Simulações, Cenários e Jogos de Guerra – abordagens teóricas

Essas três formas de tentar lidar com a realidade presente e futura cooperam entre si e são usadas no campo do aprendizado organizacional.

Cenários
São descrições realistas (HEIJDEN, 1998), qualitativas (SCHNAARS, 1987), surpreendentes, desafiadoras (MARSH, 1998), contrastantes, contextuais, vívidas (FAHEY; RANDALL, 1998) e internamente consistentes (PORTER, 1985) de projeções alternativas plausíveis de como o presente evoluirá (FAHEY; RANDALL, 1998) para possível resultado futuro (PORTER, 1985) com atenção aos processos causais e pontos de decisão (KAHN; WEINER, 1967), na forma de ferramenta para tomada de decisão dentro de um processo de planejamento estratégico (FAHEY; RANDALL, 1998).


Simulações
Metodologia de criação de uma representação artificial do sistema mundial real, a fim de manipular e explorar as propriedades desse sistema. A literatura aponta estudos teóricos e descreve casos em que simulações são utilizadas como instrumento de cooperação em altos níveis decisórios além do campo militar.

Entre as vantagens de aprendizado por simulações, estão a possibilidade de variar ambientes e a certeza de maior ganho de aprendizado além de apontar uma série de gaps de comportamento e do processo decisório, apresentando dilemas e buscando expor fraquezas em uma ação deste tipo no futuro (CORRÊA, FLOR, 2013).


Jogos de Guerras
Ferramentas didáticas, os Jogos de Guerra são instrumentos que simulam múltiplas situações em ambientes de variada complexidade, dinamismo e grau de incerteza, nos quais podem ser gerados desafios aos tomadores de decisão em contextos que ampliam a gama de sensações que estimulam o processo decisório.

De uma forma mais genérica, Jogo de Guerra seria a simulação de situações em que um jogador (ou grupos de jogadores) exerce o papel de decisor, competindo com outros jogadores ou com os diretores (organizadores ou juízes) do jogo pela forma como age e reage aos eventos e desafios que são apresentados paulatinamente no ambiente proposto. Sua essência é o exame do conflito em ambiente artificial e difere de simulações computadorizadas, indo além delas em complexidade e grau de indeterminação do problema (PERLA, 1990; DUNNIGAN, 1997; RUBEL, 2006).

A simulação tipo Jogo de Guerra não garante o sucesso de uma ação na prática (SOUZA, 2008). Por outro lado, apresenta-se como (...) um excelente meio para indicar o que pode dar errado e tornar visíveis os pontos fracos de uma operação. O jogo didático, embora não tenha o mesmo propósito do analítico, que é analisar a ação simulada, levanta questionamentos de procedimentos e conceitos, apontando caminhos que poderão ser debatidos pelos instrutores, posteriormente, na fase de crítica (2008, p. 88). Seu valor reside em “nos ensinar o que não sabíamos que não sabíamos” (PERLA, 1994, p. 78).