Veleiro apreendido vira barco-escola para jovens e adultos

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Veleiro apreendido vira barco-escola para jovens e adultos

Capitania dos Portos do Paraná coordena chegada da embarcação em Paranaguá
10/03/2023
Agência Marinha de Notícias
Brasília, DF

A apreensão do navio-veleiro "Lamia", com mais de 600 quilos de haxixe, realizada pela Marinha do Brasil (Navio-Patrulha “Macau”) e pela Polícia Federal, em uma operação interagências, a cerca de 180 quilômetros do Arquipélago de Fernando de Noronha (PE), em setembro de 2021, resultou na doação da embarcação aos Escoteiros do Brasil. A entrega foi feita no início deste ano, em Natal (RN), com apoio da Base Naval de Natal (BNN).

“A doação representa a concretização de um projeto de longa data que visa oferecer às crianças, adolescentes e jovens a oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre o mundo marítimo”, destacou o Comandante da BNN, Capitão de Mar e Guerra Carlos Eduardo Ribeiro de Macêdo. 

Após seguir viagem com uma equipe formada por quatro velejadores voluntários do movimento escoteiro, o veleiro atracou nessa terça-feira (07) na Capitania dos Portos de Paranaguá. Em janeiro, a empresa pública Portos do Paraná cedeu uma área de mil metros quadrados ao grupo no porto público Barão de Teffé, também localizado em Paranaguá (PR). 

“Foi importante ter a nossa Base envolvida nos testes de mar, na preparação final e nos planejamentos operacional e logístico, para que um veleiro daquele porte conduzisse tão desafiadora jornada, de mais de 2.200 milhas náuticas, de Natal a Paranaguá”, complementa o Comandante Carlos Macêdo.


Apresamento do veleiro “Lamia”, em 2021, durante a operação interagências. Imagem: Polícia Federal
 

O veleiro ficará na cidade paranaense por conta da proximidade da sede nacional dos Escoteiros do Brasil, localizada em Curitiba (PR).

A tripulação do veleiro levou 26 dias para chegar ao destino, saindo da BNN, no dia 10 de fevereiro, com paradas em outros portos brasileiros como Cabedelo (PB), Maceió (AL), Salvador (BA), Ilhéus (BA), Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), Ilhabela (SP), Santos (SP), até alcançar o Porto de Paranaguá. 

“A Marinha prestará apoio logístico, por meio de pequenos reparos, abastecimento, entre outros, quando possível”, informou o Capitão dos Portos de Paranaguá, Capitão de Mar e Guerra Anderson Brito de Melo. 

Marco Antônio Bortoli, Coordenador Nacional dos Escoteiros do Mar, foi um dos tripulantes da travessia e afirmou que o veleiro será um barco-escola. “Teremos um plano pedagógico de treinamento de adultos, chefes escoteiros e, após isso, o treinamento dos jovens escoteiros. Mais do que aprender a navegar, é necessário que eles tenham socialização, vida em equipe e a sistemática de consciência marítima de vida ao ar livre, de vida profissional. Essa é a missão principal do projeto”.

O Comandante da embarcação e fundador do 102º SP Grupo Escoteiro do Mar “Velho Lobo", Gutemberg Felipe Martins, explica que eles prepararão o barco-escola durante este ano. “Não é apenas um veleiro, onde a pessoa vai lá aprender a velejar, mas a navegar, a realizar os cuidados necessários do navio, então, acredita-se que durante este ano será feito esse trabalho. Precisaremos também escrever como será aplicado o programa educativo escoteiro dentro do veleiro e os cursos a serem criados para preparar os adultos voluntários como tripulantes da embarcação. A expectativa é de que a partir do ano que vem tudo isto esteja aprovado pela direção nacional”, explicou.


Veleiro ancorado na Capitania dos Portos do Paraná - Imagem: Gutemberg Martins
 

Escoteiros do Mar
O grupo “Escoteiros do Mar” é uma das vertentes do Escotismo, movimento que foi trazido ao País por militares da Marinha do Brasil em 1910. Na década de 1920, o movimento foi crescendo e culminou na criação do primeiro Regulamento dos Escoteiros do Mar, pelo Ministro da Marinha, em 1923.

A modalidade do mar tem ênfase na realização de atividades aquáticas, buscando desenvolver nos jovens o gosto pela vida náutica, pelas artes e técnicas marinheiras. É incentivado a navegação à vela e a motor, viagens e transportes náuticos, pesca, estudo da oceanografia, realização de esportes náuticos e submarinos.

No litoral do Paraná, existem dois Grupos de Escoteiros do Mar. O Grupo de Escoteiros do Mar da Ilha do Mel, localizado em Paranaguá, e o Grupo de Escoteiros do Mar Antonina, localizado em Antonina. 

 

Agência Marinha de Notícias