293 vagas: Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante abre seleção para 2024

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A Marinha Mercante é o conjunto das organizações, pessoas, embarcações e outros recursos dedicados às atividades marítimas, fluviais e lacustres de âmbito civil

Estão abertas, entre 15 e 25 de maio, as inscrições para o processo de seleção de candidatos à Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM). O edital oferta 293 vagas no total, sendo 119 vagas para o Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA), em Belém (PA). As provas serão realizadas nos dias 19 e 20 de agosto.

O valor da taxa de inscrição é de R$ 65,00. As inscrições serão realizadas, exclusivamente, no endereço www.marinha.mil.br/ciaga/, no “link” “PS EFOMM/2024”.

Dentre os requisitos para ingresso, constam os seguintes itens: ser brasileiro nato (ambos os sexos), com idade mínima de 17 anos e máxima de 23 anos em 1º de janeiro de 2024, ter concluído o Ensino Médio até 29 de janeiro de 2024, não ter filhos ou dependentes e não ser casado ou haver constituído união estável e estar em dia com as obrigações do Serviço Militar e da Justiça Eleitoral.

O processo seletivo é constituído por quatro etapas: exame de conhecimentos, com provas de Matemática, Inglês, Física, Português e Redação; etapa psicofísica, na qual os candidatos passam por inspeção de saúde; aplicação do teste de suficiência física (corrida e natação); e período de adaptação e verificação de documentos.

Os candidatos que optarem por realizar o Exame de Conhecimentos em cidades localizadas nas regiões Norte e Nordeste concorrerão, única e exclusivamente, às vagas para o CIABA.

Confira as cidades para a realização das 1ª, 2ª e 3ª etapas do processo seletivo: Santana (AP), Belém (PA), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Parnaíba (PI), Recife (PE), Salvador (BA), Santarém (PA) e São Luís (MA).

 

Curso de Formação

Mais de 80% do comércio mundial de mercadorias é transportado por via marítima. A União Europeia estima que, até 2050, a demanda global por fretes triplicará o volume de cargas transportadas pelos oceanos. Cada navio requer uma tripulação capacitada, composta por pessoal de máquinas, convés e câmara, divididos entre oficiais, sub-oficiais e subalternos.

Na EFOMM são formados Oficiais em duas opções de curso: Náutica e Máquinas. Ao Oficial de Náutica compete o manuseio dos equipamentos de convés, de navegação e de comunicações de bordo; ao Oficial de Máquinas compete a condução e manutenção das instalações de máquinas do navio.

Troca de platinas do aluno Victor de Sá, que optou pela formação como Oficial de Máquinas, no CIABA

 

Nascido no Rio de Janeiro, Victor de Sá, 25 anos, optou pela mudança para Belém, onde cursa o 3º ano da EFOMM, no CIABA. “Eu soube por meio dos meus pais que quem embarcava em navio ganhava uma boa remuneração. E com o incentivo deles busquei na internet como era a profissão. Descobri a oportunidade de trabalhar e, na folga, ter tempo livre para viajar”, conta.

Durante o curso, os alunos são orientados, conforme suas aptidões, a optarem pela formação em Náutica ou Máquinas. “Sempre tive curiosidade sobre como funcionavam as coisas, ajudava meu pai a fazer a troca dos filtros e óleo do carro e procurava entender a função de cada equipamento em casa. Com as palestras que tivemos, com Oficiais, eles relatavam que isso era a rotina do Oficial de Máquinas a bordo. Então, vi que essa era a melhor escolha”.

Tanto no curso de Náutica quanto no de Máquinas, os alunos estudam em regime de internato durante três anos. O curso tem dois períodos: o período acadêmico, composto de seis semestres letivos, em regime de internato, com dedicação exclusiva do aluno; e o período de estágio, no qual o aluno deve passar dois semestres embarcado, cumprindo estágio supervisionado.

Após concluir o 3º ano do curso, o aluno realizará, obrigatoriamente, o Estágio de Praticante, a bordo de embarcações mercantes utilizadas na navegação marítima e no apoio marítimo, exclusivamente em empresas indicadas pelos Centros de Instrução.

Durante os semestres acadêmicos, os alunos são militares, conforme previsto no Estatuto dos Militares. Após a declaração de Praticantes, os alunos são desligados do Serviço Ativo da Marinha do Brasil, incluídos como Guarda-Marinha na Reserva.

Como alunos civis, passam a ser regidos pelas Normas do Ensino Profissional Marítimo e o Regimento Interno do Centro de Instrução. Ao terminarem o curso, os alunos são declarados Bacharéis em Ciências Náuticas (curso de nível superior), passando a integrar o Quadro de Oficiais da Reserva não remunerada da Marinha do Brasil, no posto de 2º Tenente.

 

História da formação de pessoal para a Marinha Mercante em Belém.

A Escola de Maquinistas e o Curso de Náutica, criados em 1892, em Belém, foram os primeiros empreendimentos escolares voltados à formação de pessoal para a Marinha Mercante no Brasil, criados pelo Presidente da República, Marechal Floriano Peixoto.

Sediados no prédio da antiga Inspetoria do Arsenal de Marinha (onde hoje se situa o Comando do 4º Distrito Naval), em 1907, a Escola e o Curso foram fundidos e transformados na Escola de Marinha Mercante do Pará. À época, Belém passava por extenso processo de reestruturação urbana, sustentado pelas exportações de borracha. A cidade abrigava pequenos estaleiros para a construção e reparação de navios que serviam a esse comércio.

A EMMPA continuou formando e adaptando fluviários, pilotos, maquinistas, radiotelegrafistas e comissários até que, devido à crescente demanda por profissionais de Marinha Mercante, foi transformada, em 1973, em Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar.

O nome homenageia o Almirante Braz Dias de Aguiar (1881-1947), que participou de atividades hidrográficas no Rio Amazonas e ao longo do litoral brasileiro, instalou e determinou as coordenadas geográficas de estações termo-pluviométricas em Manaus, Boa Vista, São Gabriel da Cachoeira, Benjamin Constant, Tabatinga, Fonte Boa, Coari, Manicoré e Parintins.

 

terça-feira, 16 Maio, 2023 - 11:42