima e ao Poder Naval no País, circunscrevendo a brasilidade como identidade e a multidisciplinaridade como discurso para provocar, desenvolver e difundir a consciência marítima em nossa sociedade. O MuMa será o primeiro museu marítimo público do Brasil e o terceiro do gênero da América Latina.
O projeto, que está sendo coordenado pela Marinha do Brasil (MB), por meio da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), em parceria com o Departamento Cultural do Abrigo do Marinheiro, está na fase de elaboração de um Projeto Executivo de Arquitetura e de Projetos Técnicos Complementares para a sua construção. Por meio desses projetos é que serão definidos, de forma minuciosa, os parâmetros arquitetônicos e estruturais necessários para a realização da obra.
A proposta arquitetônica preliminar, vencedora do concurso realizado em meados de 2021, prevê a construção de dois prédios. Um deles ficará próximo ao passeio público, na vertical, e outro, no píer, na horizontal. No primeiro, com cinco andares, haverá uma ampla área térrea para recepcionar o público. O local terá auditório, espaço para recepção de escolas, área administrativa e restaurante panorâmico com vista para a Baía de Guanabara. No segundo, onde efetivamente ficará o museu, a construção sobre pilotis (térreo livre) contará com dois pavimentos, onde serão feitas as exposições.
De acordo com o diretor da DPHDM, Vice-Almirante José Carlos Mathias, o museu “é motivo de grande satisfação para nós, da Marinha, por destacar o nascedouro de nosso País: o mar. O mesmo mar que revelou o Brasil ao mapa da história e por ele a história foi e continua sendo escrita; o mar pelo qual foi consolidado nosso processo de Independência. O mesmo mar de pescadores, que tiram dele o seu sustento; o mar das plataformas marítimas de petróleo, de nosso pré-sal. O mesmo mar que abraça a costa desse País continental, atraindo turistas de todo o mundo em nossas prais; o mar que é responsável por mais de 95% do nosso comércio exterior”.
Messina/Rivas Arquitetura e Ben-Avid Studio
Imagem lateral mostrando a ponte, ao fundo, que interligará os dois prédios
Concurso para a escolha do projeto
Em 2021, a Marinha do Brasil promoveu um concurso público nacional para a escolha do estudo preliminar de arquitetura, que levasse em consideração a geografia e a história do local da construção. Foram 191 inscritos de 17 estados brasileiros no certame, planejado e executado pelo Departamento do Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RJ). O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) também teve papel importante como incentivador da criação e construção do museu ao estimular a realização de concursos para a escolha do projeto arquitetônico e da identidade visual desse empreendimento cultural.
O projeto vencedor foi de Rodrigo Messina e sua equipe, uma parceria entre os escritórios Messina/Rivas Arquitetura, de São Paulo (SP), e Ben-Avid Studio, de Córdoba, na Argentina. Os arquitetos e urbanistas Messina, Francisco Rivas e Martin Benavidez desenvolveram as ideias em conjunto com uma equipe formada pelos colaboradores Stefanía Casarin, Alen Gomez, Emanuel Fara, Franco Fara e Facundo Rasch.
Para Rodrigo Messina, o museu será um espaço de encontros. “A sociedade pode esperar um espaço que revele hospitalidade e encontro com o outro, bem como a convivência socioambiental necessária com a cidade do Rio de Janeiro”, afirmou.
Na opinião de Rivas, o projeto foi desafiador. “Está clara a responsabilidade institucional, educacional, econômica, sociocultural e ambiental que a construção desse espaço exige. Mas a atividade da arquitetura, enquanto modo peculiar de conhecimento capaz de articular uma série de saberes por meio da técnica e construção, procura responder — não sem antes convocar a imaginação — a esse desafio”, pontuou.
Para o Presidente do IAB-RJ, o arquiteto e urbanista Igor de Vetyemy, o projeto vencedor, além de cumprir as especificidades exigidas, destacou-se das demais propostas arquitetônicas por oferecer, entre outras particularidades, um percurso que possibilita a cada visitante adquirir conhecimentos não apenas sobre os objetos expostos, mas sobre o espaço onde o museu estará inserido.
Vetyemy detalha os espaços do novo museu: “Primeiro, o visitante vislumbra ao longe o museu emoldurando o molhe histórico, como se flutuasse sobre ele. Depois, o percurso convida-o a atravessar uma ponte de acesso que mimetiza a experiência da entrada em grandes embarcações pelo seu casco. Atravessando o salão, uma circulação se coloca externa a ele e, só então, é possível voltar a ter contato com o horizonte marítimo, através de janelas redondas que se assemelham a vigias náuticas. Ao final, esse percurso convida a um passeio livre sobre o molhe, com um bar na ponta que promete uma das mais belas vistas do Rio de Janeiro.”
O grande diferencial em relação aos demais museus, cujas temáticas são relacionadas ao mar, é que o MuMa reunirá várias perspectivas sobre a cultura marítima, explica o Presidente do Ibram, Pedro Machado Mastrobuono. “Além do acervo histórico e documental pertencente à Marinha, o museu contará com acervos de ciência, tecnologia e arte, que pretendem apresentar ao público a biodiversidade marinha da costa brasileira, tratar sobre questões para a sua preservação, e abordar diferentes aspectos da atividade econômica e social em torno do mar.”
Messina/Rivas Arquitetura e Ben-Avid Studio
Espaço interior do prédio, previsto para a recepção aos visitantes
Messina/Rivas Arquitetura e Ben-Avid Studio
Vista panorâmica a partir do espaço interno
Museu Marítimo do Brasil
Vencedora do concurso de identidade visual, marca criada pela Danowski Design para o MuMa
foi lançada pela DPHDM na Sessão de Abertura do Ano Cultural da Marinha, em 7 de março de 2022
Desafios do MuMa
O principal desafio, segundo explica o diretor da DPHDM, Vice-Almirante Mathias, é financeiro, visto que um museu desse porte demanda elevada soma de recursos para sua execução. “Até aqui, já obtivemos êxito em dois grandes desafios. O primeiro deles, em novembro de 2020, com a conclusão das obras de recuperação das fundações do píer do Espaço Cultural da Marinha, local das futuras instalações do Museu Marítimo do Brasil. O segundo, a realização do Concurso Público de Estudos Preliminares de Arquitetura, em 2021”, comemorou.
Ele ainda assinalou qual é o foco atual do Projeto Museu Marítimo do Brasil: “Cientes da relevância do Projeto Executivo de Arquitetura e dos Projetos Técnicos Complementares, envidaremos esforços, em 2022, para captar recursos que viabilizem sua execução por intermédio do programa de mecenato ‘Patronos da Cultura Naval’. Seja por meio de leis de incentivo fiscal ou de patrocínios diretos, buscamos reunir parceiros que, como nós, entendem o papel de protagonismo da cultura.”
Explicou também que ter um projeto arquitetônico, ainda que preliminar, ajuda os envolvidos a vislumbrar as possibilidades e potencialidades do futuro museu, cujo início da construção está previsto para 2024. “Torna-o mais tangível num horizonte próximo e injeta ânimo em nossos profissionais, da DPHDM e do Departamento Cultural do Abrigo do Marinheiro, para angariar investimentos que viabilizarão sua construção, bem como na coordenação e realização das diferentes etapas do projeto”, avaliou o diretor.
O levantamento de dados na Região Amazônica é um grande desafio, segundo o Diretor do CHN-4, Capitão de Fragata Andérmisson Claudino da Silva Moura. De acordo com ele, independentemente do formato da carta, a área de encontro entre a Amazônia Verde com a Amazônia Azul é uma simbiose de desafios para qualquer hidrógrafo. “Para cada período de cheia, há uma variação, em média, de dez metros no nível dos rios. Todo ano, têm transformações no leito do Rio Amazonas. Ilhas que existiam em determinado momento sofrem mudanças de posição. A cartografia é atualizada com frequência e na versão eletrônica esse processo é mais prático para os navegantes”.
Desde 2008, o Brasil distribui de modo sistemático e oficial as cartas náuticas eletrônicas. Atualmente, são mais de 600 cartas em papel e mais de 200 cartas eletrônicas vetoriais, sendo que as principais vias navegáveis do País já estão cartografadas.
De acordo com a Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar, a partir de 2018 se tornou uma exigência os navios de grande porte utilizarem carta eletrônica. A partir dessa determinação, o Brasil passou por avanços tecnológicos de equipamentos e na produção cartográfica. A tendência agora é seguir o padrão internacional de uso das cartas digitais, que já são utilizadas em outros países.
Agência Marinha de Notícias
Primeiro-Tenente (RM2-T) Edwaldo Costa
Enviado especial embarcado no Navio Hidroceanográfico Faroleiro “Almirante Graça Aranha”
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) estão embarcados, desde o dia 7 de março, no Navio Hidroceanográfico Faroleiro (NHoF) "Almirante Graça Aranha", para uma expedição científica de 31 dias, em que realizarão estudos climáticos, oceanográficos, geológicos, históricos e ambientais nas Ilhas da Trindade e de Martin Vaz.
A participação conjunta da comunidade científica e da Marinha do Brasil durante esta 110ª Expedição Científica na Ilha da Trindade e na área marítima do Arquipélago de Martin Vaz mostra o interesse de ambas as partes no desenvolvimento de pesquisas e na garantia da soberania nacional na Amazônia Azul.
Segundo o Comandante do NHoF "Almirante Graça Aranha", Capitão de Fragata Marcelo de Abreu Souza, “o navio está prestando todo o apoio logístico, de pessoal e material aos pesquisadores. As pesquisas realizadas pela Marinha e pelas instituições que compõem esta expedição alavancarão o entendimento em diversas áreas científicas de interesse do Brasil”.
Pela primeira vez na história, os pesquisadores vão pernoitar na desabitada Ilha Martin Vaz, local onde acontece o primeiro nascer do sol do Brasil, que fica a aproximadamente 1.200 quilômetros de Vitória (ES) e a 1.550 km da cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Importância das ilhas para o Brasil
A importância estratégica das ilhas oceânicas – casos de Trindade e Martin Vaz – foi consolidada pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que garante o direito de o Brasil estabelecer Mar Territorial e Zona Econômica Exclusiva ao redor das ilhas. Assim, é acrescentada uma área marítima de raio de 200 milhas (aproximadamente 370 km) ao redor de cada ilha oceânica, garantindo ao País exclusividade para explorar, explotar, conservar e gerir os respectivos recursos naturais, vivos e não vivos, da massa líquida, do solo e do subsolo marinhos, o que contribui para o desenvolvimento econômico brasileiro.
As ilhas oceânicas também tem importante valor científico, socioeconômico e ambiental, em função da singularidade de seus ecossistemas, das espécies endêmicas, da constituição e da evolução geológica e da possibilidade de geração de dados essenciais para previsões meteorológicas, estudos geológicos, geotécnicos, oceanográficos e climáticos, entre outros.
A pesquisa científica nessas localidades consideravelmente bem distantes da costa brasileira reforçam, desta forma, a soberania do Brasil na Amazônia Azul, por onde trafega mais de 95% do comércio exterior brasileiro e extraído cerca de 95% do petróleo nacional, sendo, ainda, acervo de incontáveis recursos vivos, minerais e sítios ambientais, com a existência de estratégicos portos, centros industriais e de energia. O dinamismo e a evolução de cenários oceanopolíticos e interesses de toda a ordem, demandam, cada vez mais, uma presença robusta do Estado brasileiro na Amazônia Azul.
A Ilha Martin Vaz tem cerca de 500 metros de diâmetro e altitude de cerca de 175 metros
Leia a primeira matéria sobre a expedição científica
Assista ao vídeo sobre a expedição científica
Público estudantil poderá acessar jogos educativos e fazer tour virtual
nos circuitos expositivos do Museu Naval, do Espaço Cultural da Marinha e da Ilha Fiscal
Agência Marinha de Notícias
Brasília, DF
Primeiro-Tenente (RM2-T) Luciana Santos de Almeida
Mais de 70 mil estudantes da rede pública de ensino já foram beneficiados com o “Projeto Escola” que, em 2022, completa 24 anos de criação. Ação educativa mais longeva da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), o projeto que beneficiava alunos do Rio de Janeiro (RJ) com visitas presenciais mediadas até março de 2020 – pausadas pela pandemia –, agora conta com uma plataforma digital que permite o acesso de alunos de todo o Brasil.
Por meio do site, é possível participar de atividades de arte-educação para despertar a criatividade, a integração do grupo e a troca de experiências, além de fazer um tour virtual pelos circuitos expositivos do Museu Naval, do Espaço Cultural da Marinha e da Ilha Fiscal, que ainda receberão novidades. “Ainda neste primeiro semestre, essas visitações em plataforma digital ganharão uma narração, que servirá de áudio-guia, reafirmando nosso compromisso com a inclusão”, disse o diretor da DPHDM, Vice-Almirante José Carlos Mathias.
Iniciativa da DPHDM e do Departamento Cultural do Abrigo do Marinheiro, o “Projeto Escola” foi criado em agosto de 1998 para ampliar o conhecimento de alunos da Rede Pública de Ensino sobre a importância do Poder Naval na formação do Brasil. Em novembro de 2021, ganhou plataforma virtual, patrocinada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura, com recursos da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), obtidos via Lei Municipal de Incentivo à Cultura.
A plataforma digital inclui a visita em 360º ao Museu Naval e sua exposição de longa duração, “O Poder Naval na Formação do Brasil”; ao Espaço Cultural da Marinha, permitindo conhecer, entre outras atrações, o Navio-Museu Bauru, que participou da Segunda Guerra Mundial, o Submarino-Museu Riachuelo, e o Caça AF-1 Skyhawk, que atuou na Guerra do Golfo (1990-91); e, na Ilha Fiscal, às exposições “Amazônia Azul” e “Ilha Fiscal, um neogótico em terras tropicais”. Além disso, é possível se divertir com jogos educativos e ler a cartilha interativa, disponíveis no site.
DPHDM/“Projeto Escola”
O Projeto Escola ocorre nos circuitos expositivos de longa duração da DPHDM
Visitas presenciais
Só em 2019 – último ano de ações realizadas presencialmente –, cerca de 4,9 mil alunos de escolas públicas foram atendidos pelo projeto. Com as visitas, a Marinha do Brasil visa estimular o desenvolvimento da consciência marítima e o resgate da memória nacional entre os estudantes. “Trata-se de um investimento de cidadania e cultura para as gerações futuras”, afirma o diretor da DPHDM.
Destinado a escolas da rede pública previamente agendadas e localizadas a uma distância de até 60 km do Complexo Cultural da Marinha, o projeto oferecia gratuitamente transporte escolar e lanche, além de uma foto da turma, como recordação, enviada por e-mail.
Acervo Marinha do Brasil
Ilha da Trindade, distante 1.140 km da costa brasileira
Agência Marinha de Notícias
Brasília, DF
Primeiro-Tenente (T) Paulo Yan Carlôto de Souza
O mar tem imenso valor para o Brasil e para os brasileiros. Compreender sua importância é fundamental para garantir um futuro próspero. Com o intuito de fomentar o conhecimento sobre o oceano, o município de Santos (SP) promulgou, no dia 21 de novembro de 2021, a Lei de Cultura Oceânica (Lei nº3.935/2021), que tem como objetivo implementar atividades de promoção da Cultura Oceânica na rede municipal de ensino.
A lei define Cultura Oceânica “como o conjunto de processos que promove o letramento oceânico, ou seja, a compreensão dos princípios essenciais e conceitos fundamentais, que permitem conhecer a influência do oceano sobre nós e nossa influência no oceano”. Ela abrangerá desde a educação infantil até a educação de jovens e adultos, integrando diversas áreas do conhecimento, a fim de promover a valorização dos oceanos.
Uma legislação dessa natureza é inédita não só no Brasil, mas em todo o mundo e condiz com a realidade brasileira: cerca de 80% da população vive a menos de 200 km do litoral. Além disso, aproximadamente 95% do nosso comércio exterior é feito por via marítima e 90% do petróleo é produzido off shore.
Implementação da lei
O Secretário do Meio Ambiente de Santos, Marcos Libório, que propôs a lei quando era vereador, afirmou que a iniciativa surgiu de uma inquietação pessoal. Ele é natural de Santos e, através de sua experiência pessoal, percebeu que seu bem-estar estava diretamente relacionado com a preservação do oceano. “Eu percebi a necessidade de um investimento na formação das crianças. A gente precisava criar ou, pelo menos, conscientizar as crianças da sua responsabilidade cidadã no respeito ao oceano, no respeito à nossa praia. Eu levei comigo essa motivação para a câmara municipal, consegui conversar com os meus pares vereadores e nós aprovamos unanimemente a Lei de Cultura Oceânica e o prefeito sancionou quase que de forma imediata para que entrasse em vigor já nesse período de ensino”, declara.
A aprovação da Lei de Cultura Oceânica é considerada um marco, mas os próximos passos serão decisivos. Está prevista a realização de fóruns para o desenvolvimento do conteúdo programático para implementar a Cultura Oceânica nas escolas do município.
Após essa etapa, os professores da rede pública passarão por capacitação para aplicarem esse novo direcionamento às suas respectivas áreas do conhecimento. A Secretária de Educação do município, Cristina Barletta, explica como serão desenhadas as ações: “por meio deste fórum a gente vai elaborar um plano sobre a cultura oceânica nas escolas e na cidade, formalizando essas ações, criando uma rede municipal da cultura oceânica. Então a ideia é implementar um curso de formação para os nossos professores. É criar e divulgar um currículo azul, que enriquecerá a alfabetização oceânica. [Essa] é uma iniciativa que vai envolver a sociedade civil em geral, reforçando a necessidade desses comportamentos sustentáveis em relação ao oceano”. Após a implementação desse currículo, ele passará por constantes avaliações com o objetivo de ser aperfeiçoado.
A prefeitura de Santos traduziu para o português o Kit Pedagógico “Cultura Oceânica Para Todos”, elaborado pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI). Clique aqui para acessá-lo.
Divulgação da Cultura Oceânica
O Professor da UNIFESP, Dr. Ronaldo Christofoletti, incentivador da Lei de Cultura Oceânica, explica que “o que a gente busca não é só uma lei por lei, mas sim um processo de construção, cientificamente embasado, que une atores locais em diversos municípios brasileiros. Salvador já está com o projeto de lei em tramitação. Tem vários municípios em discussão, costeiros e não costeiros”, esclarece o professor.
Ele coordena o projeto Maré de Ciência, cuja missão é integrar diferentes setores da sociedade com a finalidade de difundir a Cultura Oceânica. Entre as ações do Maré de Ciência está a Olimpíada Brasileira do Oceano, realizada em parceria com a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM).
A Marinha do Brasil (MB) coordena, no âmbito da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), uma ação chamada “Promoção da Mentalidade Marítima” (PROMAR), cujo objetivo é “ampliar o desenvolvimento de uma mentalidade marítima e Cultura Oceânica na população brasileira”, através de ações como a realização de exposições itinerantes, entrevistas, filmes e palestras sobre assuntos do mar; a distribuição de material de divulgação das atividades da CIRM; e a capacitação de multiplicadores em temas da Cultura Oceânica.
Acervo Marinha do Brasil
Alunos do Programa Forças no Esporte conhecem maquete da nova Estação Antártica Comandante Ferraz
O desenvolvimento da cultura oceânica não afeta somente aqueles que vivem próximos ao litoral. “A população que está no interior também pode exercer essa influência [sobre os oceanos]. E [ser afetada pelo] efeito que o oceano exerce nas nossas vidas e em nosso bem-estar. A maior justificativa disso é que o oceano, como grande regulador térmico do planeta, influencia o clima não só do litoral, mas dos continentes como um todo”, ressalta o Vice-Diretor do COI para a América Latina e Caribe, Capitão de Mar e Guerra Frederico Antonio Saraiva Nogueira.
Amazônia Azul
A Amazônia Azul é a região que compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, solo e subsolo marinhos contidos na extensão atlântica que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira.
Mais do que um espaço geográfico, a Amazônia Azul deve ser vista como um conceito político-estratégico remetendo à importância do Poder Marítimo ao Brasil. Ensejada no Atlântico Sul, entorno estratégico estabelecido nos documentos de alto nível, como a Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Plano Estratégico da Marinha – PEM 2040, a Amazônia Azul é patrimônio nacional, fonte de riqueza e cobiça, a ser protegido, preservado e explorado, com sustentabilidade.
2021-2030: Década da Ciência Oceânica
A Década da Ciência Oceânica (2021 a 2030) foi declarada em 2017, após proposta da UNESCO, por meio da Comissão Oceanográfica Intergovernamental, que ficou responsável por redigir o Plano de Implementação da Década, contendo as ações necessárias para sua efetiva implantação. No Brasil, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação coordenou a elaboração do plano local em parceria com diversas instituições, incluindo a MB.
No Plano Nacional de Implementação da Década da Ciência Oceânica estão previstos sete resultados esperados para esse período. O sétimo resume com precisão o que se espera alcançar com a promoção da Cultura Oceânica: “um oceano inspirador e envolvente, para que a sociedade possa compreender e valorizar a sua relação com o bem-estar humano e o desenvolvimento sustentável”.
Com9ºDN
NAsH “Soares de Meirelles” é um dos navios equipados com o mamógrafo
Agência Marinha de Notícias
Brasília, DF
Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Luciana Santos de Almeida
Fevereiro é o mês em que se comemora o Dia Nacional da Mamografia (5). Neste ano, a Marinha do Brasil (MB) prevê a realização de 2 mil mamografias para mulheres ribeirinhas na Região Norte. Os atendimentos são o resultado de uma parceria entre a MB e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organização do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU) com sede em Viena, Áustria.
Em 2018, a AIEA doou dois equipamentos de mamografia, que foram instalados nos Navios de Assistência Hospitalar (NAsH) “Soares de Meirelles” e “Carlos Chagas” e estão sendo utilizados em ações anuais de assistência hospitalar. Cada equipamento tem a capacidade de realizar mil exames desse tipo por ano.
Os navios conseguem chegar a áreas de difícil acesso, caso das comunidades ribeirinhas, onde realizam ações de assistência hospitalar em diferentes períodos do ano, possibilitando, assim, o diagnóstico precoce de câncer de mama. Além dos procedimentos de prevenção do câncer de mama, também são realizados atendimentos médicos generalistas e odontológicos.
A doença já atingiu mais de 2,3 milhões de mulheres no mundo apenas em 2020, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer. Em 2021, os navios hospitalares da Marinha realizaram mais de 400 exames em parceria com o Ministério da Saúde.
A dona de casa Marlete, moradora de Breves (PA), reforçou a importância desses procedimentos para a comunidade. “Com os atendimentos médicos do navio a gente consegue ser atendido com mais agilidade”.
Com9ºDN
Mamógrafo instalado no NAsH “Soares de Meirelles” pode realizar mil exames por ano
Balanço das ações realizadas no ano passado
Em 2021, os navios da MB realizaram mais de 32,4 mil procedimentos médicos e odontológicos; 252 exames ginecológicos; 416 mamografias e 1.717 exames laboratoriais. Também foram proferidas palestras para conscientização a respeito da prevenção e da importância do diagnóstico precoce, aumentando as chances de cura e reduzindo a mortalidade.
O Capitão de Mar e Guerra Marcelo Nascimento Ribeiro da Silva, Comandante da Flotilha do Amazonas, reforça a importância das ações na luta contra o câncer. “A utilização dos mamógrafos durante as ações de Assistência Hospitalar dos ‘Navios da Esperança’ - como são conhecidos os NasH - permite que possamos levar atenção à saúde das mulheres de comunidades ribeirinhas da Amazônia, diminuindo os impactos nos indicadores da doença”.
O Diretor-Geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, explica que para combater o câncer “é absolutamente necessário aumentar o acesso ao rastreio e a outros serviços preventivos de saúde”. Ele afirmou que a parceria com a MB possibilita levar chances de prevenção a moradores de lugares de difícil acesso como os rios da Amazônia. “Esta parceria única torna possível levar a áreas remotas do Brasil exames eficientes de detecção do câncer, o que é muito gratificante para todos que participam desses projetos”, disse.
AIEA - Dean Calma
Diretor da AIEA, Rafael Grossi
Parceria MB e AIEA
A doação dos mamógrafos é uma das frentes da parceria entre a MB e AIEA. O Practical Arrangement - documento assinado entre as duas instituições - objetiva desenvolver projetos em aplicações nucleares focados em promover capacitação e treinamento em áreas como monitoramento ambiental e aplicações industriais. A partir dessa formalização, outras ações de parceria puderam ser firmadas, como a doação dos dois mamógrafos e de dois kits para análise de RT-PCR, que serão instalados em Manaus (AM) e Ladário (MS), em Organizações Militares da MB, para análises de testes para COVID-19 e outras doenças.
De acordo com o Capitão de Mar Guerra (EN) Ricardo Koji Yamamoto, oficial de ligação da MB com a AIEA, a parceria envolve, também, o monitoramento ambiental da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e a instalação de equipamentos de coleta no Navio Polar “Almirante Maximiano” para análise das águas oceânicas e da região antártica com monitoramento de radionuclídeos e parâmetros ambientais.
“Destaca-se, também, na parceria, o projeto de capacitação em tratamento através de células-tronco para recuperação de radioacidentados no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Receberemos equipamentos para coleta e análise da água do mar e ar atmosférico para a EACF. A contrapartida da Marinha é fornecer espaços para a instalação de equipamentos necessários para esses projetos e fornecer os dados ostensivos gerados”, complementou.
Além disso, houve expressivo aumento na participação da MB em diversos eventos oficiais da AIEA, a partir da criação da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, em 2016. Os cursos, treinamentos e workshops possibilitam um incremento no conhecimento técnico nesta área.
Podcast
Sobre o tema Assistência Hospitalar, o Diretor-Executivo do Instituto do Coração de São Paulo, Doutor Fábio Kawamura, conversou com a Rádio Marinha. Ele compartilhou a sua experiência como médico nas ações de Assistência Hospitalar às populações ribeirinhas, no período em que serviu na Marinha.
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Agência Marinha de Notícias
Brasília, DF
O setor portuário brasileiro, formado pelos portos públicos e terminais privados, movimentou 1,210 bilhão de toneladas de carga em 2021. O número representou um crescimento de 4,8% em relação a 2020, de acordo com o levantamento divulgado no início deste mês pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).
A ANTAQ divulgou também a expectativa de movimentação portuária para os próximos anos. Para 2022, estudos apontam que a movimentação alcançará 1,239 bilhão de toneladas, um crescimento de 2,4% em relação a 2021. Pelos próximos quatro anos, a agência prevê a manutenção de alta na movimentação portuária. Em 2026, a expectativa é que o setor portuário nacional movimente 1,402 bilhão de toneladas contra 1,360 bilhão de toneladas em 2025.
Em consonância com o volume do comércio marítimo e com a Organização Marítima Internacional (IMO), a Marinha do Brasil, Autoridade Marítima Brasileira (AMB), vem contribuindo para a implementação de uma estratégia relacionada ao e-Navigation no País o conceito disseminado pela IMO para tornar a navegação mais segura, eficiente e sustentável.
e-Navigation
O e-Navigation (Navegação Aprimorada) é um conceito que contempla ampla gama de sistemas e serviços de informação integrados e harmonizados, relacionados aos serviços marítimos e portuários, que permitirão a otimização do comércio marítimo, o aprimoramento da consciência situacional marítima e uma maior agilidade no processo de tomada de decisão pelas Autoridades Marítimas, Portuárias e demais entes envolvidos no comércio marítimo. No mundo, o percentual do volume do comércio internacional de mercadorias que é transportado por via marítima é de 80%. No Brasil, representa mais de 95% do nosso comércio exterior.
A implementação do e-Navigation impactará, mundialmente, diversos setores que exercem suas atividades no ambiente marítimo, em águas interiores e em seus respectivos portos. Da mesma forma que aeronaves e aeroportos se comunicam com rapidez e segurança, a implantação do e-Navigation permitirá a ampliação dessas capacidades para navios e portos.
O conceito baseia-se na harmonização dos sistemas de navegação e dos serviços de apoio em terra com o propósito de redução de erros, tornando a navegação nas áreas marítimas e nas vias navegáveis interiores mais confiável e mais simples.
No âmbito da AMB, a Diretoria-Geral de Navegação é responsável por acompanhar as iniciativas referentes ao e-Navigation. A implementação do conceito no País demandará o envolvimento de diversos ministérios e órgãos afetos ao assunto, centrada nas necessidades dos usuários da navegação marítima, buscando a eficiente transferência de informações e dados marítimos entre todos os usuários: navio/navio, navio/porto, porto/navio e porto/porto.
Para o Diretor-Geral de Navegação, Almirante de Esquadra Wladmilson Borges de Aguiar, a implementação do e-Navigation é de relevante importância para o desenvolvimento da Economia do Mar e do Poder Marítimo. “O conceito contribui para o crescimento do País e para a redução do custo Brasil. Além disso, em um país dotado de ricas características marítimas e fluviais, como o Brasil, o e-Navigation trará um olhar para diversas oportunidades, provenientes do uso de equipamentos, meios de comunicação e aumento de tráfego de dados, gerando um verdadeiro portfólio de informações e serviços”, afirmou.
As áreas de atuação dos serviços relacionados ao e-Navigation subdividem-se em áreas portuárias e de aproximação aos portos; áreas costeiras ou restritas; mar e áreas abertas; áreas polares; e áreas com empreendimentos offshore.
Na área portuária, os usuários dos portos e terminais serão beneficiados pela implantação das ferramentas do e-Navigation no Brasil, na medida em que elas se integrem a ferramentas de gestão portuária e de Port Community System, sistema que praticamente centraliza todas as informações dos complexos portuários, acessível aos órgãos públicos e atores privados do setor marítimo. Com sua implementação, toda a cadeia produtiva da atividade marítima portuária, incluindo as administrações portuárias, compartilhará os ganhos de segurança e troca de informações disponibilizados pelas soluções.
Na área econômica, por sua vez, abrem-se perspectivas para a comercialização de produtos e serviços desenvolvidos especificamente para atender ao conceito e-Navigation, sendo uma relevante oportunidade para a Base Industrial Brasileira.
Neste contexto, a Marinha do Brasil aprovou uma estratégia de implementação do e-Navigation inicialmente dividida nos eixos norteadores de Ciência, Tecnologia e Inovação; Tecnologia da Informação e Comunicações; Desenvolvimento Econômico; Segurança; Proteção; Capacitação do Ensino Profissional Marítimo (EPM); e adequação e qualificação do Sistema de Ensino Naval.
Certamente, o desenvolvimento e a implementação do conceito serão extremamente importantes para o aprimoramento do transporte marítimo, gerando benefícios como maior eficiência, segurança para o setor e prevenção da poluição hídrica.
Militares da Marinha desobstruíram a Avenida Portugal, em Petrópolis
Agência Marinha de Notícias
Petrópolis, RJ
Marinha conclui desobstrução de via pública em Petrópolis
Dentre as diferentes atividades que a Marinha do Brasil, em proveito do Comando do Comando Conjunto Leste, realiza desde o dia 16 de fevereiro na cidade de Petrópolis. Há também os apoios realizados por um destacamento do Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais, que viabilizam a remoção de obstáculos e desobstrução de vias afetadas pelas fortes chuvas ocorridas na última terça-feira (15).
O Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais-Petrópolis concluiu, ontem (22), a retirada da terra trazida pelos deslizamentos de rochas, lama, postes e árvores que obstruíam a Avenida Portugal, importante avenida que liga a área central da cidade à região do Quitandinha. Para a realização dessa ação, de acordo com o Segundo-Tenente (FN) Pixinine, Comandante do Pelotão responsável por desobstruir a via, "foram empregados diversos equipamentos especializados de engenharia, incluindo retroescavadeiras, pás carregadeiras, motoserras, além de pás, enxadas e diversos caminhões basculantes".
Situação da Avenida Portugal antes da desobstrução
Avenida Portugal após a desobstrução
O morador da região, Rômulo Brand, conta que no dia da chuva acompanhou toda a queda da lama pela janela de sua casa. Ele informou "que essa rua costumava engarrafar em dias de chuva, (a lama) arrastou carros, havia pessoas dentro". Os carros foram retirados com a ajuda da Defesa Civil. A Marinha desobstruiu a avenida. O trabalho que foi feito pelas Forças Armadas foi excelente".
Também ontem, a senhora Gloria Schmidt agradeceu, por meio de seu instagram, o apoio prestado pela MB na região. “Hoje (22), por conta de uma emergência médica, recorri ao Hospital de Campanha da Marinha, instalado no SESI. O que presenciei me causou bastante orgulho. Tudo muitíssimo organizado e, além de profissionais preparados, observei um carinho muito especial para com as pessoas”.
O Hospital de Campanha da Marinha já realizou 760 atendimentos. Estão atuando na cidade 345 militares e 51 meios da MB.
Agência Marinha de Notícias
Brasília, DF
Primeiro-Tenente (RM2-T) Camila Marques de Almeida
No ano em que se comemora o 40º aniversário do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), a Marinha do Brasil (MB) retomou os projetos de pesquisa na Antártica, após um ano de interrupção devido à pandemia da Covid-19. O Programa é uma importante iniciativa voltada para o desenvolvimento de estudos científicos nacionais realizados no continente gelado e foi criado no ano de 1982, em conformidade com os compromissos internacionais assumidos na adesão ao Tratado Antártico, um acordo de cooperação entre países interessados na região.
De acordo com o Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, Contra-Almirante Marco Antônio Linhares Soares, a Antártica é um laboratório à disposição da pesquisa em colaboração com os demais países que aderiram a essa missão. “Assinamos o Tratado para fazer muita pesquisa de qualidade e isso já vem sendo feito ao longo desses 40 anos com a participação de inúmeras instituições de pesquisas e universidades”.
A presença no continente branco é estratégica por motivos geopolíticos, científicos e ambientais. Cerca de 20 pesquisas estão sendo realizadas atualmente nas áreas de ciências da vida, ciências atmosféricas, ciências do mar e ciências da terra.
Um exemplo de avanço nas pesquisas foi a evolução da carta náutica utilizada no próprio trajeto até a Antártica, dando mais segurança aos navios, suas tripulações e aos cientistas que embarcam nos navios. “Nós tivemos um ganho muito grande com a previsão numérica que utilizamos na travessia do Drake, que é um estreito de mar muito difícil para a navegação. Poucas áreas da região eram cartografadas, mas foram feitas inúmeras cartas náuticas utilizando os equipamentos em ambientes diferentes e com isso houve um ganho muito grande”, disse o Contra-Almirante Linhares.
Assista ao vídeo de divulgação dos 40 anos do PROANTAR
Pesquisadores transportados por militares da Marinha na Antártica
O primeiro coordenador científico da Operação Antártica (OPERANTAR), Paulo Eduardo Aguiar Saraiva Câmara, que é biólogo e professor do Departamento de Botânica da Universidade de Brasília, afirma que o Brasil tem um comprometimento sério e definitivo com a região da Antártica. “O continente gelado soma 14 milhões de km2 e as maiores reservas de água doce do mundo. Cerca de 70% estão na Antártica e não na Amazônia, como muitos podem pensar. As maiores reservas de petróleo, de ouro, de diamante também estão lá. O Brasil fala de igual pra igual com as grandes nações do mundo, podemos opinar sobre o uso dessas riquezas, temos o direito a voz e voto. E por que temos isso? Porque fazemos pesquisa. Não adianta o Brasil ir para Antártica sem fazer pesquisa e não adianta a gente querer fazer pesquisa sem o apoio logístico da Marinha”, afirmou o professor Paulo.
Para realizar as operações antárticas, a Marinha coordena um planejamento minucioso, sendo responsável pelo transporte, alimentação, alojamentos, vestimentas especiais e manutenção de equipes na base científica. A OPERANTAR XL teve início no dia 6 de outubro de 2021, com o suspender do Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) “Ary Rongel” e, posteriormente, com o Navio Polar (NPo) “Almirante Maximiano”, que iniciou a sua comissão em 14 de novembro de 2021. O término da operação está previsto para 13 de abril de 2022, com o retorno dos navios para o Rio de Janeiro.
Ampliação de pesquisas
Uma novidade na área de pesquisas para este ano é a destinação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para o PROANTAR e para a base de pesquisa Criosfera 2, que são prioridades do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O anúncio foi feito na abertura do “III Simpósio do Programa Ciência Antártica MCTI: 40 anos de pesquisa científica do PROANTAR”, realizado neste mês.
Durante o evento, o Ministro do MCTI, Marcos Pontes, declarou que os 40 anos do PROANTAR são um marco a ser comemorado pelo Brasil e pelo planeta. “Temos de ampliar cada vez mais a pesquisa no continente Antártico”. Segundo ele, a prioridade do MCTI é aumentar a pesquisa e a capacidade dos laboratórios na Antártica, com o Criosfera 2, além de ampliar o número de bolsas de pesquisa disponíveis. A liberação de recursos para a ciência pelo FNDCT deve garantir apoio financeiro para a continuidade dos projetos de pesquisa do PROANTAR para os próximos três anos.
Além do MCTI e da Marinha do Brasil, o programa conta, também, com outros membros na Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, entre eles os Ministérios das Relações Exteriores; do Meio Ambiente; da Justiça e Segurança Pública; Defesa; Economia; Infraestrutura; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Educação; Cidadania; Saúde; Minas e Energia; Turismo; Desenvolvimento Regional e Casa Civil. Além desses órgãos, são parceiros do PROANTAR a Força Aérea Brasileira, a Petrobras, a Universidade Federal do Rio Grande, a empresa OI e a Fundação Oswaldo Cruz.
Novo Navio de Apoio Antártico e Aeronaves UH-17
Em outubro de 2021, o Estaleiro Jurong Aracruz/SEMBCORP foi anunciado como a melhor oferta para construir o novo Navio de Apoio Antártico (NApAnt). A construção do navio, que será conduzida pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), proporcionará incentivo ao desenvolvimento tecnológico e à indústria naval brasileira.
Atualmente, o “Ary Rongel” e o “Almirante Maximiano” contribuem para a pesquisa, transportando pessoal e equipamentos, produzindo cartas náuticas e coletando amostras científicas. O NApAnt potencializará a pesquisa científica e fortalecerá a presença estratégica do Brasil no continente gelado.
Para somar esforços junto aos navios, o 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral realizou o primeiro voo na Antártica, em novembro de 2021, com as recém-adquiridas aeronaves UH-17. Os “Águias” 7090 e 7091, orgânicos do NPo “Almirante Maximiano”, foram lançados para permitir a ambientação dos tripulantes nos voos em regiões de clima frio, realizar reconhecimento dos pontos de interesse nas proximidades da Estação Antártica Comandante Ferraz, e qualificação e requalificação de pouso a bordo com o NApOc “Ary Rongel”.
As duas aeronaves são as primeiras de um total de três UH-17, adquiridas junto à Airbus Helicopters, com o objetivo de cooperar e ampliar a capacidade das operações aéreas no PROANTAR.
Aeronave UH-17 amplia a capacidade das operações na Antártica
Estação Antártica Comandante Ferraz
A estrutura da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) foi reinaugurada em 15 de janeiro de 2020 e possui um complexo de mais de 4,5 mil m². Aproximadamente 4 mil integrantes de equipes científicas já passaram pelo PROANTAR.
A estrutura do Brasil está localizada na Península Keller, na Ilha Rei George, no arquipélago das Shetland do Sul. Com um projeto arquitetônico moderno e 17 laboratórios, a EACF está dividida em seis setores e tem um funcionamento sustentável, com o reaproveitamento de água e utilização de energias renováveis. Atualmente, a estação brasileira é considerada umas das mais seguras e modernas da região e, mesmo com a pandemia da Covid-19, a EACF nunca parou. O grupo-base formado por militares da Marinha mantém a Estação funcionado todo o tempo.
Um bom exemplo de experiência é a do Capitão de Corveta (Md) Jarbas de Souza Salmont Júnior, que já participou três vezes da OPERANTAR e realiza atendimentos na área de saúde. “A parceria da Marinha com os pesquisadores é extremamente proveitosa e amigável. Todos os tripulantes da Estação Antártica e das estações vizinhas têm acesso ao atendimento médico na nossa estação. O atendimento é sob livre demanda e nós temos uma enfermaria bem equipada e preparada para estabilizarmos um paciente grave até sua remoção”, exemplificou.
Estação Antártica Comandante Ferraz, a casa do Brasil no continente gelado
Aeronave UH-15 realizou sobrevoo nas áreas atingidas
Agência Marinha de Notícias
Petrópolis, RJ
A Marinha do Brasil (MB) realizou ontem (20), em apoio ao Comando Conjunto Leste, diversas ações na cidade de Petrópolis, com a utilização de cerca de 370 militares, 60 viaturas e uma aeronave UH15. Pela manhã, foi feito o transporte aéreo de um gerador para o Morro do Morin, que estava sem fornecimento de energia e onde ficam instaladas as torres de rádio, televisão e celular. Em outro ponto da cidade, na Paróquia Santo Antônio, no Alto da Serra, militares da Marinha distribuíram medicamentos para atender 200 pessoas que estão abrigadas no local.
O Secretário de Defesa Civil de Petrópolis, Tenente-Coronel Gil Correia Kempers Vieira, destacou a importância do apoio da MB no transporte aéreo de equipes e de equipamentos para as localidades com acesso mais difícil. “É muito importante porque passamos a ter uma visão do todo. Quando estamos em campo podemos observar a ocorrência in loco e passamos a ter uma outra dimensão para fazermos uma avaliação melhor do cenário, a instabilidade do solo em algumas localidades e, a partir dessa observação aérea, redirecionarmos as equipes”.
Aeronave UH-15 transportou gerador para região atingida em Petrópolis
O Hospital de Campanha (HCamp) da Marinha, montado no SESI Petrópolis, realizou ontem, somente até o início da tarde, 120 atendimentos médicos. Nele, são disponibilizados atendimentos odontológicos, de cirurgia geral de baixa complexidade, ortopedia, clínica médica e pediatria.
O Diretor da Unidade Médica Expedicionária da Marinha, Capitão de Fragata Médico Carlos Gustavo Drummond, ressaltou que os atendimentos no HCamp variam dos mais simples aos casos mais complexos e graves. “Hoje, por exemplo, fizemos um atendimento médico a uma idosa que teve uma parada cardiorrespiratória, mas felizmente conseguimos reverter o quadro e ela saiu estável do hospital na nossa UTI móvel”.
Também foram deslocados para a cidade dois Capelães Navais da MB, um padre e um pastor, a fim de celebrar cultos ecumênicos, na tentativa de amenizar o sofrimento dos petropolitanos. O Primeiro-Tenente Capelão Naval Bento Oliveira, que é padre, afirmou que a proposta é apoiar as famílias que se encontram em desalento. “Muitos perderam familiares e bens e o conforto espiritual é muito importante para estender a mão a população que está sofrendo neste momento”.
Proposta realçada também pelo Capitão-Tenente Capelão Naval Williams Soares, que é pastor. “Estamos aqui para prestar assistência espiritual e religiosa ao pessoal atingido por esta tragédia. Viemos trazer um pouco de conforto e alento”.
Militares da Marinha durante distribuição de doações, em Petrópolis
Familiares e amigos durante despedida no Porto do Rio de Janeiro
Agência Marinha de Notícias
Rio de Janeiro, RJ
A etapa brasileira do Velas Latinoamerica 2022 chega ao fim hoje (20). O evento, que recebeu cerca de 10 mil visitantes na zona portuária do Rio de Janeiro, contou com contemplação pública aos veleiros, apresentações culturais, cerimoniais à bandeira comentados, visitas de diversas autoridades internacionais, tudo isso com o intuito de propiciar o intercâmbio profissional e cultural entre as marinhas latino-americanas. Esta etapa marcou, também, o início das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil.
Logo no início desta manhã, familiares e amigos foram até o Porto do Rio de Janeiro para despedirem-se da tripulação dos grandes veleiros. Os navios partiram em direção a Montevidéu, no Uruguai, onde devem atracar no início de março. O primeiro a partir foi o Navio-Veleiro “Cisne Branco”, da Marinha do Brasil, seguido pelos outros seis navios sul-americanos (Argentina, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai).
Da orla das praias, cariocas e turistas tiveram mais uma oportunidade de assistir ao desfile naval de despedida. O Velas, que acontece a cada quatro anos, termina no dia 28 de junho, no Porto de Vera Cruz, no México. Até lá, serão mais 12 portos a serem visitados, em 10 países.
Agência Marinha de Notícias
Petrópolis, RJ
Após quatro dias da tragédia causada pelas chuvas em Petrópolis (RJ), uma das mais importantes cidades da Região Serrana do estado, a Marinha do Brasil (MB) permanece mobilizada para tentar amenizar o sofrimento da população e auxiliar as autoridades locais e a Defesa Civil nas ações de recuperação da cidade.
Na manhã de hoje (19), um caminhão da MB chegou a Petrópolis com dois contêineres e 25 toneladas de suprimentos (água, roupas e alimentos) vindos de São Bernardo do Campo (SP), oriundos do Programa Pátria Voluntária. As doações foram entregues no Colégio Santa Catarina, localizado no Centro.
Emocionada, a Diretora do colégio, Mônica Chung, destacou, no momento do recebimento dos itens doados, que a mobilização é uma demonstração de amor no meio de uma catástrofe e ressaltou a importância das doações. “A gente teve que unir forças, juntamente com a Marinha e com os responsáveis pelo Programa Pátria Voluntária, para arrecadar o máximo de doações, que serão muito importantes para as famílias que foram afetadas pela situação que estamos passando. Essa mobilização é muito importante para nós”.
Em entrevista concedida à Agência Marinha de Notícias hoje pela manhã, o Prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, ressaltou a parceria entre a Marinha e a Prefeitura na execução de diversas ações desde o início da semana. “Nesse momento difícil que estamos vivendo, ter a Marinha do Brasil aqui no nosso município nos dá muita tranquilidade, principalmente na área de saúde. Tenho certeza de que, desta forma, o povo petropolitano se sente mais protegido e mais amparado. Ainda mais porque nós tivemos a nossa UPA interditada por causa do estrago causado pelas chuvas”.
O Hospital de Campanha da Marinha, que está funcionando no SESI Petrópolis, conta com instalações ambulatoriais e de UTI e uma equipe formada por médicos, enfermeiros e farmacêuticos. Além do HCamp, a MB conta com um helicóptero UH-15, 60 viaturas e cerca de 300 militares. Esses números variam dia a dia, a depender das necessidades de apoio que se apresentam.
Também foi realizada, hoje, pelo Grupamento de Fuzileiros Navais que está atuando no local, a desobstrução e o controle de trânsito em diversas ruas e avenidas da cidade.
Os donativos fazem parte do Programa Pátria Voluntária
e foram entregues no colégio Santa Catarina
Desfile de despedida acontece amanhã na orla carioca
Agência Marinha de Notícias
Rio de Janeiro, RJ
O Velas Latinoamerica 2022, que mudou a paisagem da cidade do Rio de Janeiro durante esta semana, despede-se neste domingo (20). Em sua quarta edição, o evento com grandiosos veleiros de diversas nacionalidades, incluindo o Navio-Veleiro “Cisne Branco”, encerra sua passagem pela cidade maravilhosa. Para quem não teve a oportunidade de fazer a contemplação dos veleiros atracados, ainda terá essa chance até hoje (19). Para conseguir um ingresso, que é gratuito, basta acessar o site, preencher um formulário e imprimir o ticket.
Quem estiver na cidade também terá a oportunidade de assistir ao desfile naval de despedida amanhã (20), quando os navios seguirão para Montevidéu, no Uruguai. Os veleiros desatracarão do cais do Píer Mauá a partir das 6h, passando mais uma vez pela orla do Rio de Janeiro.
O maior evento náutico da América Latina segue com seus navios por mais quatro meses, visitando importantes cidades e portos do Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador, Panamá, Colômbia, República Dominicana, Curaçao e finalizando no Porto de Vera Cruz, no México.
Uma semana repleta de eventos
Em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro, a edição do Velas deste ano iniciou com um desfile naval pelas praias cariocas no último fim de semana. A população teve a oportunidade de ver a magnitude dos navios diretamente das orlas das praias da Barra da Tijuca, São Conrado, Leblon, Ipanema e Copacabana.
Durante todos os dias do evento, as pessoas puderam assistir ao cerimonial à bandeira comentado em frente ao prédio do Comando do 1º Distrito Naval, no Centro do Rio. Momento em que o Pavilhão Nacional é arriado ao som do Hino nacional brasileiro, executado ao vivo pela Banda do Grupamento de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro, com os comandos do cerimonial emitidos por toques de corneta.
Ainda dentro da programação, houve ontem (18) uma apresentação da Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais, no Boulevard Olímpico, que encantou o público que passava pelos arredores de onde estão atracados os navios.
Público assiste à apresentação da Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais no Boulevard Olímpico
O Velas Latinoamerica 2022, que tem o Brasil como país anfitrião desta edição e o objetivo de fortalecer os laços de amizade e profissionalismo, por meio do intercâmbio operacional e cultural entre as marinhas latino-americanas.
Hospital de Campanha da Marinha presta auxílio ao sistema de saúde local
Agência Marinha de Notícias
Petrópolis, RJ
As fortes chuvas que assolam o município de Petrópolis (RJ) desde o início da semana provocaram a mobilização de diversos órgãos públicos e entidades privadas a fim de conter os danos provocados. Mais de 260 militares enviados pela Marinha do Brasil (MB), incluindo da área de saúde, têm se dedicado, em sinergia com outras instituições, a prestar socorro à população afetada.
O Hospital de Campanha (HCamp), montado pela MB no SESI Petrópolis, está ajudando o sistema de saúde local e trazendo alento à população em meio à tragédia. Apenas nesta sexta-feira (18), foram realizados 30 atendimentos na unidade, sendo 19 na clínica médica, cinco na emergência, três na ortopedia e três na odontologia.
Exemplo desse cuidado é o taxista João Baptista Prado. Ele afirmou, em tom de gratidão, que se não fosse pela MB não conseguiria atendimento médico. O taxista ficou horas preso dentro de seu carro depois que o veículo foi atingido por um ônibus de turismo arrastado pelas águas. Após o resgate, ele procurou o pronto socorro e, devido à lotação, foi direcionado ao HCamp da MB, onde foi atendido e recebeu a medicação necessária.
Outra ação realizada pela Marinha foi o transporte do equivalente a um caminhão e meio de medicamentos e itens hospitalares para abastecer o HCamp. Desse material, foram levadas caixas com medicamentos, além de itens variados destinados ao atendimento de nível ambulatorial e de emergência.
Itens trazidos do Depósito de Material de Saúde da Marinha no Rio de Janeiro
Parceria na distribuição de suprimentos
Os militares também têm prestado apoio no transporte e distribuição de mantimentos para as famílias afetadas pelas enchentes. Exemplo disso foi a parceria estabelecida com a Universidade Estácio em Petropólis. Patrícia Bach, diretora da unidade, ressalta a importância da cooperação com a MB. “Eu recebo todos os donativos aqui na Universidade, nós separamos e a Marinha faz a entrega nos locais mais difíceis onde nós da população e os alunos não conseguimos entregar. É importante continuar com essa parceria, unindo forças de toda a comunidade“.
Desobstrução de vias
Os militares do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais também atuaram na desobstrução de vias, incluindo a BR-040, uma das principais vias de acesso à Petrópolis. O acúmulo de material arrastado pelas enchentes e deslizamentos estava bloqueando as vias e provocando retenções de até 5 km, quando uma equipe de 10 fuzileiros navais foi destacada para realizar a desobstrução.
Retroescavadeira empregada na desobstrução da BR-040 na madrugada desta sexta (18)
O Segundo-Tenente Fuzileiro Naval Rickard Botelho do Nascimento destacou a prontidão da equipe para a operação. ”Desembarcamos para fazer o reconhecimento a pé. Quando chegamos na posição do desmoronamento, era uma árvore e um poste que haviam caído. Iniciamos os trabalhos por volta de 0h30 e, às 2h, terminamos. Tiramos o poste, árvores e toda a cobertura vegetal que estava no terreno”, relatou.
Apoio do Governo Federal
O Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, realizou, nesta manhã (18), um sobrevoo na região. Em seguida, participou, junto a outras autoridades, de uma coletiva de imprensa na qual anunciou as medidas emergenciais para auxiliar a população de Petrópolis. O Ministro da Defesa, General Braga Netto, destacou a participação das Forças Armadas na região. "Nós deslocamos tropas de outros estados, particularmente de Minas Gerais e Espírito Santo. A Marinha já montou um hospital de campanha e a Força Aérea está fazendo o controle do tráfego aéreo", disse o Ministro.
Cerimonial será realizado todos os dias, até o dia 18, entre 18h35 e 18h45