Comissão “Caminho dos Bandeirantes” realiza ações conjuntas pelo rio Tietê

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Comissão “Caminho dos Bandeirantes” realiza ações conjuntas pelo rio Tietê

Durante uma das ações, um motonauta foi resgatado próximo a Araçatuba (SP)
15/03/2023
Primeiro-Tenente (RM2-T) Luciana Almeida
Brasília, DF

A comissão “Caminho dos Bandeirantes I” chegou ao fim na última terça-feira (14), após a Agência Escola Flutuante (AgEFlut) “Anhanguera” navegar um total de 498 milhas náuticas, cerca de 801,4 km, pelos rios Tietê e São José dos Dourados, e atracar em Barra-Bonita (SP). A Comissão iniciou no dia 28 de fevereiro, contou com 18 militares e, ineditamente, com o embarque de dois técnicos, do Departamento Hidrográfico de São Paulo, responsáveis pela manutenção da sinalização náutica do baixo e médio Tietê.

A embarcação de apoio, da Capitania Fluvial do Tietê-Paraná (CFTP), passou pelos municípios paulistas de Arealva, Sabino, Araçatuba, Pereira Barreto, Ilha Solteira, Ibitinga e Bariri, para realizar Inspeções Navais em embarcações comerciais (comboios e areeiros), esporte e recreio, além de prestar serviços à comunidade de pesca de Santa Fé do Sul. Esses serviços incluíram a renovação de Cadernetas de Inscrição e Registro e a regularização de embarcações no Sistema de Gerenciamento de Embarcações da Marinha do Brasil (MB). A MB também realizou, de forma conjunta com o Departamento Hidrográfico, a verificação da sinalização náutica. O órgão é vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do governo estadual.

“A Marinha do Brasil, por meio do Comando do 8° Distrito Naval, se fez presente em grande parte da Hidrovia do Tietê-Paraná, realizando, de maneira sinérgica e coordenada, um trabalho voltado para a Segurança da Navegação, com o Departamento Hidrográfico”, afirmou o Capitão dos Portos do Tietê-Paraná, Capitão de Fragata Luiz Carlos Calvo Dos Santos Junior.

“A primeira edição da Comissão “Caminho dos Bandeirantes”, em que o Departamento Hidrográfico teve a oportunidade de embarcar na Agência Escola Flutuante ‘Anhanguera’, foi de suma importância para que as instituições Marinha do Brasil e Departamento Hidrográfico pudessem contribuir, de maneira sinérgica, em prol da Segurança da Navegação na Hidrovia do Tietê-Paraná”, afirmou o Diretor do Núcleo Técnico do Alto e Médio Tietê, Marco Antonio de Araujo.

Resgate de náufrago

Durante a travessia, no dia 9 de março, por volta das 16h, quando a AgEFlut "Anhanguera" navegava nas proximidades de Araçatuba, foi realizado o resgate de um motonauta que pediu socorro justamente no momento em que a Marinha passava pelas imediações, um local do rio que tem pouca circulação de embarcações. "A tripulação observou um pedido de socorro de um homem com a sua motoaquática submersa. Ele estava portando colete salva-vidas, que garantiu a sua flutuabilidade e sobrevivência até a nossa chegada ao local. A embarcação foi rebocada até uma área abrigada, nas proximidades da ocorrência, e o motonauta foi atendido pela equipe de saúde, a bordo da nossa embarcação”, explicou o Comandante Calvo.

Assista ao vídeo do resgate:

 

 

O empresário Fernando Samartino contou que, durante seu passeio, fez uma curva um pouco mais rápida e a motoaquática virou. Depois de emborcada, ele permaneceu cerca de 40 minutos no local, com a embarcação parcialmente submersa. “O jet sky apresentou problemas e ficou de cabeça para baixo. Desvirei e tentei voltar, mas começou a embarcar água, desestabilizou e começou a afundar aos poucos”, relatou. Ele chegou a ligar para um amigo pedindo socorro, porém, em seguida, Fernando avistou a embarcação da Marinha. “Acenei para o pessoal de longe, eles me avistaram e me socorreram rapidamente. Graças a Deus e à Marinha, tudo ficou bem!”, agradeceu o motonauta.


Motoaquática sendo rebocada por embarcação de apoio da AgEFlut “Anhanguera” – Imagem: Marinha do Brasil

Visita ao Palácio do Imperador
A comissão visitou, no dia 7 de março, o antigo Estabelecimento Naval de Itapura. Essa construção militar, também conhecida como Palácio do Imperador, foi tombada pelo Conselho de defesa do Patrimônio Histórico e está localizada em Itapura (SP). O prédio foi construído pelo Primeiro-Tenente Antônio Mariano de  Azevedo, tendo sido também o primeiro governador da Colônia de Itapura, em 1858. O local serviu de Colônia Militar da Marinha do Brasil, com o objetivo de proteger o território brasileiro perto dos rios Paraná e Tietê, durante a Guerra do Paraguai. Alguns historiadores dizem que Dom Pedro II se hospedou no local  quando inspecionava as tropas brasileiras, tendo sido cenário das comemorações pela vitória do Brasil no conflito.


A CFTP visitou o Palácio do Imperador

Com o fim da guerra, o Palácio continuou sendo da MB e seus antigos membrostentaram colonizar a região, distribuindo pequenas propriedades entre os militares. O projeto falhou e o núcleo foi desativado em 1896, permanecendo completamente abandonado desde então. “Agora, o prédio encontra-se em restauro com  previsão de ser reinaugurado no segundo semestre de 2023. A Secretária de Turismo, representando a Prefeitura de Itapura, ressaltou a fundamental importância da presença da MB, em meados do século XIX, para a fundação da cidade”, destacou o Comandante Calvo.

Após o final da comissão "Caminho dos Bandeirantes I", a AgEFlut “Anhanguera” navegou na Hidrovia do Tietê-Paraná, nas proximidades do Terminal Multimodal de Pederneiras, um dos mais importantes do Brasil, responsável por escoar grande parte da produção de grãos para o Porto de Santos.

Agência Marinha de Notícias