A embarcação Guató I apoiou no transporte de pessoal da Ponta do Morro até a aldeia
Indígenas da Aldeia Uberaba, que concluíram, neste ano, o Curso de Formação de Aquaviários – Marinheiro Fluvial Auxiliar de Convés/Máquinas, tiveram a oportunidade de apoiar a Marinha do Brasil na logística do projeto “Juizados em Ação nas Comunidades Tradicionais de Mato Grosso do Sul – Expedição Indígena Guató”, que aconteceu no período de 22 a 26 de abril.
O curso foi realizado pela Agência Escola Flutuante (AgEFlut) “Esperança do Pantanal”, navio subordinado à Capitania Fluvial do Pantanal (CFPN), no Instituto Acaia Pantanal – Escola Jatobazinho. Do total de 60 novos aquaviários formados em janeiro, 11 eram da Etnia Guató da Aldeia Uberaba – Ilha Ínsua, sendo uma indígena.
A Expedição contou com o emprego do Navio-Transporte Fluvial “Paraguassu”, subordinado ao Comando da Flotilha de Mato Grosso, que transportou 92 pessoas, entre civis e militares. Devido ao baixo nível das águas, o navio abarrancou na região da Ponta do Morro, a mais ou menos 50 km da Aldeia Uberaba. Outras embarcações foram, então, empregadas para apoiar e completar o trajeto: a AgEFlut “Esperança do Pantanal” e duas embarcações de casco rígido, também da CFPN; a Lancha de Operações Ribeirinhas, do Grupo de Embarcações de Operações Ribeirinhas de Mato Grosso; e uma embarcação pertencente aos indígenas, a Guató I.
A AgEFlut “Esperança do Pantanal” tem, entre outras atribuições, realizar cursos de formação de aquaviários em localidades distantes do centro urbano. “Primeiro, é muito gratificante formar esses homens e mulheres que residem em regiões isoladas do Pantanal sul-mato-grossense, que não têm, na maioria dos casos, oportunidade de fazer o curso na cidade. Depois, é compensador ver esses novos profissionais apoiando as ações em prol de suas próprias comunidades”, disse o Capitão dos Portos do Pantanal, Capitão de Fragata Marcelo Pinto Werneck.
Nascido na aldeia, Moisés Silva da Costa foi um dos alunos dessa última turma e pôde apoiar o projeto. “Moro com minha família e, depois que peguei a carteira, passei a viajar pra cidade pra resolver as coisas com mais tranquilidade. Antes a gente navegava sem saber direito as normas, então pra nós o curso foi muito importante. As pessoas aqui também passaram a se sentir mais segura navegando com a gente”, ressaltou.
O cacique da Aldeia Uberaba, Osvaldo Corrêa da Costa, também destacou a importância da qualificação para os integrantes da comunidade. “Estamos muito distantes do centro de Corumbá e temos muitas demandas por lá, como consultas, compras de mercado e questões de documentação. Nosso pessoal, pais e mães de família, precisam navegar com segurança, precisam conhecer as regras e a sinalização. Por isso, a gente vai se organizar pra mandar mais gente na próxima turma”.
Embarcação da Aldeia Uberaba apoiou no transporte de pessoal e material