Salvador sediou seminário sobre “Economia do Mar na Amazônia Azul”
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Salvador sediou seminário sobre “Economia do Mar na Amazônia Azul”
A cidade de Salvador (BA) sediou, nos dias 17 e 18 de agosto, o Seminário “Economia Sustentável do Mar na Amazônia Azul”, promovido pelo Ministério Público Federal (MPF). O evento integra o projeto “O Ministério Público em Defesa da Amazônia Azul” e prevê Acordos de Cooperação Técnica entre os Ministérios Públicos da União e dos Estados e a Marinha do Brasil (MB).
O objetivo é proteger a Amazônia Azul, com a intensificação do controle e da fiscalização de atividades exercidas neste importante patrimônio brasileiro. “Essa iniciativa pretende proteger não só os bens da União, mas também os direitos de todo o povo que usufrui e depende das águas costeiras para sobreviver, aliando ambiente equilibrado, turismo e desenvolvimento econômico-social sustentável”, ressaltou o Subprocurador- Geral da República, Luiz Augusto Santos Lima.
Representando o Comandante da Marinha na cerimônia de abertura, realizada na Associação Comercial da Bahia, o Comandante do 2° Distrito Naval, Vice-Almirante Antonio Carlos Cambra, parabenizou a Procuradoria-Geral da República pela realização e organização do seminário, destacando o movimento em prol do desenvolvimento sustentável dos mares, rios e oceanos e da Economia Azul que está ocorrendo no estado da Bahia.
O seminário
O ciclo de palestras aconteceu na última sexta-feira (18), no Hotel Wish. Na ocasião, painéis abordaram tópicos relacionados às questões econômicas e energéticas do mar, sustentabilidade, oceanopolítica, empreendedorismo, recursos marítimos, atuação ministerial, clima e turismo náutico.
Ex-Comandante da Marinha e atual Coordenador de Desenvolvimento de Negócios e Relacionamento Institucional do Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro (CTN-RJ), o Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior detalhou o conceito de Oceanopolítica e defendeu a formação de CTN em seu painel. “A Oceanopolítica refere-se à interseção entre a política internacional e os assuntos marítimos. Os oceanos não apenas conectam nações, mas também representam fontes de recursos, rotas de comércio e, cada vez mais, áreas de interesse estratégico. Nesse contexto, o desenvolvimento de um Cluster Tecnológico Naval é vital para garantir nossa capacidade de proteger nossos interesses e contribuir para a segurança global”.
A respeito da Economia do Mar, o diretor da rede World Watch Institute no Brasil, Eduardo Athayde, apontou que “a visão global sobre esse tema deve considerar a interconexão entre nações, ecossistemas e indústrias, sendo essencial a cooperação internacional para garantir a gestão adequada dos recursos marinhos e a conservação da biodiversidade”. Athayde também evidenciou o potencial de novos recursos tecnológicos para o monitoramento, exploração e proteção dos oceanos em um cenário de constante evolução.
Em sua apresentação no seminário, com o tema Amazônia Azul, o Almirante Cambra expôs as potencialidades da costa brasileira e a necessidade de conciliar o avanço econômico, observando a sustentabilidade. “A Amazônia Azul é um repositório de recursos naturais, biodiversidade marinha e potencial econômico que merece nossa atenção e cuidado. Com essa vasta riqueza também vêm responsabilidades. Precisamos encarar o desafio de explorar os recursos existentes de maneira sustentável, preservando a integridade dos ecossistemas marinhos e garantindo que as gerações futuras também possam se beneficiar desses recursos. Isso exige uma Marinha forte e o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental”.
O Presidente da Fundação de Estudos do Mar, Almirante de Esquadra Marcelo Francisco Campos, abordou o tema “A importância do ensino e da pesquisa para a Economia do Mar e o poder de transformação social da Amazônia Azul”, quando destacou que a jornada em direção a um futuro marítimo promissor exige um compromisso inabalável com a educação e a pesquisa.
“Ao investirmos em educação e pesquisa, estamos capacitando nossas comunidades a se tornarem agentes de mudança. A disseminação do conhecimento e das habilidades necessárias para a exploração sustentável dos recursos marinhos cria oportunidades de emprego, fomenta o empreendedorismo e eleva a qualidade de vida das pessoas que dependem dessas águas”, ressaltou o Almirante Campos.