Marinha rumo a Paris 2024

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Marinha rumo a Paris 2024

Trinta e seis novos atletas são incorporados ao Programa Olímpico da Marinha
19/05/2023
Capitão-Tenente (RM2-T) Luciano Franklin de Carvalho
Brasília, DF

Faltando pouco mais de um ano para os Jogos Olímpicos de Paris, que têm sua cerimônia de abertura marcada para 26 de julho de 2024, a Marinha do Brasil (MB) acaba de realizar mais uma formação de atletas militares que integrarão o Programa Olímpico da Marinha (PROLIM). Ao todo, 36 atletas de alto rendimento foram incorporados à Força, na última sexta-feira (12), após a conclusão da 1ª fase do Estágio de Habilitação para Praças da Reserva de 2ª Classe da Marinha.

A candidatura para fazer parte do PROLIM é feita de forma voluntária, por meio dos editais publicados pelo Comando do 1° Distrito Naval, com sede no Rio de Janeiro, e o processo de seleção leva em conta os resultados dos atletas em competições nacionais e internacionais. Se aprovados, passam por uma formação militar-naval, com duração média de 45 dias, com ênfase nas atividades desenvolvidas pelo Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), visto que a preparação é realizada por eles. Neste ano, os atletas tiveram a oportunidade de participar de adestramento na Ilha da Marambaia (RJ), onde ficaram instalados em barracas e receberam instruções básicas de operações na selva.


Atletas em exercício de primeiros socorros, na Marambaia (RJ) - Foto: Marinha do Brasil
 

Após a conclusão do Estágio, os atletas voltam às suas rotinas de treinamentos, seja na Marinha ou em seus clubes, aos quais estejam vinculados. Os atletas que participam do PROLIM têm direito a todos os benefícios da carreira militar, como soldo, décimo terceiro salário, férias e assistência médica, incluindo nutricionista e fisioterapeuta, além de poderem usar as instalações esportivas da Força.

A Terceiro-Sargento Luana Obino Abreu Martins Ribeiro, do Salvamento Aquático – Natação, é uma das atletas do grupo que acabou de se formar e conta que a Marinha, a partir de agora, contribuirá muito para sua progressão no esporte.

“O PROLIM é muito importante para nós, atletas, porque ele dá uma segurança para a gente. Podemos focar no que é importante, que são os treinamentos, conseguir ter acesso aos equipamentos e, assim, poder praticar a nossa atividade em alto nível. Além disso, o programa nos ajuda como seres humanos, por meio dos valores presentes na formação”, revela.

As modalidades Boxe, Futebol Feminino, Levantamento de Peso Olímpico, Paraquedismo, Pentatlo Naval, Salvamento Aquático e Wrestling possuem Comissões Técnicas com integrantes da Marinha, em condições de planejar e conduzir seus treinamentos. Os atletas dessas modalidades, em sua maioria, realizam o treinamento diário nas instalações do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN).

Os atletas que não treinam no CEFAN são supervisionados pelos Chefes de Equipes da Comissão de Desportos da Marinha (CDM). Eles mantêm o acompanhamento do planejamento técnico e das principais competições anuais de cada um dos atletas, bem como dos seus desempenhos nas competições nacionais e internacionais. A supervisão é utilizada para avaliar se os atletas mantêm condições técnicas de continuar a pertencer ao PROLIM.

Para o Terceiro-Sargento André Luiz Ramos Pinto, do Wrestling estilo greco-romano, a intensificação dos treinamentos está como uma das principais estratégias para conquistar uma vitória. “Meu grande foco, neste momento, são os jogos olímpicos de 2024 e alinhar os treinamentos é a principal estratégia. A competição é muito importante, mas o que acontece lá é fruto dos treinamentos”.

Na busca pelos melhores resultados em Paris, a Marinha mantém o planejamento de recrutar mais atletas para o PROLIM, no segundo semestre deste ano. “A intenção é que, proporcionalmente, o número de atletas militares do 'Time Brasil' continue a crescer em relação ao total de atletas que nós temos, bem como o número de medalhas conquistadas seja maior do que na última competição, em relação ao total de medalhas conquistadas. Nossa previsão é que possamos contar, ainda em 2023, com cerca de 255 atletas militares da Marinha”, aponta o Vice-Presidente da CDM, Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Adilson Cappucci Júnior.

O número de atletas da Marinha no "Time Brasil", equipe que representa o País em todas as modalidades esportivas, vem aumentando nas três últimas Olimpíadas. Em 2012, os atletas da MB correspondiam a 5,79 % do "Time Brasil", passando para 11,83% em 2016 e 14,62% em 2020.

Alto Rendimento
Lançado em 2008, o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) foi criado pelo Ministério da Defesa em parceria com o Ministério do Esporte, com o objetivo de fortalecer a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível. No mesmo ano, a Marinha iniciou a contratação de atletas e, em 2013, a Marinha criou o PROLIM. O Programa é elaborado no âmbito do Comando-Geral do CFN e aprovado pelo Comandante da Marinha. Cabe ao Comandante-Geral do CFN a direção do Programa e a criação, implementação e encerramento dos projetos que o estruturam.


Arte: CB-ET Fábio Schulze
 

“O PROLIM tem se constituído em um fator importante para a evolução do esporte olímpico brasileiro. O apoio direto proporcionado pelos soldos [vencimentos do atleta militar] tem possibilitado que jovens atletas promissores continuem a se dedicar ao treinamento, evoluindo tecnicamente e se tornando muito competitivos internacionalmente, o que seria difícil para atletas de algumas modalidades que não possuem visibilidade na mídia e, consequentemente, o suporte financeiro”, afirma o Presidente da CDM e Comandante do CEFAN, Contra-Almirante (Fuzileiro Naval) Reinaldo Reis de Medeiros.

A Terceiro-Sargento Áila Alves Miranda, ganhadora do prêmio “Atleta do Ano 2022 do CISM” (Conseil International du Sport Militaire), conta que a Marinha foi decisiva para sua permanência no Pentatlo Naval. “A Marinha veio em um momento crucial, pois eu já estava desistindo do esporte por falta de patrocínio e incentivo. Eu sou natural do Espírito Santo e estava prestes a voltar para minha cidade”, reconhece. A sensação, para ela, é de dever cumprido, já que se encontra no final da carreira. Ganhar o prêmio é encerrar com chave de ouro, após 15 anos no esporte.


A Terceiro-Sargento Áila Alves Miranda com seus prêmios no esporte - Foto: Marinha do Brasil
 

Confira também o podcast “A Todo Pano”, com o Terceiro-Sargento Hebert Conceição, medalhista de ouro no boxe nos Jogos Olímpicos de 2020, categoria peso-médio até 75 kg. O atleta baiano contou mais sobre sua relação com o PROLIM e sobre sua experiência vitoriosa em Tóquio.

 

 

Agência Marinha de Notícias