Seminário discute soluções para Água de Lastro

Reunindo pesquisadores, empresas de sistemas de tratamento de água de lastro, instituições marítimas, portuárias, ambientais e sanitárias do Brasil, além de autoridades marítimas de países vizinhos da América do Sul e Central, a sétima edição do Seminário Brasileiro sobre Água de lastro, discutiu a implementação de procedimentos para o controle da introdução de espécies invasoras via água de lastro e os sistemas de tratamento da água de lastro aprovados pela Organização Marítima Internacional. O evento ocorreu entre os dias 24 e 26 de outubro, no Hotel “A RESSURGÊNCIA” do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), em Arraial do Cabo, RJ. A importância de se debater este tema está no fato de que embarcações que navegam em águas internacionais correm o risco de transportar espécies exóticas dentro dos tanques dos navios. Estas espécies exóticas alteram o equilíbrio ecológico local, e podem causar impactos negativos na pesca, na aquicultura, na saúde e em outras atividades econômicas. Isto ocorre porque em novos ambientes alguns organismos ficam livres dos predadores naturais e, em condições favoráveis, acabam dominando a fauna local. Já existem registros de bioinvasão por meio da água de lastro espalhados pelo mundo inteiro. No Brasil, temos como exemplo a espécie invasora “Limnoperna fortunei” - o mexilhão dourado. Esta é uma espécie nativa de rios e arroios chineses e do sudeste asiático que entrou em águas sulamericanas através da água de lastro. O impacto negativo do mexilhão dourado no Brasil tem sido grande, causando problemas de entupimento de tubulações, filtros de usinas hidroelétricas e bombas de aspirações de água, degradação das espécies nativas e problemas relacionados com a pesca. O QUE É: Água de lastro é a água do mar captada pelo navio para garantir sua segurança operacional e sua estabilidade. Em geral, os tanques são preenchidos com maior ou menor quantidade de água para aumentar ou diminuir o calado dos navios durante as operações portuárias. Essa água utilizada como contra-peso em navios de carga é transportada de um país ao outro, e pode disseminar espécies 'estranhas' a determinado ambiente e potencialmente perigosas. Entre as espécies que tem o potencial de serem transportadas, estão as anêmonas, cracas, caranguejos, gastrópodes, mexilhões, ouriços do mar, entre outras.