No Brasil, há milhares de pessoas com algum tipo de deficiência que estão sendo discriminadas no meio social em que vivem ou sendo excluídas do mercado de trabalho. Tamanha importância do tema para a sociedade, o Dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência tem um dia só seu (3 de dezembro) para alertar e conscientizar sobre o direito de todos, independentemente da condição física, sensorial ou intelectual. Contudo, ainda hoje cabem as reflexões: “De quem é a responsabilidade de incluir?”, “Como estamos construindo a inclusão no nosso dia a dia?”, “Será mesmo que a inclusão é responsabilidade somente dos poderes públicos, escolas e instituições?”, “Será que cada um de nós enquanto cidadãos não temos responsabilidades?”. Bom, a exclusão social de pessoas com deficiência ou alguma necessidade especial é tão antigo quanto a formação da sociedade.
Promover um ambiente de aprendizagem estável e familiar, que proporcione descobertas e desafios, melhora a qualidade de vida da pessoa com deficiência. É muito importante ter diferentes experiências, além de tempo para assimilar e entender como tudo se relaciona. As crianças com deficiência também aprendem e percebem o mundo de várias maneiras e é uma missão dos familiares, profissionais e educadores saber em quais meios sensoriais eles estão buscando informação e oferecer experiências ricas, significativas e funcionais.
Não podemos esquecer que pessoas com deficiência podem ter uma qualidade de vida igual ou até melhor as demais, dependendo das oportunidades que são oferecidas a elas. O tratamento em instituições especializadas na área da deficiência, suporte psicossocial, é um reforço imprescindível, já que os cuidadores e responsáveis nem sempre têm condições emocionais e sociais para o enfrentamento, seja do tratamento ou do processo de reabilitação. Com a participação ativa dos familiares, a reabilitação da pessoa com deficiência é efetiva e os resultados esperados em relação à autonomia podem ser alcançados.
Sendo assim, a Marinha trabalha de forma conjunta com profissionais de saúde e de assistência social para oferecer ao nosso pessoal o suporte necessário para as famílias que possuem crianças com algum tipo de deficiência. Para isso, a Assistência Social da Marinha planeja e executa, por meio dos seus Órgãos de Execução do Serviço de Assistência Social ao Pessoal da Marinha (OES), o Programa de Atendimento Especial – Pessoa com Deficiência.
Neste Programa, não apenas os usuários, mas os familiares e cuidadores, que precisam ter uma referência para conseguir enxergar as possibilidades e evitar a superproteção, são devidamente acolhidos e acompanhados por profissionais da Assistência Social. Fazer parte de grupos de apoio e conviver com outras pessoas com deficiência em eventos e atividades socioeducativas viabiliza novas experiências e fortalece mutuamente a cada um.
Contribuir para o bem-estar, promoção da autonomia dos usuários e apoio aos familiares neste processo de superação de obstáculos é contribuir para que o conceito de Saúde Total seja vivenciado por todos.
Primeiro-Tenente(RM2-S)
Psicóloga
Diretoria de Assistência Social da Marinha