Perguntas Frequentes

Departamento de História


1- Quais foram os navios que integraram a Divisão Naval em Operações de Guerra durante a participação brasileira na Primeira Guerra mundial?

R: Os Cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul; os Contratorpedeiros Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Santa Catarina; o Cruzador Auxiliar Belmonte; e o Rebocador Laurindo Pita.

Fonte: MARTINS, Hélio Leôncio.
Participação da Marinha Brasileira na Primeira Guerra Mundial. In: História Naval Brasileira. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 1975 – v. 5 r. 2, p. 264-265.




2- Como a Marinha do Brasil participou da II Guerra Mundial?

R: A Marinha do Brasil participou realizando patrulhas no Atlântico Sul e protegendo os comboios de navios mercantes que trafegavam entre o Mar do Caribe e o litoral sul do Brasil contra a ação dos submarinos e navios corsários germânicos e italianos.

Fonte: Introdução à História Marítima Brasileira. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 2006, p. 154.



3- Quantos navios mercantes brasileiros foram atacados durante a Segunda Guerra Mundial? Qual o número de mortos ou desaparecidos?

R: Foram realizados 33 ataques a mercantes brasileiros, com um total de 982 mortos ou desaparecidos.

Fonte: Introdução à História Marítima Brasileira. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 2006, p. 156.



4- Quais foram os navios encouraçados incorporados pelo Brasil na Guerra da Tríplice Aliança (1865-1870)?

R: Foram incorporados um total de 17 navios encouraçados, sendo seis classificados como monitores: Encouraçados Brasil, Tamandaré, Barroso, Rio de Janeiro, Silvado, Bahia, Lima Barros, Herval, Mariz e Barros, Colombo e Cabral; Monitores Pará, Rio Grande, Alagoas, Piauí, Ceará e Santa Catarina.

Fonte: CAMINHA, Herick Marques. História Administrativa do Brasil: organização e administração do Ministério da Marinha no Império. Coord. Vicente Tapajós. Brasília – Rio de Janeiro. Fundação Centro de Formação do Servidor Público. Serviço de Documentação Geral da Marinha, 1986, p. 134-135.




5- Quais navios brasileiros participaram da Batalha Naval do Riachuelo em 11 de junho de 1865?

R: A Fragata Amazonas e os Vapores Jequitinhonha, Beberibe, Belmonte, Parnaíba, Mearim, Araguari, Iguatemi e Ipiranga.

Fonte: BITTENCOURT, Armando de Senna. Visitando Riachuelo e revendo controvérsias, 132 anos depois. Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, v. 117, b. 7-9, 2007, p. 42.




6- Quando foi introduzido o brasão do Cruzeiro do Sul e a expressão “Tudo pela Pátria”?

R: O escudo do Cruzeiro do Sul, que ornamenta a proa dos nossos navios, é um dos elementos que identificam àqueles como navios de guerra incorporados à Marinha do Brasil. Embora não tenha sido identificado ato administrativo que determinasse sua utilização, o uso do escudo do Cruzeiro difundiu-se com o advento da República, tornando-se obrigatório desde então. Porém, pode-se vincular seu uso como uma substituição às figuras de proa, elemento característico dos navios veleiros. Ao analisarmos as figuras de proa que ornamentam os navios, torna-se mister traçar a historicidade desta tradição naval. Desde a Antiguidade muitos povos costumavam ornar as suas embarcações com imagens de animais míticos ou reais, além de divindades protetoras. A universalidade das figuras de proa entalhadas na madeira dificulta a fixação de sua origem, porém as proas esculpidas, antropomórficas e zoomórficas, já eram populares no Antigo Egito, no tempo de Ramsés II.
O Cristianismo já encontrou arraigado o costume de ornar os navios com figuras protetoras. A Cristianização do continente europeu refletiu diretamente nas atividades náuticas, onde os nomes oficiais dos navios passaram a ser tirados do hagiológio Católico, porém persistiam tradições pagãs nas figuras de proa, que normalmente eram associadas ao nome popular do navio.
As figuras de proa no Brasil têm sua origem na tradição naval lusitana, desde os primeiros tempos da colonização portuguesa os navios ostentavam figuras de animais míticos ou reais, sendo que estas representações sobreviveram a todas as transformações religiosas e políticas. Poucas eram as figuras de tema religioso. Em fins do século XVIII, no contexto do neoclassicismo, figuras da mitologia clássica serviam de inspiração. No início do século XIX, as figuras da família real ou de governantes ornavam os navios da coroa. Usavam-se também por essa época heróis e figuras da história portuguesa.
Esta tradição naval portuguesa persistiu após a Independência do Brasil, ao longo do Império. Em fins do período Monárquico, nas décadas de 1870 e 1880 os navios de ferro gradativamente foram substituindo os navios de madeira da Marinha do Brasil, desaparecendo desta forma o próprio costume de usar figuras de proa. Sendo substituída em alguns navios, notadamente os maiores, por florões que remetiam ao Império Brasileiro, porém, nem as figuras de proa, nem os florões que às substituíram nos navios com casco de metal, tinham sua forma ou seu uso regulamentado.
Com a Proclamação da República, observa-se um novo paradigma para ornar as proas dos navios da então República dos Estados Unidos do Brasil que passaram a receber o escudo do Cruzeiro, com a imagem da constelação do Cruzeiro do Sul ao centro circundado por estrelas representando os estados da República.
Posteriormente a divisa “Tudo pela Pátria”, em função do corrente uso não só nos navios da Esquadra como em alguns estabelecimentos navais, foi adotada oficialmente pela Marinha com o Aviso nº 219, de 3 de fevereiro de 1893, do Ministro da Marinha Almirante Custódio José de Mello, devendo ela ser fixada a partir de então nos lugares mais visíveis e notáveis dos navios e estabelecimentos da Marinha.

Fontes: CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do Folclore Brasileiro. 2 vols. Brasília: Instituto Nacional do Livro, Ministério da Educação e Cultura, 1972.
MOURA, Carlos Francisco de, Figura de proa do Tocantins e Carrancas do São Francisco.
Revista Navigator: Subsídios para História Marítima do Brasil.
Rio de Janeiro: Serviço de Documentação Geral da Marinha, número 10, dezembro de 1974.
______ . Figuras de proa portuguesas e brasileiras. Revista Navigator: Subsídios para
História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação Geral da Marinha, número 11, junho de 1975.
Os Símbolos Nacionais: Edição especial comemorativa da semana da Pátria. Brasília: Presidência da República, 1993.



7- A canção “Cisne Branco” é o hino da Marinha, quem é seu autor?

R: A canção Cisne Branco não é o hino da Marinha. A música era um dobrado sem letra, de autoria do Primeiro-Sargento do Exército Brasileiro Antonino Manoel do Espírito Santo, conhecido nas décadas de 1920 e 30 como Dobrado Sargento Calhau, muito executado por bandas do Exército e da Marinha. Quanto ao autor da letra consta em certidão de direitos autorais emitida pela Biblioteca Nacional que é de autoria do Segundo-Tenente da Marinha do Brasil Benedito Xavier de Macedo.

Fonte: Parecer nº 1/2006 do Serviço de Documentação da Marinha.



8- Todo navio possui seu Brasão, esse Brasão será o mesmo em todas as embarcações que receberá o mesmo nome, independente do tipo de navio e sua função?

R: O SGM-501, capítulo VI “Distintivos e Estandartes Navais”, preconiza: “O distintivo adotado por um navio pertencerá a todos os outros com o mesmo nome”.

9- Qual a origem das salvas de canhões?

R: As salvas representam um sinal de amizade que há muitos séculos é utilizado. Nos tempos em que não haviam meios seguros de comunicação, ou quando não era possível aos navios saberem notícias de terra, era imprescindível para cada um deles saber as recíprocas intenções. Era muito difícil para um navio no mar durante longo período saber se uma determinada nação estava ou não em guerra. Nos tempos de Henrique VIII, rei da Inglaterra no século XVI, para um canhão repetir um tiro levava longo tempo. Quando disparava ficava impossibilitado de combater. A maioria das fragatas e navios menores era artilhada com sete canhões em cada bordo. As baterias de terra deveriam responder às salvas do navio, na razão de três tiros para cada tiro de bordo. Logo, a máxima salva de bordo, sete tiros, era correspondida pela maior salva de terra, 21 tiros. Com o desenvolvimento tecnológico, os navios atingiram também 21 tiros. Atualmente, “disparar canhões ao avistar navios amigos é uma saudação: a salva”.

Fonte: LYRA, Márcio de Faria Neves Pereira de. Tradição do Mar: usos, costumes e linguagem. Brasília, DF: Serviço de Relações Públicas da Marinha, 1987, 6º ed., p. 34-35.




10 - Qual a diferença operativa entre um Cruzador e um Destroyer na Marinha de Guerra?

Podemos entender o Cruzador como um navio de combate, de grande velocidade, proteção moderada, grande raio de ação, boa mobilidade e armamento de calibre médio e tiro rápido. O seu principal uso é destinado a efetuar explorações, coberturas, escoltas de comboio, contra ataques de superfície, guerra de corso e bombardeio de costa. Um Destroyer(Contratorpedeiro na Marinha do Brasil) é um navio de combate de alta velocidade, grande mobilidade, tamanho moderado e proteção estrutural nula, cujo armamento principal é normalmente constituído de torpedos e cargas de profundidades. Seu principal uso é na guerra anti-submarina.

Fonte: CAMINHA, Herick Marques. Dicionário Marítimo Brasileiro, 2º ed. Rio de Janeiro: Clube Naval, 1996, p. 134 e 145.